Capítulo XXXVII

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(Luiz)

    Eu sempre planejei todas as coisas da minha vida, foi um pouco difícil conquistá-las, mais difícil ainda não perde-las, mas de todas as coisas que sonhei um filho nunca havia passado pela minha cabeça, muito menos com aquela louca da Ana Paula.

— Faça o exame, se der positivo muito bem eu vou prover tudo que precise, não ficará desamparada, mas quando essa criança nascer, ela vai ficar comigo, e eu vou fazer de tudo para isso acontecer —.

— O filho é meu também, eu estou gerando-o na minha barriga, você é o pai eu sou a mãe, o certo seria se nós dois... —.

— Se está pensando que vou ficar com você só por causa desse bebê você esta muito enganada, se o filho for meu mesmo eu vou ficar com ele —.

— Quem você pensa que é seu imbecil para falar assim com a minha filha —.

— Eu posso ser o pai desse bebê, e por coincidência eu também sou cirurgião cardíaco, e o senhor tem que ficar calmo se quiser ver seu neto nascer —.

— Eu só quero o melhor para o meu filho —. Ana Paula disse.

— Eu também, caso seja meu, bom você está em um hospital, que tal aproveitar a oportunidade? —.

— Quando der positivo eu vou fazer questão de esfregar o resultado na sua cara —. Ela disse.

— Gabriel, leva a Ana para fazer essa droga de teste —. O pai dos três falou. Pedrinho estava com um olhar de susto estampado no rosto não quis dar muita atenção para isso.

— Vamos Ana Paula, por aqui —. Ele a conduziu até a clínica pré-natal. Eu tentava descobrir como isso pode ter acontecido, eu sempre usava preservativo, justamente para prevenir esse tipo de coisa. Eu não estava preparado para ser pai, muito menos naquele momento da minha vida.

...

— Posso falar com você? —. Gabriel entrou na minha sala com uma cara bem séria, em seguida fechou a porta.

— Se for socar minha cara soca bem forte, pra eu ficar em coma —.

— Eu não quero falar sobre isso, eu estou aqui como futuro tio e irmão —.

— Fala, mas você não tem muito tempo —.

— Deixa o meu irmão em paz, se você gosta tanto dele assim deixe-o em paz, não vê aonde isso tudo esta chegando, por conta das suas ações —.

— Por acaso eu ando atrás do seu irmão? Não se preocupe com isso, pode ficar com sua família maluca, se o bebe que sua irmã está esperando for mesmo meu, vou leva-lo para bem longe de todos vocês —.

— Não nos trate como se fossemos os errados dessa história —.

— E não são também? Deixa eu ver, você me bateu porque descobriu que eu transei com seu irmãozinho inocente, que não sabe o que quer, volta e meia aparece na minha casa, para transar ou então para dizer que não quer mais saber de mim. Ah tem a sua irmã também que é uma stalker e faz de tudo para eu ficar com ele, sabe-se lá por quê. Eu não que não quero meu filho ao redor de pessoas assim —.

— E você se acha bom o suficiente para ficar com uma criança? —.

— Eu não sei ser pai, mas eu posso aprender, sua família nunca vai ter sanidade mental, quem você acha que a lei vai priorizar? —.

— Se você ficar com seu filho não vou me opor a isso, mas o meu irmão você não tem o direito de... —.

— Olha só Gabriel, embora você tenha me espancado ainda assim eu respeito muito você, então por gentileza saia da minha sala. Se o seu irmão não quer conversa mais comigo que ele diga pessoalmente, não fique mandando recados, mas se preferir pode dizer a ele para me deixar em paz, cansei de estar me arrastando aos pés dele —.

— Aceite, ele nunca vai ficar com você —.

— Deixa eu adivinhar, se você não pôde ficar comigo, ninguém mais pode não é, você falava tanto da sua irmã, mas você é tão igual a ela. Fica manipulando as pessoas, deixe seu irmão fazer o que ele quer, pare de falar por ele —.

— Você é muito estúpido, não é? Quanta merda você tem na cabeça —.

— Não, é você quem tem merda na cabeça, uma hora diz que me ama, na outra me espanca como seu eu fosse um animal. Eu não tenho culpa que você gosta de mim, então vai fazer alguma coisa, terapia, só me deixa em paz, para de tentar me afastar das pessoas —.

— Então você acha mesmo que eu estou fazendo isso porque quero ficar com você? Por mim você se explodia. Eu disse que eu te amo, isso eu não nego, mas eu amo meu irmão muito mais, sabe o que é olhar para uma pessoa que você acabou de conhecer e sentir que não precisava de nada mais? Você não sabe, eu vi aquele garoto crescer, eu troquei suas fraudas, o ensinei a ler, o ajudei nas lições de casa, fiquei ao seu lado quando ele estava doente, me formei em medicina apenas para cuidar dele se ele precisasse, eu jurei proteger o João, e não vai ser hoje que eu vou quebrar esse juramento, no dia que você entender isso, ou amar alguém tanto assim você poderá questionar minhas ações —.

— Eu não tenho dúvidas que você ama seu irmão —.

— Se não tem duvidas então faça o certo, quando essa criança nascer pegue-a e vá embora para longe, se precisar de uma testemunha para convencer a todos que é melhor que seu filho fique com você eu farei isso, mas deixe o meu irmão em paz, ele ainda é muito novo para certas coisas —.

— Por que acha que esse seu plano é o certo a se fazer —.

— Porque eu sei o que se passa na cabeça doentia da Ana Paula, quando ela descobrir que você traiu ela com o João nada vai segurá-la, e aqui eu te digo Luiz, se acontecer alguma coisa com o João, qualquer coisa, eu te mato, sem nem pensar duas vezes —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

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