Capítulo 31 - Tizia

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Giuliano

"Tizia"

- Tem certeza?

Perguntou o tatuador.

Não pensei duas vezes:

- Tenho. É um presente para minha esposa.

Agradeci Domenico pela ideia, ele já tinha feito uma tatuagem com o nome de Manoela.

Em poucos minutos, seu apelido estava grudado no meu pulso direito.

Para sempre.

Pedi que deixasse um curativo para que ela não desconfiasse.

Estava aguardando seu retorno de Moscou, pois em dois dias viajaríamos para passar o Natal com seu irmão.

Estava trabalhando no escritório, quando ouvi a voz de Letizia pelos corredores. Apareceu na porta, segurando Lucca no colo:

- Tudo certo por aqui?

Entregou a criança para a babá e veio me beijar. A abracei, levantando-a do chão, como ela gostava:

- Sim. Só senti sua falta.

Ela olhou para meu pulso:

- Se machucou?

- Nada grave. Já pedi para prepararem nossas malas.

Sorriu:

- Conversou com Manoela?

- Conversamos rapidamente hoje.

Ela sabia do meu envolvimento pregresso com Manoela. Logo após a fuga, enquanto eu fazia o treinamento de armas nos Estados Unidos.

Sentou na poltrona:

- Ainda está preocupada com você?

- Conosco. Acho que ela não acredita muito em nós dois.

- Como um casal?

- Mais ou menos isso. Você tem uma fama péssima. Ambiciosa, perigosa, desapegada.

Ela sorriu, seus olhos faiscaram:

- Eu sou tudo isso mesmo.

- Então é verdade?

Ela sentou na mesa, me puxando e beijando meu pescoço:

- Claro que é. Você não vê que eu finjo o tempo todo?

Chamei sua atenção:

- Tizia...

Suspirou:

- Finjo que não gosto de você. Que não penso em você.

Envolveu suas pernas em torno da minha cintura, encostando a cabeça no meu peito.

Ajeitei-a no meu colo e fomos direto para o quarto.





Letizia

Eu sentia a respiração de Giuliano, com minha cabeça apoiada no seu peito.

Ele dormia, tranquilo.

Levantei e vesti a sua camisa, indo em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e desci para a cozinha, à procura de algo para comer. Descalça, o chão gelado contribuía para que ficasse acordada.

A maioria das luzes ainda estavam apagadas.

Abri a geladeira e encontrei um bolo.

Sorri, satisfeita. Liguei a cafeteira.

Estava me preparando para comer, quando o vi encostado na porta.

Angelo.

Eu sabia que ainda me julgava. Tentei ser simpática, levantando meu prato e oferecendo um pedaço de bolo:

A senhora das armas (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora