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— Qual a chance de você dar pro Queiroz hoje?– Mantuan gargalha no FaceTime.

— Gustavo!– Quase me queimo com o babyliss por culpa de Mantuan.

— To falando sério, pô. "Vai de vestido."– O mesmo imita a voz do camisa trinta e sete.

— Você é muito deselegante. Mas porra... ele é gostoso, né?– Digo, e faço meu melhor amigo rir.

— Eu não sou o seu melhor amigo gay de comédia romântica, não. Mas que ele faz seu tipo, ele faz.

— Obrigada!– Reviro os olhos.

— Mas, cuidado, Isa.

— Por que?

— Você sabe que o Piton é afim de você.

— Que nada, eu já te falei que você é maluco por achar isso.

— E eu já falei que você é maluca por não acreditar em mim. Eu sou homem, eu conheço.

Continuo me arrumando e conversando com Gustavo, ignorando esse papo.

Um tempo depois eu recebo uma mensagem de Eduardo em meu celular, que dizia: "Cheguei, morena!".

Dou um sorriso, eu me despeço de Mantuan, e me olho pela última vez no espelho, e dou uma risada ao ajeitar meu vestido azul marinho.

Pego minha bolsa da Louis Vuitton, fecho a porta do meu quarto, e saio de casa com cautela para minha irmã não trombar comigo.

Quando eu saio pela porta, Queiroz logo sai do carro, e abre um sorriso enorme.

— Eai, morena.– O homem se aproxima e sela nossos lábios.

— Oi, preto!

— Você está linda, puta que pariu.– Ele abre a porta do passageiro, e eu entro no carro.

O jogador da meia volta, e se senta no banco do motorista.

— Você também não está nada mal, Queiroz.– O mesmo começa a dirigir.

— E não é que você veio mesmo com o vestido.– Du sorri de ladino, sussurrando.

— Em minha defesa, eu só vim com o vestido porque eu achei ser o mais conveniente.– Quando digo isso, um sorriso sacana salta dos lábios do preto.– Não! Não desse jeito– Dou uma risada.– É porque você não quis me contar para onde nós íamos, então eu coloquei o vestido.

— Não é mais fácil admitir que eu sou irresistível, Isabelle?!– O garoto franze o cenho, com divertimento.

— Qual nome do bluetooth do carro?– Mudo de assunto, fazendo-o rir, enquanto ele me ajuda a conectar meu celular no carro.

Passamos o caminho todo conversando e curtindo a música.

Eu olho pela janela, observo a grande São Paulo. Dando um suspiro, encantada, já que essa é a minha cidade.

— A cidade não dorme.– Digo, depois de alguns minutos de um silêncio confortável.

— Você gosta disso?

— Como assim?

— De São Paulo ser a cidade que não dorme.

— Eu amo.

— Então pode deixar, que eu te faço ser a garota que não dorme. Ver o sol amanhecer, enquanto não paramos.

— Como as... Aí, meu Deus!– Dou uma risada ao entender a fala de Eduardo.

Continuamos a conversar, mas não basta muito para chegarmos em frente a um restaurante lindo.

Queiroz sai do carro, dá meia volta, e abre a porta para mim.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora