9 - O que é solidão, afinal?

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"Nunca prometa nada que não poderá cumprir". Que tal sermos mais práticos e realistas e apenas não prometermos nada? Nem sabemos o dia de amanhã e fazemos promessas baseadas no hoje. Não é muito confiável, certo?

Decidi dar um tempo dessa revanche ao me afastar do processo burocrático por alguns dias, assim posso trabalhar com Rebekka e Micael na produção e designer do automóvel. Recebo uma ligação do Sergej, o mesmo pede para se encontrar comigo. Não quero ficar a sós com ele, por isso aviso que levarei Rebekka e Micael comigo.

Nos encontramos num restaurante famoso no centro da cidade. Sinto vontade de recusar e dar uma desculpa qualquer, mas acabo aceitando sem muitas opções. Mesmo que ele seja tão problemático quanto eu, ainda é um bom contato, e um grande empresário. De certa forma, será bom mantê-lo por perto caso você cause problemas.

Nos encontramos pela parte da noite. Me surpreendo por encontrar alguém inesperado, alguém que jamais pensei em encontrar novamente. Alguém que esteve comigo nas minhas piores fases. Não digo isso porque me ajudou a sair delas, mas sim porque me ajudou a me colocar nelas.

Sergej se levanta para me receber com um abraço, e o restante repete o gesto em seguida.

— Pensei que não fosse vim! Já ia ligar pra você. — diz. — Rebekka contou que você tem andado ocupada, por isso apenas esperamos.

Olho dele para Rebekka, agradecendo.

— Se tivessem me ligado, eu teria ignorado. Fizeram bem.

Jay ri, revirando os olhos. O analiso por alguns segundos, me perguntando a razão para estar aqui, e como chegou aqui. Rebekka obviamente não o conhece. Só me resta acreditar que Sergej é o motivo.

— Você ainda continua tão irritante quanto antigamente. Não posso dizer que é bom te ver.

Rebekka rapidamente me olha, assim como Sergej. Estão curiosos.

— Vocês se reconhecem? — Sergej pergunta. Tento negar essa parte da minha vida.

Jay o responde.

— Somos amigos de infância.

Reviro os olhos.

Fomos amigos de infância. — corrijo, e ele ri.

— E namorados. — acrescenta, causando surpresa no restante. Torno a revirar os olhos.

— Bem, éramos jovens e tolos, eu quase me esqueci.

Todos riem. Sento-me em um das cadeiras vazias e rapidamente começamos a conversar. O assunto principal é o projeto, e através disso, descubro que Jay assumiu as empresas da família e tem trabalhado com Sergej em outro projeto. Um tempo depois, Sergej pede por um champanhe com a desculpa de que devemos comemorar nossa possível parceria. A gente brinda e continuamos a conversar.

— Olha só quem está aqui. — ouço a voz baixa da Rebekka próxima ao meu ouvido. Com a cabeça, aponta para um lugar específico do restaurante, fazendo com que eu vire à cabeça. — A realeza também frequenta os mesmos lugares que os plebeus.

— O famoso diamante lapidado. — Sergej comenta, acompanhando nosso olhar. — Quando me ligou, me oferecendo essa oportunidade de investimento, fiquei mais curioso em trabalhar com ele do que investir meu dinheiro. Ouvi que ele é muito inteligente.

De longe te encontro. Está sentado sozinho numa mesa afastada ao lado das grandes vidraças. O olhar centrado no céu escuro, que nos contempla com uma lua cheia. Está magnífico, quase posso sentir o ar se tornando mais sufocante, assim como a atmosfera. Usa um terno preto com uma camisa social preta, sem gravata, o relógio brilha no pulso, o olhar intenso atrai olhares. O cabelo escuro solto, tão liso e macio quanto seda. Os movimentos elegantes e sutis são tão interessantes quanto hipnotizantes.

Como Reconquistar Esse Garoto? - IIOnde histórias criam vida. Descubra agora