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— Eu não vou com você até o ct.– Digo a Duda quando chegamos no estacionamento da agência.

— Mas nós estamos com o meu carro.

— Eduarda.– A fuzilo com o olhar.

— Aí, Isa, foi mal. Mas aí, o Gustavo foi pro ct de uber, e agora tá chovendo para caramba, ninguém vai aceitar.

— Dud...

— Você vai deixar seu melhor amigo na mão?!

— Aí, tá bom!

— Se você quiser, a gente até dá uma bolada na cara do Queiroz.

— Para de ser idiota.– Dou uma risada.– Vamos logo.

Então, entramos no carro, e vamos para o ct.

Passamos o caminho todo conversando e ouvindo música, o que faz o tempo passar mais rápido.

E a chuva tem um grande abismo entre deixar o clima gostoso e acabar com meu clima quando está trovejando.

Nesse caso hoje o dia.

Cada trovão que me faz dar um pulo gigante.

Quando chegamos no ct, A Duda abaixa o vidro no passageiro, possibilitando que o porteiro me veja.

"Filha do Duílio. Seja bem-vinda de novo, Isabelle!"

Então, a garota entra no ct, vai até o estacionamento, e deixa o carro estacionado na minha vaga.

Antes de sairmos do carro, eu pego meu sobretudo e o visto.

Depois que começou a chuva, ficou muito frio.

Então, nós saímos do carro, e vamos em direção ao vestiário, só para buscar Mantuan e irmos embora.

— Se alguém estiver pelado se veste!– Duda exclama antes de termos visão deles.– Estamos entrando.

— Oi, gente!– Aceno aos jogadores.

— Isa! Que saudade!– Eles exclamam.

— 'Cê tá boa?– Piton questiona, passando os braços na minha cintura.

— Estou! E você?

Me perco em sua resposta quando vejo Eduardo um pouco distante, mas ainda assim me olhando.

A única coisa que eu consigo fazer, é sair dos braços de Lucas.

Queiroz me olha com um olhar diferente. Como nunca tinha me olhando.

O maxilar trincado, a respiração quase inexistente, e seus que olhos mal piscam, estavam escuros.

É como se ele não quisesse me ver.

— A Isabelle não queria que eu viesse te buscar, acredita?– Duda me explana, abraçada com meu melhor amigo.

— Que cagueta, hein, Tangari.– Digo a minha melhor amiga.

— As vezes eu fico em dúvida se a Isabelle gosta mesmo de mim.

— Eu chutaria que não.– Fábio diz, franzindo o cenho.

— Tio Chico sabe muito!– Exclamo.

— Ei!– Gustavo protesta.

Logo todos começam a conversar, e se distraem.

Até eu.

Mas volto a realidade, quando sou puxada para área onde eles tomam banho.

— Que susto, caralho.– Mormuro para Queiroz.

— Sou eu quem deveria tomar susto, né?! Você virou fantasma.

— Aí, desculpa! Tomei susto porque acabei de ver uma assombração.

— Ah, vai tomar no cu, Isabelle.

— Eu?!– Dou uma risada irônica.

— Eu enjoei tão rápido assim?!– Ele diz como se toda essa conversa soasse um absurdo.

E é um absurdo mesmo.

— Não, Queiroz, só eu que te ajudei a ganhar a aposta bem rapidinho, né? Olha aqui– Aponto meu dedo para ele.– Não pensa que eu sou de ficar com qualquer um, porque eu não sou! Você foi o primeiro cara depois de tanto que eu fiquei, e você fez isso?!– Bato minhas mãos em minhas pernas, estressada.

— Que?!– Du franze o cenho.– Aposta? Eu fiz o que?

— Eduar...

— Isa!– Piton chega ao meu lado de pressa, engolindo seco.– Vamos?! Eu vou com vocês.

— Vamos.– Mormuro.

— Espera!– Queiroz exclama.

— Para de encher o saco dela, mano.– Lucas diz, colocando uma de suas mãos em minhas costas.

— Encher o saco dela?! Cala boca, Lucas.

Nós três saímos de lá, voltando ao vestiário.

— Chega os dois.– Mormuro.

— Bora!– Mantuan diz, ainda distraído com a Duda.

— Vamos.

— Isabelle– Queiroz sussurra, puxando meu braço com calma.– Por favor, me responde, me manda uma mensagem, sei lá. Você não vai chegar em lugar nenhum se não falar nada, sério. Eu não tenho bola de cristal.

— Tchau, Eduardo.– Me afasto dele, e Duda, Guga e Lucas me guiam para fora do vestiário.

— Foi mal por ter feito você vir até aqui, Isa.– Meu melhor amigo diz.

— 'Tá tudo bem, Guga. De verdade.

— Fala com ele, Isa!– Minha melhor amiga me incentiva.

— Não!– Piton se apressa em dizer.– Ele é um babaca e fez merda. Ele não é bom para a Isabelle.– Gustavo se encosta no carro de Duda, e eu faço o mesmo ao seu lado.

— Acontece que a Isabelle já é bem grandinha para saber o que faz ou deixa de fazer, Pitonto.

— Duda!– Repreendo minha amiga pelo apelido.

— Até ela concorda comigo, Tangari.

— Eu não concordei com você, não.– Franzi o cenho.– A Duda está certa, sou bem grandinha para tomar minhas decisões.

— E exatamente por isso– Gustavo engata.– Pela Isa ser grandinha, ela precisa decidir sozinha, sem palpite alheio. O que ela decidir, está bom.

— Exato, Guga!– Passo meu braço por seu pescoço, aliviada.

Ele sempre me entende tão bem como um irmão mais velho.

— Agora vamos, porque eu estou com fome!– Meu melhor amigo diz, nos fazendo rir.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora