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Ok, confesso que eu ter cobrado cigarros foi um ato de puro desespero. Eu estava meio nervoso, não sabia o que falar e escrevi qualquer coisa que minha mente processasse como adequada para a situação.
Shinsou simplesmente visualizou e não respondeu às mensagens, e eu me forcei a acreditar que ele fez isso por ter ficado com pressa para chegar aqui, porque se tem algo que eu detesto é quem visualiza as mensagens e não se dá ao trabalho de responder — tudo bem que às vezes eu faço isso, mas são detalhes.
De qualquer forma, eu estou sentado no meu sofá assistindo televisão e bebendo a minha quarta ou quinta lata de energético. Eu ainda não sei como meu coração não explodiu, de tão acelerado que ele está. Já vai dar 15h30m da tarde e nada daquele vampiro vampirão aparecer por aqui. E para eu tentar amenizar minha ansiedade que já estava me causando tremedeira nas pernas — ou talvez fosse só efeito do energético — eu decidi colocar para assistir na TV um anime de homens cabra machos.
Gakuen babysitters.
Eu realmente acho que esse anime deveria ser mais reconhecido, e ainda xingo Deus e o mundo por eu não achar uma segunda temporada — pelo amor de Deus gente, um anime de bebês deveria ser tipo, 100% mais reconhecido! É uma obra prima, meu anime de conforto, as pessoas deveriam saber a sua existência preciosa!
Enquanto eu estava bem entretido vendo o Koutaro sendo perseguido por pintinhos fofos, escuto meu interfone tocar. Me levanto meio sem coragem, porque eu realmente amo essa cena, ando até lá e atendo.
— O que foi, Ukai? — Tomo outro gole da lata, vendo a TV enquanto isso. Koutaro é tão fofinho!
— Senhor Kaminari, tem um homem aqui chamado Shinsou Hitoshi. — Quase me engasgo ao ouvir esse nome, tossindo igual maluco e dando socos em meu peito. Se Ukai escutou isso, ele simplesmente ignorou.
— Manda subir. — Dito por fim, desligando para que eu pudesse tossir mais um pouco.
Ora essa, todas as vezes que ele veio aqui, fez alguma feitiçaria para subir sem passar pela recepção. Agora, ele quer dar uma de pessoa normal? Maluco desgraçado.
Não deixo a porta destrancada, e dessa vez, eu decido não ir atrás da minha pistola. Eu ainda me lembro da nossa última interação, e acho que eu estar com a pistola na cara dele não vai ajudar em muitas coisas no momento. E mais: estaremos aqui para tratar sobre Eri. Definitivamente, estar com uma arma na cabeça dele não vai ajudar com nada.
Uns minutinhos depois, escuto a campainha tocar. Respiro fundo. Calma, Kaminari, calma. Você já falou com ele antes. Não é tão difícil. Não é tão difícil.
Deixo a latinha na mesinha e ando até a porta, destrancando-a e abrindo rapidamente, avistando Shinsou parado. Ele estava com o mesmo moletom da foto de perfil dele, uma calça jeans com umas correntes penduradas e o seu maldito coturno que me lembro muito bem.
— Hum, entra. — Abro passagem, olhando para baixo.
Shinsou entra sem cerimônias, parando no meio da minha sala. Respiro fundo e tranco a porta, olhando para ele e reparando que ele segurava uma sacola em mãos.
— O que é isso? — Aponto para a sacola. Shinsou a coloca na mesinha, me observando enquanto eu me aproximava e ia checar o que estava dentro.
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Purplish Vampire II
Fanfic" Overhaul foi completamente derrotado pela Liga, porém, não foi morto, trazendo novamente a paz no mundo dos humanos e das mitologias. Depois do desaparecimento de Shinsou Hitoshi, Kaminari pensou, mesmo que fosse algo triste, que poderia finalm...