17. Então me prove

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"O inevitável acontece quando dois corpos se conectam."

Soraya Tronicke:

Observei o lado externo da mansão e percebi que o tempo estava perigoso como há tempos não vi na cidade. A tempestade era tão forte que fiquei com medo de sair da mansão e ir para casa.

— É mais prudente dormirem aqui.

— Quer me matar de susto?! — coloquei a mão em meu coração, devido ao sobressalto pela voz de Simone bem perto de mim.

— Acho que deveria prestar mais atenção quando uma pessoa se aproxima.

— Com essa barulheira aí fora? Acho difícil. — voltei minhas atenções ao lado de fora, e vi que a tempestade só piorava.

— Já conversei com Sirlei. Ela irá preparar um quarto para você e Isabella dormirem.

— Eu ainda não sei se vou ficar. — me virei, e nossos olhos se encontraram.

— Não foi um pedido. — realmente, suas íris castanhas não pediam, elas ordenavam. — Não seria responsável da minha parte deixá-las correrem algum risco com essa tempestade.

— Sei…

— O que foi, Soraya? — grunhiu.

— Nada. Obrigada pela… disposição.

Simone balançou a cabeça em negação e sumiu das minhas vistas. Essa mulher é muito estranha, parece até aqueles mordomos de filme de terror. Uma hora chega do nada, no outro segundo desaparece.

[...]

Olhei meu celular e nesse momento já se passava das 00:00h. Não estou conseguindo dormir, e pelo barulho, a tempestade piorou um pouco mais. No fundo Simone tinha razão, e não seria bom voltar para casa.

Liguei para minha mãe cerca de uma hora atrás, e ela disse que estava bem, me aliviei um pouco mais, confesso.

Olhei para o lado e Isabella estava dormindo feito uma pedra. Resolvi ir para uma das salas da mansão dar uma voltinha, sei lá, gastar energia de algum jeito. Não estou tão à vontade, isso é fato.

Por alguns minutos andei de um lado a outro da mansão, só que mesmo assim não me senti cansada ou com sono, muito pelo contrário.

Para a minha surpresa me deparei com Simone indo em direção à cozinha.

— Precisa de algo? — me prontifiquei. Por mais que esse não seja o meu horário de trabalho, gosto de ser solícita sempre que possível.

- Não.

— A tempestade piorou, né? — tentei puxar conversa, sabe-se lá porque.

— Sim.

Pegou uma maçã e foi direto para a sala que eu estava, observando o lado externo da mansão.
                 
A mulher é um poço de simpatia, e basicamente é um monólogo conversar com ela.

— Sua mansão é grande demais. Fico perdida às vezes.

E a idiota aqui continua tentando iniciar uma conversa…

— Com o tempo você se acostuma.

Em momento algum Simone me olhou nos olhos, só que continuou em minha companhia. Não gosto de ficar no mesmo ambiente em que uma pessoa parece não desfrutar da minha presença, por isso dei alguns passos indo em direção ao meu quarto.

— Sem sono? — ela perguntou, dessa vez me olhando.

— Não consigo dormir bem quando não estou em casa. Sei que parece frescura.
             
— Não parece. Com certeza é.

THE LOST - Simone & Soraya.Onde histórias criam vida. Descubra agora