THE LOST - Simone & Soraya.

20. Bar

"Algumas atitudes impensadas são as melhores opções para quem precisa provar algo a si mesmo."

Simone Tebet:

Resolvi dar o primeiro passo. Um passo arriscado demais.

Estou com medo.

Ainda não sei por qual motivo estou fazendo isso, principalmente por ter ligado minutos atrás para Rodrigo Pacheco, o alegre.

Chamei ele para conversarmos em minha mansão, e até isso foi algo raro, já que o mestre em aparecer de surpresa é ele, até porque ele sabe bem que não sou o tipo de pessoa que convida para algo.

- Hoje iremos sair. - disse de uma vez, apesar de estar receosa pra caramba. Não tinha ideia do porquê estava dando esse passo tão arriscado.

É claro que o homem iria gargalhar em minha cara. Em que ponto da vida ele esperaria ouvir palavras como essas vindas da minha boca?

Realmente o chamei em minha mansão para dizer que beberíamos hoje de noite em algum bar aleatório de MS, sem hora pra voltar.

- A que devo a honra? Ah, e se for uma pegadinha irei ficar muito nervoso, pode apostar.

- Cansei de ficar em casa, e não é uma pegadinha.

A culpa é de Soraya. Ficar encarando ela todo dia não está me fazendo bem, e não posso simplesmente pedir para que ela não cruze comigo em minha própria casa.

- Para onde iremos? Bar? Boate? Casa de swing?

Meu Deus...

- Tenho cara de quem frequenta isso?

- Nunca se sabe. As tímidas são as piores. - deu de ombros.

- Não sou tímida! - falei com o tom de voz alto.

- Só é paradona!

Rodrigo continuava me provocando, e eu feito uma idiota caindo em sua pilha. Maldita hora que a ideia de sair veio em minha cabeça.

- Aproveite a mansão por alguns minutos. Vou me arrumar e sairemos em breve.

- Vou para o hall de jogos jogar sinuca e esquentar os motores.

- Que seja!

- Não demore, já é um milagre você me chamar para sair. Não quero que desista no meio do caminho. - se encaminhou para a sala de jogos.

- Sou uma mulher de palavra. - falei, mas no fundo já estava começando a me arrepender da ideia de sair da mansão.

Soraya Tronicke:

A noite caiu e Júlia e eu saímos para beber um pouco e tirar o stress. Ela havia trabalhado muito nessa semana, e a ideia partiu dela de sair pra "espairecer".

- Sua chefe é uma babaca, amiga.

- Sim...

Estava no mundo da lua. Me sinto culpada por odiá-la, ao mesmo tempo que a quero. O que há comigo, afinal?

Júlia não sabe da minha última aventura sexual com Simone, e estava pensando se contaria algo assim para a minha amiga. Acho que serei xingada, já que faço a caveira de Simone para ela.

Como do nada falo que praticamente transei com a ogra em sua própria cama, no lugar proibido?

Pior, como falar que eu fui atrás disso e praticamente me joguei em seus braços?

Ah, essa minha parte safada que vem em locais inapropriados...

- Não tenho nervos de aço que nem você. Eu pediria demissão na primeira vez que ela fosse grossa comigo. - tomou um gole de marguerita, e fiz o mesmo.