35. Dívidas

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"Todos contraem dívidas durante a vida, a diferença é o preço que cada um tem a pagar, e o problema é que nem sempre quem paga é a pessoa certa a se cobrar."

Soraya Tronicke:

Os homens entraram em minha casa e de lá tiraram minha mãe e minha filha, ambas assustadas e sem entender muita coisa, assim como eu.

Isabella estava sentada em meu colo, pedi que ela fechasse os olhos e tapei seus ouvidos desde o instante que saímos de casa, disse a ela que era uma brincadeira que estávamos participando. Minha mãe me olhava desesperada.

Estávamos no carro dos seguranças de Simone. Os dois estavam no banco da frente, e atrás desses respectivos bancos estavam três capangas, dois deles apontavam uma arma perto das costas dos seguranças e eu tremia só de olhar para aquelas coisas.

— Qualquer gracinha todos vão morrer! — dessa vez quem falou foi o que mais parecia o chefe deles, que estava no meio e sem arma em mãos.

Estávamos todos apertados, já que éramos seis pessoas no banco de trás.

Mais ou menos vinte minutos depois, o carro parou e em meio ao pânico, pude ver que por algum motivo estávamos em frente a mansão de Simone. O vidro do carro é muito escuro, e sei que pelo lado de fora não dá para ver praticamente nada.

Bem em frente ao portão principal, um dos seguranças que trabalhava na mansão acenou para que o motorista abaixasse seu vidro. Isso é de custume para entrar na mansão.

— Abaixe só o necessário para que ele possa te ver, se não teremos grandes problemas. Pode apostar. Se perguntarem o porquê voltaram, diga que a chefe de vocês pediu, se não as mulheres irão morrer bem aqui na frente de vocês. — um dos homens sussurrou apontado a arma para o segurança que dirigia. E ele obedeceu, abaixando pouquíssimo do vidro.

— Por que voltaram essas horas? — exatamente como previsto, o homem encarregado pela segurança perguntou.

— A patroa pediu. Foi uma ordem direta. — disse de um jeito firme.

— Certo.

Os portões se abriram e o carro foi liberado logo em seguida.

Os quinze minutos seguintes se passaram como um raio em minha mente.

Praticamente todas as pessoas na casa foram rendidas pelos homens, mas tudo foi feito em um inquietante silêncio. Dois dos três homens vasculharam a mansão, enquanto o outro ficou vigiando os empregados da casa, que há essas horas eram poucos, já que a maioria ia embora depois das 22h.

Mais alguns minutos se passaram, e vi Simone caminhando em nossa direção, sendo empurrada por um dos capangas em suas costas, com uma arma apontada para ela. Meu coração acelerou ainda mais.

O que diabos esses homens querem de nós?

Nossas filhas foram vendadas, mas permaneceram ao nosso lado o tempo todo. Não entendi o motivo de mantê-las conosco, mas tanto eu quanto Simone estávamos tapando os seus ouvidos. Elas não podiam passar por uma situação dessas, isso seria um trauma muito grande.

— Mamãe, essa brincadeira vai acabar que horas? — Isabella questionou sonolenta.

— O que tá acontecendo? — foi a vez de Maria Fernanda perguntar.

— Logo acaba, filha. — falei, ao retirar minhas mãos de seus ouvidos, vendo Simone tentar tranquilizar Maria Fernanda da mesma forma.

— Iago, leve todos para a academia e os tranque, menos elas. — apontou para mim, Simone, Isabella e Maria Fernanda. — Se alguém fizer qualquer gracinha, você tem autorização para matar o engraçadinho.

THE LOST - Simone & Soraya.Onde histórias criam vida. Descubra agora