Na manhã seguinte foi a última vez que minha mãe tomou o chá de canela e boldo.
Porque de tarde seu filho morreu.
🧠🫀
Acordei tarde e, sendo sábado, não me preocupei em arrumação. Fui de pijamas até a cozinha, me deparando com a mamãe bebendo mais uma caneca daquele chá enjoado.
-- Bom dia. – cumprimentei, esfregando os olhos.
-- Bom dia filha, dormiu bem?
Sorri.
-- Dormi. E me sinto bem melhor hoje, embora ainda haja resquícios do desconforto de ontem. Minha cabeça dói, fadiga, mas nada demais.
Ela assentiu e lhe devolvi a pergunta:
-- E você, acordou melhor?
Ela sorriu de volta, mas não respondeu.
-- Mãe...
Ela levantou as mãos em rendição e falou cansada:
-- Eu estou melhor, ok? Um pouco de cólica não vai me matar.
-- Pode não te matar, mas e o bebê? – Questionei.
Ela mordeu os lábios e respirou fundo, então percebi que eu devia ter ido longe demais. Ela realmente não estava bem e não era culpa dela.
-- Mãe, me desculpa, tá? – suspirei, coçando a nuca – Eu não deveria ter falado iss-
-- Tudo bem. – Ela me interrompeu. – Você está certa, eu tenho que me cuidar. Pelo neném. Mas parece que tem uma bomba de hormônios explodindo dentro de mim. Fiquei inconsequente de repente.
Ela pegou a caneca e andou até o quarto em passos fracos. Peguei uma banana e a acompanhei. Lhe daria suporte enquanto papai estava fora.
Chegando ao quarto a ajudei a se sentar e ela bebeu aquele chá enquanto ligava a TV. Assistimos a algum filme romântico para que ela relaxasse, mas tudo o que acontecia era eu afundar em tédio e minha mãe ficar mais desconfortável a cada minuto. Ela remexia-se, inquieta, como se algo a incomodasse.
Resolvi ler seus pensamentos:
*Como dói! Estou assustada... E se algo acontecer ao bebê por minha negligência?*
Minha consciência pesou e eu a abracei e tentando onfortá-la.
-- Você está tentando ser mais forte do que precisa ser. Mas tem cuidado muito bem de meu irmão ou irmã. Fique tranquila.
Ela concordou num aceno e voltamos ao filme, tentando ocupar a mente, nem que fosse com uma encenação péssima como essa. Porém, mesmo após todo discurso, ela continuava inquieta. Não por ansiedade, mas porque doía, e não parecia melhorar.
Saí da cama e fui até a cozinha para preparar uma compressa de água quente. Vaso dilatação supostamente ajuda em situações assim.
Liguei o fogão e coloquei a água enquanto buscava a bolsa de borracha. Fiquei de pé esperando alcançar fervura, e quando aconteceu eu fiz a besteira de pegar logo na alça.
-- Quente! – Quis gritar quando senti a mão queimada. – Ai meu dedinhos lindos.
-- Está tudo bem aí? – Escutei minha mãe perguntar do quarto, sua voz sofrida.
— Tudo! — Respondi enquanto colocava a mão na água gelada da torneira. Droga, isso ficaria doendo.
Peguei a toalha e segurei a leiteira, despejando a água fumegante na bolsa. Fechei bem e enrolei-a na toalha, a levando apressadamente ao quarto. Entreguei a minha mãe, que agradeceu e colocou sobre a barriga.
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In my Mind -- Anya X Damian
FanfictionDurante anos, Anya lutou para se tornar uma aluna imperial e se aproximar de Damian. Nunca teve real sucesso, mas sua vida dá uma virada brusca quando algo abala a Operação Strix e sua família de "mentirinha". *Sinopse temporária* História de Isabe...