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— Nem vou te perguntar porque você vai ir ver o jogo na arena amanhã.– Gustavo diz, após abrir a porta de sua casa para mim.

— Que isso, Guga?– Franzi o cenho.– Já chego sendo bombardeada.

— Você é mó pilantra.– Meu melhor amigo da uma risada.– Isa... cê deu?!– Mantuan diz, com divertimento em sua voz.

— Que?! Eu não.

— Sua regata está do avesso.

— Ah... caralho.– Resmungo, e Gustavo ri.– Vira de costas.– Então, ele se vira e eu visto minha regata do jeito certo.– Pode voltar.

—Segundo dia seguido, hein. Pegou ele ontem, e hoje de novo.

— Você só 'tá reclamando porque ainda não conseguiu pegar a Duda.– Me sento no sofá, e meu amigo faz o mesmo.

— Ou, sua amiga é mó difícil, mano! Me ajuda.– Gustavo choraminga.

— Se vira!– Dou risada.

— Vai, pô! Nunca te pedi nada.

— 'Tá bom, eu posso falar de você para ela.– Vou até a cozinha, e meu melhor amigo me segue.

— Por isso eu te amo, parça!– Gustavo diz, me fazendo revirar os olhos.

— Ah, eu já ia esquecendo– Digo, enquanto pego uma garrafa de vinho, e uma taça para mim.– O Lucas disse que precisava falar um bagulho sério comigo.

— O piton?!

— Ele mesmo. Você sabe do que se trata?

— Ixi, não faço a mínima ideia. Mas 'tô com uma pulga atrás da orelha. Te cuida, viu?

(...)

Dois a um.
Quarenta e cinco minutos.

Acabou de ser anunciado mais cinco minutos de acréscimo.

Um gol do Mantuan no começo da partida. Mas eles conseguiram empatar.

Aperto meus olhos torcendo para alguém marcar mais um gol contra inter.

Ô, timinho pulguento!

Falta um minuto para o jogo terminar, e a bola foi lançado para escanteio.

É o último lance.

Sorrio, soltando um suspiro, quando vejo o maestro indo bater essa.

Renato se prepara, e espera os jogadores se organizarem.

Então, quando o juíz apita, Renato bate.

A bola chega até o centro, Gil tenta de cabeça, mas desvia a bola

Cabeça torta do caramba.

O camisa sete do inter lança a bola um pouco para trás.

Os torcedores berrando para o juíz acabar.

Mas a única coisa que eu percebi foi que a bola não tinha ido tão longe... ela ainda estava na grande área ainda.

E aí foi tudo muito rápido.

O camisa trinta e sete, Du Queiroz lança um gol de bico.

"GOOOOOOL!"

Um gol de bico lindo!

Se não é sofrido, não é Corinthians.

Os jogadores correm para abraçar Du, que sorri radiante.

O primeiro a achar no abraço em grupo foi Guedes.

Quando eles terminam de se abraçar, Eduardo se vira para a multidão, e espreme seus olhos na intenção de achar alguém em meio a tanta gente.

Ele rola seus olhos pelo camarote inteiro, e quando me acha, o jogador sorri mais ainda.

Aponta para mim, e faz... a reverência para mim.

— Isabelle Monteiro Alves!– Duda diz, com os olhos tão arregalados, eu acho que vão sair na hora.

E a única coisa que eu consigo fazer é mandar um coração, e rir muito de desespero.

Muito.

Eu 'tô desesperada. Ele falou sério.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora