Letizia
Há dois dias Giuliano não dava notícias. Eu sabia que não deveria procurá-lo, estava reunido com o conselho para decidir a punição a ser dada à seu pai. Por ser parte envolvida no caso, tive que me manter afastada.
Além disso, outro assunto ocupava a minha mente.
No escritório, olhava para o convite em cima da minha mesa.
Sergei ia se casar.
Várias perguntas invadiam a minha cabeça.
"Como? Por que? Quem é ela?"
Nesse momento, Yula entrou com o tablet nas mãos:
- Tizia, nossos analistas conseguiram as informações que você queria.
Me ajeitei na cadeira:
- Ótimo.
Passou os dedos rapidamente pela tela:
- Rana Syang, 40 anos, solteira, filha mais velha do conselheiro de Kravan. Passou a maior parte da vida fora da Ásia. Graduada em história da arte clássica com doutorado, trabalhou no Metropolitan museum em Nova York. Atualmente leciona no Colégio Real de Artes, na Inglaterra, considerada uma das melhores escolas do mundo na área.
Uma mulher experiente e muito culta. Algo não se encaixava. Por que ela se casaria com Sergei? Kravan, o novo líder asiático poderia estar por trás disso.
Apoiei meus cotovelos na mesa:
- Alguma foto recente?
Yula sorriu e me passou o tablet:
- Aqui está.
Bati os olhos na tela. Ela era lindíssima, aparentava ser bem mais jovem. Esguia, tinha cabelos escuros, olhos amendoados e discretamente puxados, exalava classe e elegância.
"Uma pérola jogada aos porcos"
Não pude deixar de pensar. Sergei era um homem atraente, na minha opinião, mas rústico e rude. Não tinha o hábito da leitura, não havia feito nenhuma faculdade, somente cursos em administração e finanças, assim como eu. Nosso aprendizado em comandar as organizações foi adquirido acompanhando os membros e pela nossa própria família.
- Não entendo – pensei em voz alta.
Yula concordou:
- Uma mulher desse porte, é estranho mesmo. Talvez não tenha tido escolha, a organização asiática é muito rígida, não?
- Vou perguntar diretamente ao noivo.
Em poucos minutos, estava na frente da casa de Sergei.
Fui recebida por Yelena:
- Sra. Belikov, há muito tempo não temos o prazer da sua visita!
- Sim, alguns meses, não é mesmo? Seu patrão está livre?
- Na ala direita, acho que sabe o caminho.
Era a ala onde Dimitri passava a maior parte do tempo, protegido.
Subi as escadas, andando pelo corredor até ouvir sua voz em um dos quartos. Ao entrar, ele estava de pé, orientando os funcionários na posição dos móveis. O cheiro de tinta fresca tomava conta do ambiente, que era enorme. Um dos maiores quartos que eu já tinha visto, com três divisões. Uma pequena sala, o quarto em si e uma outra porta que deveria ser o banheiro. Digno de uma suíte presidencial do Metropol.
Tossi, incomodada pelo odor forte.
Ele se virou.
Estava com a barba bem curta, cabelos alinhados, camisa e calça ajustada:
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A senhora das armas (livro 2)
Acción"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...