ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟠: Expondo as cartas do jogo

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Eu estava começando a aceitar algumas coisas, o que era bom.

A primeira, e talvez mais desconfortável, é que eu gostava do Damian. Talvez por seus olhos, seu cheiro, sua preocupação, suas provocações, sua honestidade, ou quem sabe apenas seu modo de agir. Ainda não sabia exatamente o que me deixara assim: tão perdidamente apaixonada.

Mas antes de resolver as coisas com ele, eu tinha que falar com outra pessoa: Becky, minha melhor amiga.

Eu estava sendo evasiva e impessoal com ela nos últimos dias, e ela não merecia isso. Aproveitei a bela manhã de sábado, e a trégua que as dores me deram e resolvia convidá-la. Mas precisaria a levar para seu habitat natural: O shopping.

Marquei com ela, e já cheguei a puxando para a praça de alimentação. Paguei um milkshake para ela, na esperança de amaciar seu coração, mas a cada segundo que se passava, mais esquisita sua cara ia ficando. Ela já sabia que tinha algo errado, então resolvi ir direto ao ponto.

-- Amiga, tem muita história pela frente, então paciência, 'tá?

Ela concordou com a cabeça, e eu comecei a lhe contar, tudo. Contei até a parte de termos ficado presos na sala, obviamente lhe omitindo nossas conversas e meu mau estar, aquilo era algo que realmente não devia ser revelado.

Terminava a história, e ela ainda não havia dito nem uma única palavra.

-- E basicamente ontem eu o encontrei, e ele se mostrou tão preocupado comigo, e seus olhos eram tão lindos. Mesmo eu só tendo "baixado a pressão", Damian me ajudou e apoiou. Cantarolou para mim, acredita? E a voz dele é tão linda... Acho que estou apaixonada.

Baixei minha cabeça, sem coragem para encará-la. Bloqueei seus pensamentos, não querendo ver sua indignação. Mas logo senti sua mão pegar meu queixo, me fazendo levantar o olhar. Colocou suas mãos em minha bochechas e me olhou como Yor o fazia: como uma mãe orgulhosa.

-- Oh, Anya... Estou tão feliz por você. Está tão grande, cresceu tanto. Admitir essa paixão certamente foi uma das decisões mais sensatas que você já fez. Até porque você tem reciprocidade, e não precisa experimentar o amargor de um amor unilateral.

Enrubesci, sentindo meus olhos lacrimejarem: estava tão feliz de compartilhar isso com ela. Ela levantou da cadeira e me abraçou, e depois de vários segundos me sentindo acolhida, afastou-se e bateu palminhas de empolgação.

-- Meu Deus, é tão bom ver isso acontecer! Sabe o que temos que fazer agora? Compras para comemorar! Você vai sair daqui nem que seja com um vestidinho; eu pago.

Sorri, me sentindo feliz por ter a boa e velha Becky novamente.

E assim foi gasta uma tarde inteira, provando dezenas de vestidos e ficando com um. Era lindo, eu só precisava de uma ocasião para usar. Problema da Anya do futuro, ela que arranje um jeito, pois eu quero mais é curtir a tarde.










Capítulo curtinho só pra vocês pegarem o ritmo. Queria ver essas duas se resolverem.

E espero de verdade que acompanhem esta história com muito entusiasmo, provavelmente será a última.

In my Mind -- Anya X DamianOnde histórias criam vida. Descubra agora