Capítulo 30 - Sentimentos

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Giuliano

Acordei com uma dor de cabeça infernal. Não lembrava direito quantos copos havia virado após discutir com Letizia.

Fui para o chuveiro, tentando despertar e tirar o peso da minha consciência, se é que eu ainda tinha alguma depois de ter gritado até ficar rouco.

Desci as escadas, com sono e fui até a copa. Yula estava terminando seu café:

- Bom dia.

- Bom dia. Letizia já acordou?

Ela riu:

- Foi para a casa de Sergei, visitá-lo.

Respirei fundo e comecei a me servir. Café, forte e sem açúcar.

Continuei:

- Ela parecia bem?

- Um pouco cansada, mas era de se esperar depois de quatro dias em campo.

Concordei com a cabeça. Chamei a governanta:

- Poderia me trazer um analgésico?

Yula continuou a comer, séria:

- Discutiu com ela, ontem.

- Conseguiu ouvir?

Ela olhou para mim:

- Quando começou a berrar.

- Eu estava alterado pela bebida, me desculpe.

- Sabe qual a principal diferença entre você e Sergei?

Coloquei o comprimido na boca, engolindo com um gole de água:

- Não.

- Ele é apaixonado por Tizia e a aceita como é. A trata de igual para igual.

- Como assim?

- Ele a teria recebido com orgulho de sua vitória e com um bom jantar para comemorar.

- Eu me orgulho dela.

- Será mesmo? Quantas vezes a elogiou?

Eu sabia que tinha errado, na maioria das vezes só pensava no meu lado e no que sentia por ela, cego e burro.

Tive medo, que fosse atingida ou capturada.

Esqueci completamente da sua importância dentro da organização e do quanto era competente no que fazia.

Terminei de comer em silêncio.


Letizia

Sergei estava sentado em uma poltrona no quarto, com um aspecto bem melhor.

Sorriu para mim:

- Tizia, vou ficar mal acostumado com você aqui o tempo todo.

Beijei seu rosto:

- Devo voltar para a Itália no final da semana. Vai sentir minha falta?

- Sempre.

Sentei no chão, próximo aos seus pés, segurando nos seus joelhos e deitando minha cabeça nas suas pernas:

- Tive medo. Achei que você ia morrer.

Ele riu, passando as mãos pelos meus cabelos:

- Não foi dessa vez. Mas, se fosse, eu tenho certeza que você cuidaria bem de Dimitri e dos meus negócios.

Me levantei e sentei no braço da poltrona, passando minha mão no seu rosto:

- Vou ficar 15 dias por aqui, todos os meses.

A senhora das armas (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora