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— Eu ainda acho que conseguiria chegar até a sua casa sozinha.– Digo, abaixando um pouco do vidro da janela.

— Larga de ser teimosa, vai, morena.

— Me chama de morena, não! Tô bolada.– Cruzo meus braços.

— Porra, mano.– Eduardo dá uma risada, negando com a cabeça.– Porque 'cê tá bolada?

— Porque você acha que eu não consigo fazer o básico do básico, Eduardo.– Digo, sem paciência.

Eu estou com fome.

Não sou lá uma das melhores pessoas com fome. Importante ressaltar isso.

— Ixi, como eu faço 'pra você me perdoar?– O garoto coloca a mão por cima da minha coxa coberta, e sobe ela, fazendo sua mão parar na minha virilha, imediatamente me arrepiando.– Tu tá puta 'mesmo, veio até de calça.– Queiroz dá uma risada sem vergonha.

— Ué, você só disse que queria me ver.– Sorrio sarcástica.

— Mas veio de legging, né.– Ele começa a acariciar minha virilha.– Facinho de sentir tudo, ou de rasgar também. O que você preferir.

— Sai dessa, quero nada contigo, não.

Quero sim. Ô se eu quero.

— Te conheço de ontem, morena? Sim! Mas sei que tu se amarra em mim.– Ele continua a carícia em minha virilha.

— 'Tô com fome.– Mudo de assunto.

— Ah, tá explicado porque você tá na neurose.

— Eu tô normal.– Tiro a mão de Du da minha virilha quando eu já me sentia começar a ficar molhada.

— Tu vai comer um dogão, então!

— Não fala de comida, só me dá ela – Choraminguei.– Se não, eu vou ficar com mais fome ainda.

— Tá bom.– O garoto dá uma risada.

(...)

— Melhor agora?– Du questiona depois da minha última mordida no cachorro quente.

— Melhor.– Dou uma risadinha, feliz.

— Eu ainda não acredito que você nunca tinha tomado guaravita.– Ele pega as coisas que deixamos na mesinha em frente ao sofá, e joga no lixo.

— Eu nunca tinha nem ouvido falar, mas é mó bom, véi.

— Por isso você precisa começar a andar comigo, morena.– Queiroz se senta ao meu lado, colocando seu braço no encosto do sofá.

— Mas você é só problema.– Passo minhas pernas por cima das suas.

— E tu é uma metida.

— 'Cê gosta, preto.– Trago seu rosto para perto do meu, e ficamos a centímetros de distância.

— Gosto, é?– Ele sussurra, olhando para minha boca.

— Sei não.– Subo no seu colo.– Você que tem que saber.

Queiroz tenta me beijar, mas eu desvio, fazendo sua boca raspar na minha bochecha.

— Vem cá, morena.– Queiroz sussurra, manhoso, puxando meu rosto.

— O que você quer, Eduardo?!

— Para de meter marra.

— O que você quer?

— Você. Sua boca na minha. Eu dentro de você.

— Você só não queria me ver?

— Já te vi. Agora que te comer.

Canção de Exaltasamba.- Du QueirozOnde histórias criam vida. Descubra agora