Capítulo 35 - Revelações

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Letizia

A enfermeira nos acompanhou até a sala do médico. Entramos e nos sentamos. Ele conhecia a minha família, assim como Sergei há muito tempo. Na verdade, trabalhava para as nossas organizações.

Tirou os óculos do rosto, olhando para os papéis que estavam à sua frente:

- Letizia, atendi seu marido hoje pela manhã. Estou com os exames realizados por ele e pela criança que se chama Petro, correto?

Eu nem sabia que esse era o nome do filho de Zoya.

Engoli a seco:

- Sim.

Sergei pegou na minha mão.

O médico colocou os óculos no nariz, novamente:

- Como foi solicitado com prioridade, ficaram prontos.

Fiz a pergunta, com medo da resposta:

- Meu marido é o pai da criança?

- Não.

Me encostei na cadeira, soltando o ar que nem sabia estar preso nos meus pulmões.

O filho não era dele.

Não era um herdeiro.

Eu não ia me separar.

Fechei os olhos e agradeci aos céus, abraçando Sergei ali mesmo.

Continuou:

- Negativo para doenças transmissíveis. Seu marido me relatou que a última vez que teve relações fora do casamento foi há aproximadamente nove meses atrás, o que significa que não precisará repetir os exames, é improvável que tenha algo.

- Alguma recomendação?

Ele escreveu e estendeu uma receita:

- Alguns suplementos vitamínicos, para a mãe da criança.

Peguei o papel, colocando no bolso.

Saímos do consultório, me sentia leve, rindo à toa.

Entrei no carro e Sergei perguntou:

- Vai para a casa de campo?

- Não, vou avisar Giuliano.

Sentei no banco, com a cabeça apoiada na janela. Assim que o carro parou na entrada da minha casa, saí correndo. Subi as escadas apressada, ao saber que ele estava no no quarto.

Abri a porta. Estava sentado na poltrona, o rosto abatido e com olheiras.

Ao me ver ficou em pé.

Parei na sua frente:

- O resultado... não é seu!

Ele riu, quase sem acreditar e me abraçou, levantando meu pés do chão:

- Essa foi a melhor notícia que recebi!

O beijei com força, sentindo sua língua, o gosto de álcool.

Me soltei, para respirar:

- Estava com saudades – passei as mãos pelos seus cabelos.

Ele deu um sorriso lindo e perfeito:

- Todos os exames normais?

- Todos – confirmei.

Ele voltou a sentar, me colocando no seu colo:

- Me desculpe por ter feito você passar por tudo isso, Tizia.

Continuei a acariciá-lo, no rosto:

- Temos um outro problema para resolver.

A senhora das armas (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora