Capítulo 10

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Quando ouviu o pedido de desculpa de Jericho, Francisca pensara em dar uma resposta petulante ou acusá-lo de assédio sexual, entretanto estava com tanto medo da viagem de helicóptero que engolira a pretensa ofensa e continuara aconchegada em seus braços. Sabia que se sofressem um acidente ele não conseguiria protegê-la, porém a sensação de segurança a acalmara.

Passara o restante da viagem usufruindo da proteção dele e quando não sentira mais sua ereção, decidira deixar aquilo para lá. Era uma mulher não era? Aquele homem extremamente másculo se sentira excitado com o seu corpo? Por mais chocada que estivesse, não faria um escândalo por aquilo.

Com o fim da viagem a vergonha a tomara. Dera um vexame! Mas sua coragem tinha limites e viajar de helicóptero definitivamente extrapolara qualquer limite.

Gostaria de ter saído do colo dele, mas sua cabeça continuara a girar, então continuara no seu ninho de músculos. Ficara impressionada com a força dele, pois a carregara sem o mínimo esforço.

Agora, enquanto o jipe os levava até a sede da Reserva, sentia o braço dele protetor sobre os seus ombros. Nunca fora carregada no colo, nunca se sentira tão protegida nos braços de um homem.

Um homem-fera... - pensou, admirando as pernas longas e grossas. Subiu o olhar e comparou o peito largo com o do seu último namorado. Era uma diferença enorme! Pobre Maxwell, era um nerd magricelo e pálido, anos-luz do musculoso e bronzeado Nova Espécie!

Quando olhou para o rosto dele percebeu que ele já a olhava. Piscou rapidamente, desconcertada.

- Sente-se melhor? - ele perguntou.

- Sim.

- Ainda está tonta?

Eu estou, claro que estou!

- Não.

- Que bom.

Ele continuou a olhá-la. Os olhos vermelhos eram realmente amedrontadores e não combinavam com a gentileza que ele demonstrou por ela.

- Muito obrigada... por tudo.

- Não foi nada.

De repente ela se lembrou da excitação dele e seu rosto pegou fogo. Ele arqueou uma sobrancelha e ela se deu conta que ele devia imaginar no que pensava.

O jipe estacionou na frente do Hotel, que atualmente funcionava como a sede da Reserva e moradia de muitos Novas Espécies.

- Chegamos. - o motorista exclamou e virou-se para trás. - Quer ajuda com as bolsas?

- Não precisa, Ven, obrigado.

Jericho desceu do jipe e estendeu as mãos para ela. Francisca hesitou, porém entendeu que ele a desceria. Ficou quieta, enquanto ele a segurava pela cintura e a colocava no chão.

- Obrigada.

Ele apenas balançou a cabeça e foi pegar as bolsas.

Francisca admirou a entrada do prédio. Estivera ali há alguns meses e sempre se admirava em como as Novas Espécies conseguiram criar um habitat tão agradável. Era tudo muito organizado e sustentável.

- Consegue andar sozinha? - ele perguntou, tirando-a da distração.

- Ah... eu consigo.

Rodney veio ao seu encontro.

- Estamos aqui. - sussurrou, como se fosse um segredo.

Francisca entendeu a reação do amigo. Na última vez que estiveram ali ele se sentira vigiado por todos os lados, se assustando com a curiosidade dos espécies.

JERICHO: Uma história Novas Espécies 2Onde histórias criam vida. Descubra agora