Maratona 2/3
Quando paramos no sinal vermelho, eu vejo de relance Queiroz se remexer um pouco no banco de couro da minha Porsche, quando ele pega o celular.
Mas logo o larga da suas mãos, e começa a batucar o volante.
— O que foi, Queiroz?– Questiono, desligando meu celular.
— Você fala com o Gabigol?– O jogador franze o cenho, voltando a dirigir.
— Como assim?
— Vocês flertam?!
— Assim do nada?
— Ele fica curtindo e comentando na suas coisas. Pô, o Gabigol não, né?
— Ixi, Eduardo. E eu lá sou de alguém 'pra ser brecada?... Mas não, eu não flerto com ele.
— É que é o Gabigol, né? O cara é um canalha.
— Um canalha?– Dou risada.– O cara só é um pouco debochado.
— Um pouco?! Ele fica metendo marra por ai, eu hein. Eu conheço ele por muita mídia e pouco futebol.– Ele diz, e eu gargalho.
— Eu conheci ele em 2019, em uma festa do Neymar. Mas nunca fiquei com ele.
— Você tem uma imagem tão boa para ser manchada com o Gabigol. Nunca faça isso.– Queiroz faz seu discurso, e eu dou um risinho.
— Obrigada pela dica.
Então, continuamos a conversar, até chegar na "festa". As portas são abertas para nós, e saímos do carro.
Eu ajeito minha bolsa, e a gravata do jogador, e adentro o salão com ele.
— Puta que pariu.– Eduardo sussurra para mim.– Isso daqui é gigante, morena.
— É, preto.– Dou uma risadinha, e continuo andando com ele ao meu lado.
Algumas pessoas, me comprimentam e falam brevemente comigo.
— Ali ó.– Digo quando avisto nossa mesa, e meu pai está sentado lá com algum colega conversando.
— Isabelle, você não falou que seu pai vinha!
— Esqueci de te avisar, mas não tem nada, eu tinha falado que você viria.
— Caralho, fodeu. Eu transei com a filha do cara, mano, e agora ele vai pensar o que comigo chegando com a filha dele, quer dizer, se ele não fosse meu chefe 'tava de boa. Mas o cara é meu chefe!– Du fala tudo de uma vez, e a única coisa que eu consigo fazer é rir.
— Fica tranquilo, eu falei pra ele que você é só meu amigo, não menti e nem cometi crime nenhum.– Digo, com um sorriso no rosto.
— Que...– Ele iria mormurar algo, mais é interrompido por mim.
— Oi, pai!– Exclamo para meu pai, que logo se levanta.
— Oi, xuxu!– O mais velho me aperta em um abraço.– Que saudade!
— Muita mesmo!– Digo, ao nos separarmos, e logo meu grande e sincero sorriso cessa.– Ah, oi Luana.
— Eai, maninha.
— Pensei que ela não viria.
— Eu quis vir de última hora mesmo.
— Eai, Du!– Meu pai comprimenta seu jogador.
— Olá, senhor!
— Não precisa me chamar de senhor.– O mais velho ri.– Não estamos no ct, não.
— Ah, tudo bem, valeu!– Queiroz dá um sorriso, parecendo mais tranquilo.
— A gente vai ir para o bar, tá bom, pai.– Digo, pondo minha bolsa da mesa.
Quero ficar o mínimo de tempo possível na mesma mesa que Luana.
Então nós vamos até lá, e nos sentamos nas bancadas.
— Te falei, era tranquilo.
— Por que não quis ficar na mesa?
— A Luana está lá.
— Ela é tão insuportável assim?– Ele me olha divertido.
— Ela é tipo o Caim.– Digo, o fazendo gargalhar.
— Querem beber o que?– O barman questiona a nós dois.
— Whiskey, por favor.– Eduardo diz.
— E eu quero uma tônica.
Então, o barman pega nossos copos, e agradecemos.
— Como está no ct?– Questiono, meio preocupada.
— Ah, agora eu estou bem mais enturmado com todo mundo. O Piton e o Donelli estão bem na deles.
— As vezes eu acho que eu que causei tudo isso.– Mormuro para ele, dando um gole na minha água tônica.
— Ficou maluca? Isso não é sua culpa.
— Claro que é. Às vezes eu acho que ando cega, nunca vejo as coisas que estão bem na minha cara. Todo mundo sempre falava que o Piton era afim de mim, sempre. E eu escutava? Não! E olha o que isso causou.
— Ei, não é sua culpa se ele que é um maluco, tá ouvindo? Relaxa, Isinha.
— Ou!– Ouço a voz da minha irmã, e viramos nosso rosto para ela.– O pai chamou vocês para mesa. O brinde vai começar.
— Estamos indo.
Então nos levantamos, e nos sentamos à mesa.
Ficamos lá ouvindo por meia hora o anfitrião da festa falar sobre algo que não me atentei em prestar atenção, e tenho certeza que Queiroz também não.
Já que ele colocou sua mão em minha perna, bem na abertura do meu vestido.
Ele começa a acariciar a minha perna, e subir um pouco.
Eu colo minhas costas na cadeira, e aperto meus lábios.
Ponho minha mão em seu ombro, e chego perto de seu rosto.
— Não me provoca.– Mormuro, rindo, para Eduardo, que sorri divertido.
Gente, a semana de provas tá puxada, acaba na quarta-feira.
Só tirei vermelho em matemática e química, mas quarta eu tenho prova de física 😅😅
VOCÊ ESTÁ LENDO
Canção de Exaltasamba.- Du Queiroz
Fiksi PenggemarOnde a filha de Duílio manda uma mensagem para o cria do terrão, avisando sobre o trote que o mesmo receberia de seus colegas ao entrar no profissional. Por mais que essa fosse uma tradição do time, ela sentiu que deveria avisar o novato. Mas ele nã...