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Já faz duas semana que eu não falo com o Queiroz.

Já faz duas semanas que eu não piso no ct e nem nos jogos.

Se eu olhar na cara daquele babaca, eu acho que vou quebrar o nariz dele. Suspiro para afastar a raiva que eu estou sentindo.

Passo mais um pouco da minha base em minha esponjinha mais uma vez, e passo no meu braço, passando por cima do roxo que minha mãe tinha me causado ontem.

É, não ando tendo lá meus dias de sorte.

Quando consigo esconder meu hematoma, eu coloco minha regata preta, uma saia, e uma bota.

— Eai, gostosa!– Duda exclama, adentrando meu quarto.

— Oi, Dudinha!– Digo, passando meu perfume.

— Você tá bem?– Ela se senta em minha cama.

— Tirando o fato que eu virei casa de apostas e saco de pancadas, eu tô ótima.

— Aí, Isa, sei lá, ainda acho essa história do Queiroz meio estranha.

— Tá, e você quer que eu confie em um cara que eu acabei de conhecer do que no meu amigo?!

— Mas o amigo gosta de você, né?– Eduarda diz em um tom irônico.

— Não é só porque você começou a ficar com o gustavo que precisa ter sua cabeça enchida de minhocas.

— Enfim, você não vai me escutar, né?

— É.

— Mas quando você vai voltar a ir ao ct?

— Por que?

— Porque te faz bem ficar lá, você fica um tempinho longe da sua mãe e da sua irmã, fica com os meninos que sempre conseguem te deixar bem, e você fica perto do seu pai.

— Eu só não quero trombar com ele.

— Não dá 'pra ignorar para sempre.

(...)

🌪️ Point of view — Eduardo Queiroz.

— Será que ela vai me ignorar 'pra sempre?!– Questiono a Roger, enquanto ela arruma seus cabelos.

— Cara, certeza que você não fez merda?

— Sim! Eu não fiz nada.

— O pior é que ela não deu mais as caras por aqui.

— Então! Vai se foder.– Eu choramingo.

— Por que você não vai atrás dela?

— Olha bem 'pra minha cara, irmão. Tenho cara de idiota?!

— Um pouquinho.– Ele se vira para mim, sorrindo e cruzando os braços.– Tô zoando, mas onde eu quero chegar é que eu acho que você deveria falar com ela.

— Ela que me evita sem mais, nem menos, e eu tenho que correr atrás. Ah tá!

— Esse bagulho 'tá te comendo vivo, o que custa falar com ela?

— Minha dignidade, cara!

— Ah, Du, me poupe, né?

— Ah, Roger– Me levanto e ponho minhas mãos em seus ombros.– Vira terapeuta, só não 'pra mim, porque você é ruinzão.

— Fala com ela, acho que vai ser bom.

— Se ela quisesse ela mesmo falaria.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora