Letizia
Parei o carro em frente ao Metropol. O melhor hotel de Moscou era conhecido por ter um restaurante bonito e requintado.
Deixei as chaves com o manobrista e só então me dei conta que estava com minhas roupas de treinamento, calça montaria com botas de cano alto, blusa de lã e jaqueta de couro. Havia saído tão rápido e tão irritada de casa, nem pensei em trocar de roupa.
Mas as pessoas sabiam quem eu era, e ninguém teria a coragem de me barrar.
Passei pela hostess, que me recebeu com atenção e sentei perto da janela. O restaurante não estava muito cheio, passei os olhos pelo local e vi Svetlana em uma das mesas no outro canto. Acenou para mim. Sorri para ela. Não fui até lá, porque deveria estar esperando algum cliente.
Chamei o garçom e pedi uma dose de vodka, pães, queijos e outros frios para acompanhar. Não tinha muita fome, só queria sair do mesmo ambiente que Giuliano.
Faltava pouco para que meu objetivo fosse alcançado e então poderia voltar para minha zona de conforto. Pensava em expandir meus negócios para a Ásia, talvez comprar um local para estabelecer uma base.
Quem sabe Sergei estivesse interessado também.
Tirei meus olhos da janela e virei para a mesa, vendo Svetlana ao meu lado. Estava bonita como sempre, com um vestido verde, mais longo e um casaco de pele. Fiz sinal para que sentasse:
- Tizia, está sozinha?
- Estou. E você?
Ela riu:
- Meu cliente deu o cano. Acabou de enviar uma mensagem, teve um problema.
- Pensei que continuasse atendendo Sergei.
- Não, faz tempo que me dispensou. Ouvi dizer que está com uma das garotas do bar.
Franzi a minha testa:
- Estranho.
- Como vai a vida de casada?. Algumas garotas tentaram oferecer os serviços para seu marido, mas recusou todas. Dizem que é um homem atraente.
Pensei em voz alta:
- Claro, pois tinha a mim, de graça.
- Como assim?
Tomei o restante da minha bebida:
- Me tratava pior do que elas.
Pegou nas minhas mãos:
- Isso é horrível. Contou para seu irmão, ou mesmo Sergei? Se quiser posso...
Interrompi:
- Não faça isso. Há um bom motivo para eu ter aguentado tudo, calada. Eu poderia matá-lo facilmente. Prometa que não vai comentar com ninguém.
- Sim, não vou falar nada. Você está bem?
- Fui treinada a minha vida toda para suportar surras e torturas.
- Meus Deus, Tizia. Ele te bateu?
Tentei esboçar um sorriso:
- Antes fosse – desviei o olhar – quando está com um cliente, pode acontecer de gostar?
Olhou séria para mim:
- Às vezes, é raro. Mas você sentiu algo com ele?
- Só humilhação. Mas na última vez, foi diferente. Fiquei com raiva de mim mesma e comecei a chorar.
Continuou:
- E depois?
- Não me procurou mais.
Ela se encostou na cadeira, pensou um pouco:
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A senhora das armas (livro 2)
Aksi"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...