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— Mano, me perdoa.– Gabriel diz fechando a porta da minha casa, enquanto eu me sento no sofá.

— Tá tudo bem, não é culpa sua.

— Como você está?

— Eu nem sei mais.

— Aliás, você está lembrada do porque estou aqui em São Paulo?

— Não.– Franzi o cenho.

— Porque o Flamengo vai jogar contra o Corinthians.

— Puta merda.– Levo minhas mãos ao rosto.– Eu tinha esquecido completamente disso.

É depois de amanhã esse jogo.

— É.– Ele dá um risinho.

— Não quero nem ver o que o Eduardo vai fazer nesse jogo.– Mormuro.

— Oi?!– Ele exclama, incrédulo.

Não consigo conter minha risada.

— Ri não, Isabelle! Eu tô no meu auge, não posso ficar lesionado por causa de mulher que nem me dá um beijo. Só as vezes.

— Primeiro que seu auge foi em 2019– Reviro os olhos, rindo.– Segundo que ele não vai te dar uma lesão. Pelo menos não tão seriamente.– Digo essa última parte um pouco mais baixo.

— Garota, eu sou o Gabigol, eu sou o auge, né.– Ele cruza os braços, convencido, me fazendo rir.– E outra, se ele tentar fazer alguma coisa, ele vai ver. Tô falando.

— Relaxa você também, beleza?

(...)

— Para de me pedir para relaxar, Guedes.

— Só estou te pedindo para ter calma, Du.– Meu amigo me diz.

— E eu estou.– Amarro o cadarço da minha chuteira.

— O que eu quero dizer é que não vale a pena fazer merda nesse jogo, irmão.– Roger se levanta, e eu também.

— Ele só vai ter o que merece.

— Vai, vamos pro aquecimento.

— Só vou pegar meu carregador no meu carro, tá?

— Tá bom.

Então, eu vou o mais rápido possível até o estacionamento, abro meu carro e pego meu carregador.

Quando estou voltando para um dos corredores, acabo trombando com a Isabelle.

— Você não quer usar outro caminho não?– Reviro os olhos.

— Eu estou indo entregar esse papel 'pro Vp. Então não tem.

— Fica falando comigo não.– Digo ríspido.

— Fala direito, moleque.– Ela bate no meu braço com a pasta.

— A gente não tem intimidade para você fazer isso.– Olho para ela incrédulo.

— Você é maluco, Eduardo! Você...

— Licença!– Nossa discussão é interrompida por uma voz, então paramos de andar também.

Olhamos ao mesmo tempo e vemos um cara alto, branco, com barba e que está com um sorriso gigante de orelha a orelha.

Que sorriso branco do caralho.

— Precisa de algo?– Isabelle questiona, e ele prega os olhos nela.

— É que me falaram para me juntar com o elenco, mas aí eu fiquei meio perdido. Eu sou o Yuri Alberto, prazer.– Ele ergue sua mão para ela, e aperta sua mão.

E depois faz a mesmo coisa comigo.

— Ah sim! Vamos, eu te levo lá.– Ela diz sorrindo.

— Você é a?– Ele questiona ainda sorrindo.

Eu franzi o cenho.
'Tô invisível?!

— Meu nome é Isabelle– Começamos todos a andar.– Sou filha do Duílio.

— Ah, que daora, e você fica aqui sempre?

— Eu fico as vezes, na maioria do tempo, eu estou no trabalho.

— Você trabalha com o que?

— Sou modelo.

— Tá explicado.

Ah, não.
Ele não vai meter essa comigo aqui.

— Por que?– Ela franze o cenho, confusa.

— Linda desse jeito.– Ele diz, e ela ri tímida.

— Valeu.

— Chegamo.– Digo, e vou em direção ao Guedes.

— Oxi, eu te deixo sozinha e você volta com sua ex ficante?– Roger diz rindo.

— Aí, como você é engraçado hein, filho da puta.

Olho de relance, e ele dá um abraço breve de despedida na Isabelle, e se aproxima do elenco.

— Ixi, a Isabelle já conheceu o Yuri, né.

— Gente!– Vp chama a atenção de todos.– Como vocês sabem, Mantuan foi para o Zenit emprestado, e o Yuri Alberto veio para cá.

— Eai, rapaziada!– Ele diz ainda sorrindo.

Por que esse cara não para de sorrir?!

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora