Capítulo LXIV

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(Luiz)

   Eu estava dividido, as duas pessoas mais importantes da minha vida estavam precisando de mim, e eu não poderia estar com os dois ao mesmo tempo. João Pedro estava devastado, seu mundo havia caído, ele claramente não sabia o que fazer, nem muito menos como seguir dali para frente. Entre tantas mentiras que sua família lhe contou, ele cresceu e o amor que ele sentia era verdadeiro. Mas seus pais fizeram o pior, não sei se um dia ele será capaz de perdoá-los, não sei se isso está nos seus planos, apenas sei que o que ele desejar eu irei apoiar.

   — Você está com fome amor? Se quiser eu preparo algo para você —. Ele apenas negou com a cabeça ele estava de cabeça baixa.

   — Vem vamos tomar um banho, para você esfriar a cabeça —. Eu o peguei em meus braços, e caminhei com ele até o meu quarto, tirei sua roupa, e o levei até o banheiro.

   Entrei debaixo do chuveiro junto dele, ele me abraçou e colocou sua cabeça no meu peito, no meu banheiro havia um espelho que me dava uma linda, porém triste visão de nós dois.

   — Eu vou cuidar de você está bem? Fica aqui comigo, mora aqui comigo, depois quando for a hora vamos embora, para bem longe de todo mundo, apenas nós tres.—. Ele me olhou bem fundo nos meus olhos, acho que ele não sabia o que fazer. Imagino que tenha sido coisa demais para a sua pequena cabecinha.

   — Eu te amo Luiz, por favor não mente pra mim como eles mentiram —.

   — Ei! Não fala assim, não precisa se preocupar, não vou mentir para você, desde que eu te conheci sempre fui sincero com você, porque eu te quero mais do que qualquer coisa —.

    O olhar perdido e sem rumo dele me assustava completamente, sempre conheci um menino determinado, que sabia muito bem aonde ir, mas agora esse não parecia ser ele.

    Depois do banho, eu o sequei, dei um pequeno beijo no seu pescoço e o apertei bem forte, estávamos completamente pelados.

   — Eu estou aqui meu amor, vou sempre estar aqui com você, eu te amo tanto que chega a doer —.

   — Obrigado, você pode me emprestar uma roupa? —.

   — Claro que eu posso, escolhe qualquer uma ali no closet —.

   Ele escolheu uma camisa qualquer, que ficou um pouco grande e chegava até o meio de suas coxas. Peguei o secador, e sequei seus belos cabelos, fazia várias semanas que eu não estava próximo assim dele, minha saudade era grande, eu queria estar beijando ele inteiro, dos pés a cabeça.

   — João, vem você tem que comer alguma coisa, já estou te achando um pouquinho fraco —.

   — Eu não quero comer nada amor, eu estou sem fome —. Falou de maneira calma e carregada de tristeza.

   — Eu vou pedir uma pizza —.

   Ele apenas se deitou na cama e se virou para o outro lado.

   — Imagino que queira ficar sozinho —.

   — Desculpa, mas é o que eu quero agora, posso ir para outro lugar se quiser —.

   — Claro que não João, pode ficar aqui —.

   Eu me deitei ao seu lado, o agarrei por trás, beijei a sua bochecha, e arrumei o seu cabelo.

O Dono do Meu Corpo [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora