25 - Nosso fim (C)

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Eu não queria te machucar ou te decepcionar, mas fora necessário para que aprendêssemos a nos amar. Só que dessa vez eu não tentei te esquecer. Eu acho que já sabia que não era capaz de te esquecer quando você me olhou apaixonadamente e me desejou boa sorte com minha nova vida. Ainda assim, algo era certo até um tempo atrás: eu não voltaria pra você. Mas quando Abie contou que iria se casar, algo mudou. O primeiro pensamento que veio a cabeça foi: e se fosse você naquele altar casando com outra pessoa? Eu ainda tenho o anel que guardei como lembrança dos melhores dias que vivi.

O fato de eu ainda guardar esse anel com tanta segurança, significa que ainda sustento a possibilidade de dá-lo a você.

— Aceita uma dança?

Eu ainda não gosto de dançar e faço o que for preciso para evitar. Desde que dançamos naquele restaurante em Seul, nenhuma outra companhia supriu a sua e todas as danças se tornaram ainda mais angustiantes. Acho que é sobre isso que dizem quando te aconselham a não fazer coisas que não gosta pela pessoa que gosta, porque você acaba se acostumando a isso e quando algo acontece e vai contra a isso, acaba deixando cicatrizes.

Mas sejamos sinceros, tudo se torna um bom motivo para não fazer nada quando se está com o coração partido. Inventar uma desculpa para isso não mudará o fato de que está permitindo que alguém tenha tanto poder sobre você.

— Mas você não gosta de dançar...

Automaticamente sorrio. É, Caina, eu realmente não gosto.

— É só uma dança.

Você reluta durante alguns segundos e penso que irá recusar, mas estende a mão e levanta, cedendo ao meu pedido. Ao segurar sua mão, sinto uma energia excepcional sendo transferida pra mim, correndo pelas minhas veias. Todo o meu corpo estremece como resposta. Esse é o tipo de poder que o seu toque tem sobre mim, Caina.

Os outros convidados começavam a nos observar, e sorrateiramente encontro o olhar do Vale, Kart e Lucas sobre a gente. Eles sorriem e balançam a cabeça, como se tivessem consentindo esse relacionamento que se arrastou por tantos anos. Me dão a impressão de que estão aliviados por - finalmente - estarmos caminhando na direção certa.

Se aproxima de mim e envolvo tua cintura com meu braço, te puxando para mais perto, porque mesmo há centímetros de distância, ainda soa distante demais. Sua fragrância doce invade minhas narinas, já não é o mesmo cheiro que lembro. Honestamente falando, quase nada em você é familiar, Caina. Quando nos reencontramos na Suíça, antes do meu acidente, imediatamente notei que você não era a mesma garota por quem me apaixonei perdidamente. Essa é a beleza de se apaixonar por alguém, não é? Você me deu a oportunidade de me apaixonar por todas as suas versões.

Seu rosto vai até o meu pescoço, inconsciente do ato, pousa o queixo no meu ombro, e eu vou ao céu. Meu coração bate tão rapidamente que tenho a leve sensação de estar a ponto de perdê-lo pra você.

— Você ainda não aprendeu a dançar...

Sorrio.

— Não achei necessário. — respondo naturalmente. Ouço sua risada baixa e sensual, e perco a capacidade de te manter longe. — Ainda está desempregada?

Dá de ombros, como quem não se importa muito com o futuro. Mais uma prova de que não é mais a Caina de dez anos atrás.

Sei o que fez. Talvez tenha sido a inércia da bondade e você fez isso para me ajudar, ou apenas foi mais uma atitude egoísta pensando apenas em si mesma. Sendo sincero, não importa muito as razões. Só sei que desistir desse projeto e se demitir, me deu a oportunidade de conseguir manter o controle sobre ele, porque sem você no caminho, só restou eu - com competência suficiente - para assumi-lo.

Como Reconquistar Esse Garoto? - IIOnde histórias criam vida. Descubra agora