8 - Vencida no próprio jogo

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É que as pessoas falam sobre as guerras mais quase nunca responsabilizam as pessoas que dão início a elas. Voltar a conviver com você diariamente, não estava nos meus planos para a vida. Eu não acordei um belo dia, e entediada, decidi que iria a guerra lutar por você. É que a vida nos prega peças e o que achamos nunca é o que realmente é.

Eu sei que você não é um homem fácil e que cada vez que eu te enfrentar, haverá retalhações. Mas tenho que garantir um plano B. Por isso entro em contato com uma pessoa que irá alavancar meus planos. Não vou permitir que você use seu poder para controlar minhas ações.

Entro no edifício sendo seguida por Rebekka. A mesma irá me apoiar nessa decisão que irei tomar. Estamos indo contra as regras da empresa e se você decidir não aceitar minhas exigências, pode resultar no fim desse projeto.

Andamos em silêncio, estou um pouco apreensiva e ansiosa, quero virar esse capítulo o mais rápido possível. As pessoas nos observavam sorrateiramente, e os cochichos não passam despercebidos.

— Acha que vai dar certo?

— Já descobriremos.

Rebekka não diz mais nada. Tanto ela quanto eu estamos aflitas pelo que virá. Tudo é incerto e mesmo que eu queira vencer, a vitória nesse momento é um tiro no escuro. Não dá pra afirmar o que irá acontecer.

Seguimos rumo ao seu escritório, onde iremos nos encontrar com a bomba que armei. Só eu posso desarma-la e logo você descobrirá que sou muito mais valiosa como amiga do que como inimiga.

Sua secretária tenta impedir nossa entrada ao informar que está em reunião e não pode nos atender. Mas a ignoramos e passamos direto. Ao abrir a porta, meus olhos caem sobre a figura masculina sentado na cadeira confortável atrás da mesa. A postura ereta, pernas cruzadas e um olhar ambicioso de quem acabou de fisgar um peixe grande. Grande ilusão. Ao notar nossa presença, não reage, disfarçadamente franze o cenho em sinal de confusão. O homem a sua frente é minha arma secreta. É um investidor russo que tem estado interessado em investimentos em empresas de grande porte. E também, uma grande aliado meu.

— Posso ajudá-las? — pergunta educadamente. Se eu não soubesse o quanto é ardiloso, até cairia na sua gentileza. — Estou em reunião. Se não for urgente, podem esperar lá fora?

Antes que eu tenha a chance de responder, o homem se vira e rapidamente me reconhece, exibindo um sorriso satisfeito. Vem ao meu encontro, me puxando para um abraço.

— Díaz! Você demorou. Estava me perguntando quanto tempo ainda teria que esperar. — diz, e por cima dos seus ombros, cravo meu olhar no seu, assistindo o sorriso murchar.

— Não foi minha intenção deixar você esperando. O trânsito esse horário é realmente algo... Mas não começaram sem mim, não é?

Ele nega com a cabeça e se vira para você, que finalmente parece perceber o que está acontecendo. Cerra os dentes e sorri.

— Então você é a razão por ele estar aqui. — conclui, contragosto. — Você é uma caixinha de surpresa.

— Me perdoe pela falta de educação em não ter informado antes. Eu sempre apreciei um bom suspense. — Sergej conta. Aponta para as cadeiras vazias, indicando que a gente sente. — Agora sim podemos começar a reunião.

Você se ajeita na cadeira, contrariado.

— Me desculpe mas... não fui informado sobre isso. Você entrou em contato comigo e...

A risada baixa de Sergej te cala.

— Entrei em contato com você a pedido da Caina. — diz. O sorriso desaparece e o semblante sério toma conta do seu rosto. Sergej não é muito amigável ao se sentir contrariado, e eu gosto disso, porque você é exatamente assim. — Eu só aceitei participar dessa reunião porque Caina me garantiu que participaria.

Como Reconquistar Esse Garoto? - IIOnde histórias criam vida. Descubra agora