ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟚𝟘: Quebra-cabeça incompleto

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Nota da autora:

referente a mim e vocês:

Me desculpem pela demora. Eu estava demotivada, e tinha perdido a capacidade de ver beleza e criatividade nas coisas. Quando escrevia, apagava tudo, frustrada demais com a minha escrita para continuar. Mas ainda assim vocês me esperaram e motivaram, me apoiaram mesmo quando eu não tinha nada a oferecer. E esse cuidado me ergueu, e agora estou aqui, tentando mais uma vez retribuir, completar o que comecei. Infelizmente, eu ainda estou enferrujada. Passei muito tempo improdutiva, e minha escrita não tem o mesmo encanto, porém espero que entendam aqui a mais sincera tentativa de criar um capítulo satisfatório para vocês.

Um beijo na testa em todos.


Amo vocês.

referente ao capítulo:

Esse capítulo é muito importante 'pro desenrolar da história, e por isso é um dos poucos com um ponto de vista diferente. Quero ressaltar que coloquei tecnologias que podem não condizer com o período da obra original, já que não há um consenso absoluto a respeito dos anos em que se passa. Tentei manter o mais fiel possível ao período, mas peço licença poética para adaptar a história a meus critérios também :)

Damian pov:

Anya Forger.

Minha namorada, melhor amiga e confidente. Um porto seguro em qualquer tempestade. Um farol.

E um mistério.

Ela havia me contado muita coisa, mas as histórias não batiam bem. E havia ainda uma memória distorcida de minha infância que instigava. Anya tinha uma família incomum, mas e ela?

Era como um quebra-cabeça com peças faltando.

Matutava, dentro do meu quarto, sentado na beirada da cama. Assim que Loid (com uma roupa diferente?) voltou ao hospital, me dispensou e pediu que eu voltasse para casa, descansasse e assimilasse as informações.

Mas quanto mais eu pensava mais estranho tudo parecia. Por que ela estava chorando quando a vi? Por que agia como se fosse me ferir? Não fazia sentido.

Estava preocupado.

Massageei as têmporas, me jogando contra a cama fofa e tentando lembrar com mais clareza do sonho. Sonho estúpido e sem razão, provavelmente uma memória fabricada e com certeza uma alucinação pessoal.

Mas eu não era mais capaz de ignorá-lo.

Pois despertara em mim uma memória vívida e antiga, que remontava aos tempos que meu pai se enfurnava em seu laboratório, num prédio afastado de casa. Às vezes, minha mãe estava ocupada demais com os estudos do meu irmão, e eu ia com meu pai para esse prédio.

Ele me deixava no último andar e falava para permanecer ali. Então descia e lá permanecia por horas e horas. O prédio tinha ótimo isolamento acústico para parte de fora, mas por dentro era outra história. Não foram poucas as vezes que me peguei perturbado pelos gritos. Pior, gritos agudos e sofridos, que se assemelhavam aos de crianças como eu.

Certa vez, estive curioso demais para resistir.

Chamei o elevador, pensando se deveria mesmo fazer isso, mas ao escutar mais um grito cortando o ar, enquanto as luzes industriais falhavam, decidi que era minha obrigação fazer algo. Alguém estava sofrendo muito, e eu estava cansado de me alienar a isso.

Sentia, sem explicação, a genuína necessidade de tomar uma atitude. Em minha pequenez e inocente infância, percebi que era crucial, que se eu não ajudasse a quem estava a meu alcance, jamais conseguiria ajudar ninguém.

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⏰ Última atualização: Sep 01 ⏰

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In my Mind -- Anya X DamianOnde histórias criam vida. Descubra agora