Capítulo XXV

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   O tempo passou, devagar, mas passou, eu tentava seguir minha vida, já havia se passado duas semanas desde que vi o Luiz pela última vez, era bem melhor assim, eu apenas ouvi falar sobre ele quando o próprio Gabriel falava. Segundo meu irmão eles ainda não tinham voltado a se falar desde o ocorrido no hospital. Acho que Gabriel e eu estávamos em estágios iguais de nossas vidas, ambos tentando esquecer aquele embuste. Alana tem me ajudado bastante nesses últimos tempos, nos aproximamos ainda mais, confesso que tive um pouco de receio de contar o que aconteceu a ela, mas logo passou, pois ela guardou mesmo segredo.

— E aí como anda esse coraçãozinho? —. Questionou na hora do intervalo.

— Batendo e é isso que importa —.

— E quanto ao fulano, você ainda pensa nele? —.

— Todos os dias, é inevitável, desde a hora que eu me acordo até a hora que eu me deito, aquele desgraçado está em meus pensamentos —.

— Não cobre tanto de si, você já vem se superando a cada dia, não ache que isso vai sumir do dia para noite —.

— Você já gostou de alguém assim? —. Indaguei.

— Já, e me dei muito mal, mas não quero falar sobre isso senão meus traumas voltam —.

— Eu sei, traumas nunca somem, apenas tentamos escondê-los —.

— Exatamente —.

— Não quero gostar nunca mais de alguém daquela maneira que eu gostei —. Alana parecia mesmo ter tidos muitos traumas amorosos no passado, mas não quis ser indiscreto.

— Nos submetemos a tantas coisas João, apenas para manter pessoas que deveriam estar longe por perto, você dá tanto de si para esse tipo de gente, e tudo no final é em vão —.

— Não sabia que você já tinha passado por uma situação tão parecida com a minha —.

— Já passei, mas isso pelo menos me provou que para ser feliz eu preciso apenas de mim mesmo e da companhia de pessoas que devem estar perto de mim, pessoas como você —.

— Eu sempre estarei com você Alana, pode contar comigo para tudo —. Eu lhe abracei, depois disso ficamos sentados em um banquinho no segundo andar do colégio vendo os meninos no pátio e dando nota a eles. Alana realmente tinha um gosto bem peculiar, não podia ver um garoto meio CDF que já começava a babar.

— Cara, você sabe que ele é doido por você, não sabe? —.

— Quem? —. Questionei.

— O Victor, nossa ele é muito bonito amigo, e ele vive de olho em você, todo mundo já percebeu isso —.

— Eu não o acho isso tudo, é bonitinho, mas só acho que ele é bem padrão sabe —.

— João, o menino é perfeito, além de tudo é um amor de pessoa, super educado, inteligente, e tem um corpo —.

— Alana, eu não consigo pensar em me envolver com alguém nesse momento —.

— Não precisa se envolver João, só tenta conhecer a pessoa, se não gostar não se envolve mais, esse é o lado bom de não se envolver, você não tem nada que te prenda —.

— Não sei não, acho melhor ficar quieto mesmo, me envolvi duas vezes com alguém e estou pagando o preço até agora —. Victor estava lendo um livro debaixo de uma arvore, era um livro da capa azul, essa cor combinava muito bem com ele.

— Como boa amiga que eu sou, vou mexer meus pauzinhos — Alana se levantou, apoiando-se no parapeito, e gritou — Victor! —. Nesse momento minha vontade foi de sair correndo dali ele olhou para Alana e a desgraçada estava lhe chamando com a mão.

— Alana, para sua doida —.

— Relaxa amigo —. Ele se levantou, fechou o livro e veio andando rumo as escadas, eu olhei para a Alana, minha vontade era de meter um soco na sua cara.

— Me chamou?! —.

— Chamei gatinho, conhece o João? —.

— Conheço, e aí cara? —.

— E aí —. Respondi totalmente constrangido com aquela situação.

— Que livro é esse? —. Questionou.

— As crônicas de gelo e fogo —.

— Nossa ele livro é muito bom, o João é superfã da série —.

— Sério? —. Me perguntou e logo em seguida sentou-se em outo banco em nossa frente —. Respondi com a cabeça.

— Qual é o seu personagem favorito? —.

— A Daenerys —. Respondi.

— Nossa, eu amo demais ela, sou louco por aquela mulher, uma pena que... —.

— Isso nem vai acontecer nos livros eu acho —. Digo.

— Tomara que não, quero ver ela conquistando tudo o que merece —.

— Assim espero —.

— Victor, um dia desse vi uns vídeos seu dançando —.

— É de vez em quando eu faço isso —.

— Já viu João —. Ela me questiona, minha vontade era empurrar ela lá embaixo.

— Não, ainda não —.

— Posso mostrar para ele? —. Questionou Alana.

— Claro —. A vagabunda pegou se celular, fuçou até achar um vídeo do garoto, eu me pergunto o que ele ainda fazia lá.

— Você dança bem —. O elogio, ele sorri de uma maneira bem legal para mim.

— Meninos, eu tenho que ir ali, a Hilda está me chamando, conversem aí —. Eu tenho certeza de que a Hilda não estava chamando por ela, aquilo foi apenas um pretexto para me deixar sozinho com ele.IHildHI

— Ela é simpática —. Victor falou.

— Sim, um amor de pessoa —.

— Olha, eu sei que é nossa primeira conversa, mas você é bem mais bonito de perto, não que eu te ache feio de longe, eu nem te acho feio na verdade... —. Ele estava todo atrapalhado e eu morrendo de vergonha.

— Você que é bonito —. E isso ele era mesmo, ele era bem mais alto que eu, e bem malhado, não como o Luiz, mas tinha um corpo bem legal também.

— Eu posso pedir seu número? Quer dizer... eu já estou pedindo não é, pode me dar seu número? —.

— Claro —. Eu lhe dei meu número, ele rapidamente me mandou mensagem.

— Bem, eu já vou indo, foi um prazer falar com você —. Disse e esticou a mão para eu apertar, não tive outra escolha senão fazê-lo. Depois disso ele me deu tchau e foi embora. Não demorou muito Alana voltou.

— Alana eu te odeio, eu vou te matar sua vagabunda —

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— Alana eu te odeio, eu vou te matar sua vagabunda —. Eu digo. Ela apenas veio até mim e me deu um abraço.

— Amigo, vocês dois são muito fofos juntos, nossa que dois deuses —.

CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

O Dono do Meu Corpo [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora