18 | Obscuridade

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Δ

Acordo com uma dor de cabeça fraca, mas sinto minhas mãos doendo pra caralho. Abro meus olhos lentamente, percebendo que eu… estou no chão?

Analisando melhor, noto que estou no chão da minha sala, que está bem bagunçada. Cacos de vidro, sangue…

Espera…

Cadê as drogas?

— Puta que pariu… — Resmungo baixinho, lembrando-me vagamente da madrugada. Alguém esteve aqui. Alguém levou minhas drogas.

Olho para minhas mãos, me assustando um pouco por estarem enfaixadas tão bem assim. Porra, nem eu sei fazer isso!

Mais memórias da noite anterior me assola, e me lembro de ter ligado para alguém e, logo após, surtado legal. Acho que quebrei a garrafa do que seja lá o que bebi e fiquei muito doido. Provavelmente eu tentei… de novo… merda…

Faço uma força do caralho pra me levantar, escutando os barulhos dos cacos abaixo de mim. E antes mesmo que eu pudesse fazer alguma coisa, escuto meu celular tocar no sofá. Me arrasto até ele, pego o telefone e rejeito a chamada, mas não demora para eu ser atolado de mensagens do… Shinsou?

Shinsou Hitoshi

Bom dia, Kaminari

Ontem você me ligou e eu fui até a sua casa.

Precisamos conversar urgentemente.

Por favor.

Puta que me pariu.

Algumas memórias após sua chegada incendeiam minha mente e me deixam perturbado. A sombra dele de costas para a luz da Lua, sua preocupação em me ajudar; o medo de me encontrar… morto…

— Porra… — Estremeço, sem saber exatamente o que fazer. Eu chamei o Shinsou aqui? O que eu disse para ele? O que ele fez?

Melhor: o que eu fiz?

Para todo ansioso, esse "precisamos conversar" é a pior coisa do mundo, e eu sou ansioso. Então é óbvio que estou morrendo aqui quase tendo um AVC. Mas ainda assim, me esforço para responder, mesmo tremendo.

Kaminari Denki

Ah, oi.

Ah… pode ser, eu acho, sei lá.

Mas espero que esse caralho seja importante mesmo.

Shinsou Hitoshi

É importante, garanto.

Consegue me encontrar hoje? Em uma cafeteria.

Eu te passo o endereço.

Olho ao meu redor rapidamente, avaliando a situação da minha sala. Eu vou ter que limpar essa merda. Seria uma boa desculpa para não ir. Mas… o Shinsou dizer que é urgente não é atoa, né. Tipo, é igual ver ele implorar. Não é normal. Não é inválido.

Ainda mais se for relacionado à noite anterior, no qual não lembro de muita coisa. Ah, imaginar que foi a primeira vez dele me vendo daquele jeito… puta merda, eu não quero nem imaginar essa porra.

Suspiro mais uma vez, desligando meu celular e olhando ao redor. Certo. As coisas estão acontecendo, e eu só estou me fodendo.

[ . . . ]

Desço do meu carro, que estacionei na vaga da cafeteria bonitinha do centro. Shinsou me enviou o endereço, e depois de eu arrumar minha casa e me transformar em um divo na medida do possível, compareci com minha presença maravilhosa.

Purplish Vampire IIOnde histórias criam vida. Descubra agora