Capítulo 8

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Caminhando para o heliponto de Homeland, Francisca tentava controlar seus batimentos cardíacos. Nunca voara de helicóptero. Mesmo suas viagens de avião foram feitas à base de muito calmante natural, pois era uma dessas pessoas que tinham simplesmente pavor de altura, seja lá qual fosse. Pensara que iriam de carro para a Reserva. Ao seu lado Rodney estava muito animado; ele já voara de helicóptero uma vez e amara.

Jericho e Wind os ladeavam, apesar de acharem difícil acompanhar o passo dos dois. As pernas longas venciam a distância com facilidade, quase deixando-os para trás.

Chegaram próximo ao helicóptero e ela abaixou a cabeça, apavorada com as hélices rodando. Jericho parou diante da porta do aparelho.

- Venha, eu a ajudarei. - gritou, acima do ronco ensurdecedor.

Ela mediu a altura do piso do helicóptero reconhecendo que jamais conseguiria subir sem ajuda. Wind subiu no aparelho e estendeu a mão para Rodney, que fez uma cara assustada, mas agarrou a mão do Nova Espécie. Francisca esperou que Jericho fizesse o mesmo, mas ele a segurou pela cintura e a colocou dentro do aparelho. Ele entrou com facilidade e se sentou ao lado dela. Francisca preferia sentar-se com Rodney, porém Wind já se sentara ao lado dele.
Jericho puxou o cinto de segurança dela e o afivelou. Francisca reparou nas mãos grandes que roçavam em seu quadril. Apertou os lábios, tentando não olhar para o rosto dele de perfil com o seu. Ele era grande, muito grande.

Jericho e Wind colocaram grandes fones de ouvido e Jericho fez sinal para o piloto e logo levantaram voo.

- Oh, meu Deus! - ela exclamou quando o aparelho se elevou. Sentiu como se o coração subisse pela garganta ao ver o chão se afastar.

O aparelho tomou mais altura e se inclinou, enquanto fazia uma curva. Francisca gelou, seu estômago se apertando. O helicóptero disparou à frente e ela gemeu, assustada. Aquela experiência estava sendo horrível!

Procurou respirar fundo e pausadamente, mas seu corpo tremia. Rodney a olhou, preocupado, e disse algo, mas ela não conseguiu entendê-lo. O barulho era ensurdecedor! Segurava o banco com tanta força que sua mão doía.

Jericho tocou em sua mão e falou para ela.

-... bem?

Ela balançou a cabeça, mentindo. Não estava nada bem. Suava abundantemente e logo sua pele estava com um brilho gelado.

O aparelho sofreu um solavanco forte causado pelo vento contrário e ela gritou. Muito assustada, cobriu os olhos com as mãos. Outro solavanco a lançou para a frente e ela gritou novamente, apavorada. Sua respiração se tornou curta e acelerada e ela sentiu-se zonza.

- Francisca! - ouviu a voz de Jericho, mas ela parecia distante.

Um zunido começou em sua cabeça e ela se sentiu sem ar. Recostou a cabeça no banco, mas logo sentiu-a pendendo para o lado. Estava desmaiando! Não ouviu o grito de Rodney, nem a voz de Jericho ao seu lado, só notou a escuridão que a cercou.

Sem saber quanto tempo havia passado, começou a ouvir o barulho das hélices. Sentiu o vento em seu corpo e, pouco a pouco, sua mente clareava. Seu corpo estava preso, aconchegado contra algo parecido a uma grande almofada, entretanto era algo que se movia. Tentou discernir o que era. Sua bochecha estava encostada a uma parede quente e ouviu batidas rítmicas. Era um coração?
Abriu os olhos e viu primeiro o céu através da janela, depois bíceps enormes. Se mexeu e viu que o bíceps pertencia a um braço enorme que a segurava; estava presa num casulo quente e confortável. Virou o rosto para o lado e Rodney a olhava com o rosto assustado, enquanto Wind parecia tranquilo. Ergueu o rosto e deu com um queixo quadrado e liso, virou o rosto para o outro lado e seu nariz colou-se à pele firme de um pescoço. Estava no colo de Jericho!

Muito surpresa, afastou um pouco o rosto e olhou para ele. Um par de olhos vermelhos a fitava e ela engoliu em seco. Ele não parecia aborrecido por segurá-la. Mexeu o corpo e sentiu os músculos rígidos contra a sua bunda.

- Ah! - exclamou, sem saber o que dizer.

Ele tirou o fone e encostou a boca ao seu ouvido.

- Sente-se melhor?

Ela tomou ar. Estava realmente aconchegada contra ele.

- Eu desmaiei? - perguntou o óbvio.

- Sim. Está zonza?

Ela estava era muito confortável entre os braços musculosos! Sentiu-se pequenininha entre eles.

- Acho que não.

Ela balançou a cabeça e se calou. Francisca esperou que ele a soltasse, mas isso não aconteceu. Suas pernas balançavam no ar e ele a mantinha firmemente presa a ele. Constrangida, tentou afastar seu corpo do dele, contudo Jericho não afrouxou o abraço. Ela olhou para Rodney e ele fez um sinal de ok. Francisca deu-lhe um sorriso sem graça.

Sem saber o que fazer, ela fechou os olhos e relaxou o corpo. Estava cercada pela rijeza dele e pelo cheiro que sentira na noite anterior. Era algo primitivo e não se parecia com nenhum perfume que conhecia. Aspirou disfarçadamente na tentativa de identificar o aroma.

Me lembra a natureza... Árvores, terra molhada...

Muitos minutos se passaram e ela se sentia leve como uma pluma. A última vez que estivera no colo de um homem fora no do seu pai e não tinha dez anos na época. Pensou nos seus muitos quilos acima do peso, que ele parecia não sentir.

O helicóptero começou a se balançar e ela arfou, assustada. Gemeu, temendo que os solavancos acabassem por derrubá-los. Segurou-se no braço dele quando o movimento piorou e Jericho a apertou contra ele, a presença do corpo quente acalmando-a. Ele fez um barulho que ressoou em seu peito, uma barulho que ela ouvira na noite anterior. O corpo seminu dele atravessou sua mente e se lembrou que ele estivera muito próximo dela, mas não como naquele momento.

De repente, o absurdo daquela situação a tocou. Suas nádegas estavam placidamente descansando sobre o colo dele. Um colo amplo e firme. Um colo amplo e firme com uma protuberância. Uma protuberância alongada e muito dura. Ela sentiu seu rosto esquentar.

Não é nada disso. Estou imaginando coisas! - pensou, enquanto se remexia discretamente, mas o músculo rígido continuava ali.

Ergueu novamente o rosto ao mesmo tempo que ele abaixou o seu. Sentiu o hálito quente com um cheiro doce, ela achou que era cereja.

-Se o senhor quiser, pode me soltar. - falou contra os ouvidos dele, muito constrangida.

Ele não respondeu, mas a olhou de um modo muito estranho. Francisca tentou relaxar mais o corpo, porém a sensação contra suas nádegas aumentou. Definitivamente estava sentada contra o pênis dele! Ruborizou-se. Estava exagerando ao achar que ele estava... estava...

Por que ele está excitado? Me detesta!

Ela namorara apenas dois rapazes, mas não era ingênua, Já sentira uma ereção antes e aquela era uma bem grande!

Jericho encostou novamente a boca em seu ouvido.

- Me desculpe. - ele sussurrou.

JERICHO: Uma história Novas Espécies 2Onde histórias criam vida. Descubra agora