Capítulo 28

2.8K 257 26
                                    

Voltando para o quarto, Francisca sentia-se zonza. Tanto havia acontecido num curto espaço de tempo!
Entraram no elevador e Rodney olhava apavorado para as escoltas. Francisca só conseguia imaginar que o amigo havia surtado!
Wind segurava Rodney que gritava por socorro.

- Francisca, Francisca, corra!

- Calma, Rodney!

- Eles vão sumir com a gente! Peça socorro!

Wind apertou o abraço que dava no rapaz.

- Fique quieto, ou eu o farei.

- Me solta!

- Quieto! - Wind rosnou em seu rosto, as presas quase tocando no nariz de Rodney.

Rodney arfou e parou de gritar.

- Francis... - resmungou.

Francisca tentou acalmá-lo.

- Tudo vai se resolver, Rodney.

- Resolver? Estamos presos!

Ela olhou para Jericho, mas ele não fez comentários.

- Tente ficar calmo, amigo.

A porta do elevador abriu e Rodney fincou o pé, porém Wind simplesmente o ergueu e o carregou para o quarto.

- Espere! - Francisca gritou, entretanto Wind não parou.

Atordoada, apenas seguiu Jericho até seu quarto. Ele abriu a porta.

- Entre. Descanse. - sugeriu, soltando sua mão.

Francisca entrou no quarto, mas manteve a porta aberta. Seu coração ainda estava acelerado da reunião, porém sentia a necessidade de falar com Jericho.

- Você... você ficou chateado, porque acusei a ONE. Mas agora... O que foi isso?

- Justice precisa de tempo para resolver a questão.

- Mas somos prisioneiros da ONE?

- É como Justice disse.

- Mas não podemos... não podemos ser forçados.

- Sigo ordens, Francisca. Se Justice deseja que você fique aqui, eu farei com que seja desse jeito.

Ela sentiu lágrimas se formando em seus olhos.

- Não é correto...

Ele ficou calado. Francisca admirou o corpo musculoso, o rosto que sabia que podia se tornar feroz e não conseguiu controlar as lágrimas.

- Eu pensei... pensei que estávamos nos entendendo. - ela o encarou, tão calado e sério. Como estava diferente na hora do almoço! Sabia que dissera palavras pesadas que feriram Jericho mas, naquele momento, elas pareciam fazer sentido. - Eu quero ir para casa...

Jericho olhava para suas lágrimas com um certo espanto; deu um passo e parou à porta.

- Só posso te dizer que nós somos muito justos.

- Mas...

- Está assustada?

- S-sim.

Ele inclinou a cabeça para o lado.

- Comigo?

Francisca respirou fundo, tentando controlar as lágrimas.

- Eu não... não sentia mais medo... Agora, não sei...

- Não quero que sinta medo de mim.

Ela abaixou a cabeça e cobriu o rosto com as mãos. No momento seguinte, sentiu as mãos dele a puxando. Jericho a envolveu num abraço. Francisca não sentiu medo, pelo contrário, os braços dele lhe deram um grande conforto. Descansou o rosto no peito dele.

JERICHO: Uma história Novas Espécies 2Onde histórias criam vida. Descubra agora