Capítulo VII

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                           (João Pedro)

  
   Eu não sei porque raios ele estava sendo legal comigo, apenas aceitei seu convite, só espero que a songamonga da Ana não saiba de nada. Ela ama ferrar com minha vida. Já fiquei de castigo muitas vezes por culpa dela, mas pior era pra ela que apanhava de cinta.

   Olhando por uns instantes para ele percebi que seu corpo era muito diferente do meu, era um corpo que qualquer pessoa queria ter, sem falar naquelas tatuagens, eu achava legal tatuagens, espero que meus pais nunca saibam disso, mas enfim elas me despertavam curiosidade.

   — Com certeza deve estar se questionando por que de tantas tatuagens —.

   — Não, claro que não, longe de mim —. Ele era muito engraçado quando estava envergonhado.

   — Relaxa, eu já estou acostumado —.

   — Mas eu não estava pensando nisso, eu só estava tentando saber o que cada uma significa —.

   — Bem, algumas tem significado, outras não, elas representam momentos da minha vida —.

   — Entendi, desculpa se fui invasivo —.
Ele era um cara muito legal, acho que era por isso que o Gabriel gostava tanto dele, pena que estava se envolvendo com a jararaca da Ana Paula.

                                    •••

   No outro dia meus pais me perguntaram se eu iria mesmo para a casa do Luiz, acho que a Ana tinha falado alguma coisa, acho que eu já percebia a situação, eles estavam me usando pra ganhar simpatia dos meus pais. Mas eu nem ligava, só queria mesmo era jogar videogame.

  — Acho que sim, se vocês deixarem—.

  — Por mim tudo bem —. Meu pai falou.

   Bem e foi assim esses primeiro dias de namoro, eles dois não se desgrudavam, cada vez mais ele vinha aqui em casa. Até que era legal.

   Sexta-feira, ele me mandou mensagem, eu estava na escola, perguntou se eu estaria livre no dia seguinte, no sábado, eu disse que sim. Ele disse que também estaria, então me chamou para ir a sua casa. Eu aceitei, precisava mesmo me divertir um pouco. Ainda bem que Ana não iria, era tão bom ter alguém colocando rédeas nela, afinal ela era uma completa besta quadrada desgovernada e selvagem.

   No mesmo dia Douglas me disse que iria pedir a Hilda em namoro, eu não dava a mínima, mas disse pra ele seguir em frente. Tradução ele pegou um fora e depois tive que aguentar um marmanjo de 18 anos chorando no telefone por cinco horas, por causa de uma menina piolhenta.

   — Eu amo ela demais cara —.

   — É mas ela não ama você —.

   — Poxa João, você poderia ser um pouco menos insensível —.

  Aí nessa palhaçada não fiz nada de legal sexta a noite, fui dormir cedo, bastante cansado.

  Acordei até que cedo no outro dia, fui tomar café, eu quase chamei a polícia quando vi que a Ana estava fazendo café pra mim.

   — Oi, quer panqueca? —. Ela podia ser uma chata, mas cozinhava bem, mas também fez cinco períodos de gastronomia.

   — Ô Ana não precisa disso tudo não, se quer que eu fale bem do seu namorado eu falo. Mas eu aceito a panqueca. E se você disser que eu tenho mal cheiro eu digo a ele que você comia meleca quando era criança —.

   — Só come moleque, eu tenho que ir pra faculdade, o Luiz tá quase chegando, ele disse que vem te buscar. E é melhor você tomar um banho —.

   — Quem tem que se arrumar pra ele é a senhora —. Digo com um pouco de humor e aconteceu um milagre, ela riu.

   Depois de comer meu delicioso café, fui tomar banho, sem pressa, afinal ele podia esperar. Logo em seguida saí e fui vestir alguma coisa, vesti uma bermuda verde que eu adorava, porque ela não ficava muito apertada. Vesti uma camisa azul. Acho que azul combina bastante comigo.

   Quando eu desci as escadas, me surpreendo com Luiz no sofá, ele estava com um boné virado para trás e com uma regata em uma pose bem badboy.
Suas tatuagens estavam bem mais expostas, agora pude perceber que elas eram bem maiores que eu pensava.

   — E aí garoto, pronto pra ir? —. Questionou me tirando do transe, eu tinha ficado bastante aéreo.

  — Sim, claro —.

  Ele então se levantou e caminhou para fora do apartamento, no corredor seguimos para o elevador, ele demorou um pouco para chegar, e para piorar estava lotado, tivemos que nos espremer no elevador, Luiz ficou atrás de mim, e eu estava quase colado nele. A gente acabava se tocando sem querer. Eu me sentia tão pequeno.

   No estacionamento, ele foi buscar seu carro, acho que subestimei ele, pois seu carro era bem bonito, acho que um médico ganha bem mesmo.

 

    — Vamos João, quer um convite especial? —

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    — Vamos João, quer um convite especial? —. Ele me chamou e eu fui, sentei ao seu lado, fiquei mechendo no meu celular a maior parte do tempo, respondendo à minha amiga.

   — Sua namorada? —. Ele questionou.

   — Não, é minha amiga —.

   — Entendi —.

   — Na escola eu tinha muitas amigas também, mas mesmo assim eu sabia diferenciar amiga de outras coisas... —.

   — Por que está me contando isso? —. Questionei.

   — Não sei, só queria saber se você é igual ao seu irmão —.

   — Como? —.

   — Quieto —.

   — Se com quieto você quer dizer sem o mínimo interesse de ficar com alguém, então você está certo —.

   — Por que não ficar com alguém? —.

   — Não tenho vontade —.

   — Mas todo mundo tem vontade —.

   — Eu não sinto essa necessidade de tran... digo de se envolver com alguém, eu tenho alguns interesses, talvez mas isso não passa de pequenos devaneios —.

   — Talvez não tenha encontrado a pessoa certa —. Rebateu em seguida me olhou profundamente, estávamos no sinal. Ele desfez aquele olhar sério com um sorriso, um sorriso bem bonito. Ele era um cara legal.

   Fiquei pensado nisso que ele havia acabado de falar e se eu estivesse destinado a encontrar alguém, certamente essa pessoa estaria bem distante, pois eu nem sabia de sua existência.

   Fiquei olhando o caminho, ele entrou em uma garagem de um edifício bem alto, era um edifício bem chique na verdade.

  — Posso fazer uma pergunta? —. Disse.

  — A vontade —.

  — Você ganha bem assim? —.

  — Sim, isso tudo é recompensa por ser o primeiro lugar da sala, se você é o melhor você consegue fazer o melhor e se consegue fazer o melhor recebe melhor —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

  

  

  

 

  

O Dono do Meu Corpo [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora