Prólogo

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Por Cassie


— Uau! Olha só... você foi muito bem! - Disse entusiasmada e orgulhosa, após ouvi-la reproduzir no piano toda a sequência de notas com perfeição. — Parabéns!

— Obrigada. - Respondeu Taylor timidamente com seu sorriso de covinhas.

De repente nos assustamos com um barulho vindo da sala. Escutamos gritos e vozes altas, mas não conseguimos compreender o que era dito. Taylor se levantou e correu, eu fui atrás dela.

A menina ficou assustada ao ver o pai muito bravo gritando com seu irmão, Mike. 

— Pare com isso! Você só está assustando eles. - Falei sem conseguir me conter.

— E você quem é? - Ele perguntou rispidamente, apertando os olhos tentando lembrar se me conhecia.

— Eu não sei o que o Mike fez, - ignorei totalmente sua pergunta — mas assim só está assustando ele e a Taylor. 

— Por isso não devia se meter, você não sabe o que está acontecendo aqui. 

— Eu me meto sim porque sei que o Mike está sentindo falta da mãe e  precisa de um pai e não de um louco gritando e assustando ele.

— Acho melhor você sair da minha casa.

— Tudo bem então, eu vou sair, mas você está errado. - Bufei e dei as costas, me retirando do local.

— Desagradável.

Consegui escutá-lo se referindo a mim, me fazendo apertar os passos, queria sair dali o mais rápido possível. Que homem insuportável! 

Contudo Taylor, ainda assustada, foi atrás de mim.

— Cassie, por favor, não vá embora. - Falou deixando algumas lágrimas rolarem por seu rostinho delicado. 

Me abaixei para igualar nossa altura e segurei delicadamente em seus braços. 

— Calma. Vai ficar tudo bem. Porém eu tenho que ir agora. É melhor eu ir do que seu pai me proibir de te ver, pois foi a Stella que me contratou. E eu não quero deixar de te ver. - Ela assentiu. Eu peguei em sua mãozinha e fomos até Greta, que parecia incrédula ao ver a cena.

— Eu nunca o vi assim. - Disse Greta tentando entender o que estava acontecendo. 

— Agora eles precisam de você. - Greta assentiu. E sussurrou para Taylor ir para seu quarto que ela iria em seguida. A pequena se despediu de mim rapidamente. 

— Vai mesmo ir, Cassie?

— Tenho que ir. Afinal seu patrão me expulsou. E acho que ele nem sabe o que faço aqui. Não quero que ele acabe proibindo as aulas que dou a Taylor.

— Concordo. E não se preocupe. Ele vai esfriar a cabeça... vai ficar tudo bem. 

— Espero que sim, Greta, pois não é jeito de tratar os filhos. - Nos despedimos com um abraço rápido porque ela queria ver como as crianças estavam. E eu fui embora, amaldiçoando aquele homem em meus pensamentos.



Dois dias depois,  no final da tarde:


Por Luke


Estava há um tempo esperando pela Senhorita Salazar, mas ela ainda não tinha aparecido.
De repente a avistei saindo do carro e dizendo alguma coisa a motorista, logo em seguida começou a andar em direção a seu apartamento. 

Ela com certeza me viu, mas me ignorou como se eu fosse mais um poste da rua.

— Senhorita Salazar? - Chamei num tom calmo, no entanto a ouvi bufar. — Cassandra, por favor. - Ela suspirou alto e  continuou andando. Realmente eu não estava acertando. — Precisamos conversar. - Eu insisti.

— Eu não tenho nada para falar, Senhor Morrow. - Ela me respondeu sem parar de andar.

— Não precisa falar. - Respondi dando alguns passos em sua direção. — Só escuta, por favor, o que tenho a dizer.

Finalmente ela parou e virou em minha direção.  Arqueou suas sobrancelhas,  num sinal para que eu continuasse.

— Você estava certa ... está certa. Por isso vim me desculpar. 

— Deveria se desculpar com seus filhos.  - Ela disse séria, encarando ferozmente meus olhos. 

— Eu fiz isso. Ou pelo menos estou tentando... mas preciso me desculpar com você também. 

— Hum... Tá, Senhor Morrow, vamos entrar. Me chame de Cassie. E só pra constar, o que me irrita mais do que me chamarem de Cassandra é me chamarem de Senhorita Salazar!

— Tudo bem... Cassie. 

— Vamos entrar Senhor Morrow. 

— Luke. Então me chame de Luke. - Ela revirou os olhos. Segurei meu riso porque parecia que aquilo não ia acabar nunca. E irei provocá-la mais um pouco, ah irei sim. — Senhorita Salaz

—  Entendi. - Ela me interrompeu. — Luke. Tudo bem... Vamos entrar ... Luke.

Ela virou e foi em direção ao seu apartamento e eu a segui.



Prólogo Revisado.


Vermelho + Azul = AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora