Giuliano
Acordei com uma dor de cabeça infernal. Não lembrava direito quantos copos havia virado após discutir com Letizia.
Fui para o chuveiro, tentando despertar e tirar o peso da minha consciência, se é que eu ainda tinha alguma depois de ter gritado até ficar rouco.
Desci as escadas, com sono e fui até a copa. Yula estava terminando seu café:
- Bom dia.
- Bom dia. Letizia já acordou?
Ela riu:
- Foi para a casa de Sergei, visitá-lo.
Respirei fundo e comecei a me servir. Café, forte e sem açúcar.
Continuei:
- Ela parecia bem?
- Um pouco cansada, mas era de se esperar depois de quatro dias em campo.
Concordei com a cabeça. Chamei a governanta:
- Poderia me trazer um analgésico?
Yula continuou a comer, séria:
- Discutiu com ela, ontem.
- Conseguiu ouvir?
Ela olhou para mim:
- Quando começou a berrar.
- Eu estava alterado pela bebida, me desculpe.
- Sabe qual a principal diferença entre você e Sergei?
Coloquei o comprimido na boca, engolindo com um gole de água:
- Não.
- Ele é apaixonado por Tizia e a aceita como é. A trata de igual para igual.
- Como assim?
- Ele a teria recebido com orgulho de sua vitória e com um bom jantar para comemorar.
- Eu me orgulho dela.
- Será mesmo? Quantas vezes a elogiou?
Eu sabia que tinha errado, na maioria das vezes só pensava no meu lado e no que sentia por ela, cego e burro.
Tive medo, que fosse atingida ou capturada.
Esqueci completamente da sua importância dentro da organização e do quanto era competente no que fazia.
Terminei de comer em silêncio.
Letizia
Sergei estava sentado em uma poltrona no quarto, com um aspecto bem melhor.
Sorriu para mim:
- Tizia, vou ficar mal acostumado com você aqui o tempo todo.
Beijei seu rosto:
- Devo voltar para a Itália no final da semana. Vai sentir minha falta?
- Sempre.
Sentei no chão, próximo aos seus pés, segurando nos seus joelhos e deitando minha cabeça nas suas pernas:
- Tive medo. Achei que você ia morrer.
Ele riu, passando as mãos pelos meus cabelos:
- Não foi dessa vez. Mas, se fosse, eu tenho certeza que você cuidaria bem de Dimitri e dos meus negócios.
Me levantei e sentei no braço da poltrona, passando minha mão no seu rosto:
- Vou ficar 15 dias por aqui, todos os meses.
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A senhora das armas (livro 2)
Ação"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...