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— Isabelle! Acorda!

— Oi.– Mormuro, enquanto minha melhor amiga me chacoalha.

— Perdemos a hora!– Duda diz, e eu me sento em um pulo.

— Nem fodendo.

Tudo bem. Eles beberam muito ontem, e meu forte não é muito bem acordar por conta própria.

— Dá 'pra fazer silêncio aí.– Olho para a poltrona do quarto da Duda, e vejo Lucca ali.

Na outra poltrona está o Mike.

— Não dá, Lucca. Perdemos a hora.

— Caô!– Mike ergue a cabeça.

— Puta merda...– Duda pigarreou.

— Aí, o que foi?!

— O Gustavo me ligando igual maluco, e mandou um monte de mensagens. A última fala "vem agora 'pro hall do hotel, pelo amor de Deus. As duas"

— Caralho, vamos.– Tento ir até a porta, mas minha melhor amiga me puxa.

— Melhor antes a gente escovar os dentes, e você colocar algo que não seja esse pijama.

Então eu puxo ela para o banheiro.

— Aí!– Exclamo.– Que susto porra!– Coloco pastas  nas escovas.

— Por que você está dormindo na banheira, Caio?!– Duda questiona franzindo o cenho, e eu ponho a escova de dentes na boca dela.

— Porque você duas chutam enquanto dormem. Aí eu tive que vir 'pra cá, né.

Lavo minha boca quando termino de escovar os dentes. E seco minha boca.

— Vai logo, Duda! A gente perdeu a hora, Caio. Eles estão aí em baixo.

— Nem fodendo.– Ele se levanta imediatamente.– Eu vou descer com vocês.– Ele pega uma escova de dentes descartável do hotel, e escova seus dentes rapidamente.

— Agora vamos.– Arrasto eles para fora do banheiro.

— Você está de pijama.

Olho para mim, e estou com uma camisola, meio pequena. Então a única coisa que faço e pegar um sobretudo e colocar ele.

— Vamos!– Exclamo abrindo a porta.

Corro até o elevador, e aperto o botão sem parar até a porta se abrir.

Quando um vão da porta é aberto, eu já puxo os dois para dentro do elevador.

— Aí! Eu bati meu braço.– Caio exclama

— E eu meu ombro.– Duda choraminga.

De novo, eu aperto repetidamente o botão do térreo.

— Amiga, eu acho que se você apertar o botão assim, nós não vamos chegar mais rápido.

— Não fala nada. Por favor.– Eu bato minha testa no elevador, deixando-a encostada lá, enquanto eu recupero meu ar.

— Vai dar tudo certo.– Caio diz baixinho, acariciando minhas costas.

Quando chegamos no primeiro andar, eu imediatamente saio do elevador, e corro até o hall do hotel, enquanto meus amigos vem atrás de mim.

— Gustavo, pelo amor de Deus, me solta! Eu não vou ficar aqui!– Vejo Queiroz dizer rígido para Gustavo, que segura os pulsos do camisa 37, quanto ele tenta se soltar.

— Calma! Você vai acreditar em site de fofoca?!

— Du.– Digo ofegante.– Me desculpa, eu me atrasei e...

— Vai tomar no cu, Isabelle!– Ele se solta de Gustavo, e se vira para mim.

— Du, não fala assim.

— Você sempre faz isso.– Ele cruza os braços quando eu me aproximo.– E é sempre com o Gabigol, né?!

— Mano, para, Du.

— Queiroz para você.

— Não tem porra de Gabigol, é só você.

— Aí, ele é só meu amigo, que não sei o que.– Du imita minha voz.

— E é mesmo!

— Eu sou muito idiota!– Ele ri sem humor nenhum.– Cansa muito estar envolvido no drama da modelo riquinha.

— Ah, eu sou só isso 'pra você?!

— Não muda o foco da conversa!– Ele aponta o dedo para mim.

— Porque não tem conversa! Eu não fiz porra nenhuma, Eduardo! Você não acredita em mim mesmo?!

— Porque é sempre assim! E tem sempre a porra do Gabigol no meio, Isabelle. Ele te estraga.

— Olha aqui, Eduardo– Eu deixo minha voz calma.– Eu vou te falar uma vez. Eu não fiz nada. Eu não beijei o Gabigol. E é absurdo você acreditar em Instagram de fofoca do que em mim.

— Me desculpa, mas eu não acredito.– Ele engole seco, claramente segurando o choro.

— Sabe por que eu não faria isso?!– Me aproximo o máximo que eu consigo, ficando de cara a cara.

— Por que, Isabelle?– A voz dele sai trêmula. Por um fio.

— Porque eu te amo, seu porra.– Bato meu indicador em seu peito, e ele fica lá.– Porque eu queria estar com você, seu babaca. Mas é impossível estar com alguém que não acredita, e nunca acreditou em mim 'pra nada, né?– Não consigo mais conter as lágrimas, e nem ele.– É desgatante ter que me desdobrar para desmentir fofoca de quem você nem conhece. Porque a palavra de gente que esconde o rosto atrás de curtida é mais importante do que a minha que me abri inteiramente para você.– Empurro ele, e me viro de costas indo até o elevador.

— Isa!– Gustavo e Duda tentam vir atrás de mim, mas eu faço que não com a cabeça.

Entro no elevador, e desabo. Como nunca tinha desabado antes.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora