24. Shopping

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"Quando a pequena quer, não há escapatória…"

Simone Tebet:

Hoje, com mais calma, Soraya me contou o motivo de ela achar que sua casa foi depredada. Nem preciso dizer o quanto fiquei nervosa, mas fiz o possível para não transparecer. Ultimamente não entendo os sentimentos que me tomam, principalmente se tratando de Soraya e Isabella, já que normalmente não sou do tipo superprotetora.

O pai de Isabella pelo jeito tem culpa direta em todo esse problema, e agora temo por elas, já que isso foi um claro aviso de que eles não acreditaram quando Soraya disse que não sabia onde esse tal de Carlos César está.

— Você ficará um tempo presa. — falei, já esperando resmungos dela.

— Presa?! — arqueou as sobrancelhas.

— É. Passará alguns dias na mansão sem sair para canto nenhum.

— Não mesmo. — gargalhou de forma debochada.

— Sim mesmo. — devolvi. — Depois de tudo que contou, acha mesmo que esses caras que fizeram isso com a sua casa irão te deixar em paz?

— Não posso sair acusando. Pode não ter sido eles...

Coloquei as mãos na cabeça. Soraya ainda continua me irritando. Ela sempre quer ver o lado bom em tudo, mas o mundo não é bem assim. Pessoas más estão por aí em toda parte.

— Não vou nem te responder. Pelo que disse eles deram um prazo de quinze dias a você para respondê-los, e no início do décimo sexto dia aconteceu aquilo com a sua casa. Você é muito inocente se acha que não foram eles.

Soraya parou e respirou fundo. Ela sabe que eu tenho razão, não importa se ela odeia quando isso acontece, nesse caso não dá para fugir dos fatos e nós duas sabemos disso.

— Você tem razão. Ignorar o que aconteceu é pior.

— Pense em Isabella, na sua mãe e em você. Aqui não é tão ruim quanto parece. — tentei parecer engraçada, coisa que não sou, mas para persuadi-la a ficar aqui 24 horas eu teria que me reinventar. Soraya é muito difícil.

— Trabalhar para você por 24 horas por dia, todos os dias seguidos vai ser um saco.

— Você vai continuar trabalhando apenas em seu horário de trabalho. Agora, saber que estará em minha mansão 24 horas por dia, todos os dias seguidos, isso sim vai ser um saco. — devolvi na mesma moeda e ela desatou a rir.

— Você está engraçada ultimamente. Não sei se fico feliz ou preocupada com a sua mudança de humor.

— É indiferente. Não sei fazer ninguém rir.

— Ah, sim. — debochou.

— Outra coisa: sua mãe ajudará Sirlei aqui na casa. Eu a contratei.

Tá aí uma coisa que deixou Soraya de boca aberta.

— Por que está brincando com isso?

— Não é uma brincadeira, longe disso. — pontuei com firmeza. — Sua mãe não precisa ficar indo de um lado a outro trabalhando para pessoas aleatórias, e correndo o risco de ficar ociosa e perder dinheiro. Ainda mais agora, depois de tudo que aconteceu.

— Ela não vai aceitar. — sibilou, sem graça.

— Qual a parte do "eu a contratei" você não entendeu? Já me resolvi com ela.

— Simone…

— Antes que me encha de perguntas, irei resolver algumas coisas na rua. É necessário depois do que houve ontem. Relembrando: você está proibida de sair daqui a não ser que eu vá junto. Quando eu retornar iremos comprar roupas e tudo o que precisar para vocês três.

THE LOST - Simone & Soraya.Onde histórias criam vida. Descubra agora