24 | A Morte é um Presente

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Narrado por Shinsou Hitoshi

Depois de mandá-los embora, vou correndo atrás dos outros seguindo o cheiro de sangue, que me guiou até o quarto de Yamaguchi. O lugar não é o mais limpo, repleto de garrafas de vinhos, mas é onde ele guarda suas poções e seus equipamentos mágicos de primeiros socorros, então tê-lo trazido aqui não foi a pior ideia possível.

Quando me aproximo do cômodo eu consigo ouvir um enorme fervoroso, dado por gritos e muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Acelero os passos e entro rapidamente, dando de cara com a cena mais caótica possível.

Aparentemente, Denki só estava desmaiado no momento em que chegou — o que é normal quando se ingere ecstasy —  e agora estava acordado. Dabi tentava segurá-lo contra seu corpo ao mesmo tempo em que Denki gritava e se esperneava, enquanto Yamaguchi mexia em suas coisas atrás do que precisava e Toga tentava acalmar Eri, que chorava compulsivamente, assustada.

— Leva ela daqui! — Grito para Toga enquanto entro no quarto.

Esta me obedece e guia Eri para fora do cômodo. Tento me aproximar de Dabi e Denki para ajudar a segurá-lo. Sei que Dabi consegue perfeitamente detê-lo com sua força de dragão — que me superava, infelizmente —, mas também sabia que essa mesma força o fazia ser mais bruto do que gostaria, então usá-la com humanos era muito perigoso. Por isso a visível dificuldade de mantê-lo quieto sem machucá-lo. 

— Me ajuda com ele, morcego! — Gritou Dabi, meio enfurecido, ainda tentando contê-lo.

Ergo minhas mãos e tento ir me aproximando devagar, perto do seu campo de visão, preocupado com a demora de Tadashi com as poções. Denki está muito disperso, desesperado como se estivesse confuso e não soubesse onde está, tentando se localizar à medida que tentava se libertar de algo que o segurava e ele ainda não havia identificado. Os gritos e palavras soltas eram agonizantes de se ouvir.

— Denki, ei, sou eu. Calma… — Fico mais próximo, mas sua perna voa em minha direção, acertando minha coxa com um pisão. Dabi o vira para o lado, para que este não pudesse mais me atingir.

— Sai daqui! Não encosta em mim! Sai de perto de mim, fada maldita! — Vociferou, e eu me mantive estático.

Todos do cômodo se silenciaram, encarando-me com certa surpresa e apavoro. Certamente, todos entenderam que ele está alucinando, e que ao invés de me ver, está vendo… está vendo aquele… aquele estrume de rato… 

Meu coração se aperta, e acabo me desestabilizando ao ter em mente a quem estou sendo comparado agora. Um gosto ruim na boca, junto com uma mágoa e raiva me tomam, mas ainda me mantenho parado. 

Ah, quando eu reencontrar aquele elfo…

— Ele está com ecstasy e outras drogas no organismo, então deve estar alucinando. — Yamaguchi começa a falar, tirando de seu armário um pequeno caldeirão, usando-o para misturar algumas poções e outras especiarias que não me atentei. Ele parecia focado e apressado. — Não sei quais outras drogas ele está, mas ecstasy é super perigoso. Os sintomas que ele está apresentando agora se assemelha mais com os efeitos após o uso, então deve ter algumas horas que injetaram isso nele. Pode causar aumento da tensão muscular e da atividade motora, aumento da temperatura corporal, enrijecimento e dores na musculatura dos membros inferiores e coluna lombar, dores de cabeça, náuseas, perda do apetite, visão borrada, boca seca, insônia, grande oscilação da pressão arterial, alucinações, agitação, ansiedade, crise de pânico e episódios breves de psicose. O aumento no estado de alerta pode levar à hiperatividade e à fuga de ideias. Nos dias seguintes ao uso da droga o usuário pode ficar deprimido, com dificuldade de concentração, ansioso e fatigado.

Purplish Vampire IIOnde histórias criam vida. Descubra agora