Capítulo 36: Imprevistos que atrasam

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Tinha uma semana de aula quando Giancarlo apareceu na escola, sem me dar muitas explicações. Mas ele tinha os olhos nas nuvens outra vez. Ele sentou atrás de mim e não ficou surpreso nem bravo ao ver Nathaniel sentando ao meu lado.


Os dois se cumprimentaram muito cordialmente e até pude ver Gian sorrir.


No intervalo eu e ele fomos para o corredor em que nos conhecemos, eu me aconcheguei em seu colo e estiquei meu corpo pelo chão frio, ele brincava com meus dedos enquanto perguntava sobre minha vida.


- Gian, estou preocupada, não consegui tantos trabalhos quanto gostaria, vou conseguir um dinheiro bom, mas não era o que eu tinha planejado para esse mês para chegar a minha meta e eu teria corrido atrás de mais, mas... não corri.


Eu não o culparia, eu andava distraída e não dava meu melhor em nada do que eu fazia porque ele estava estranho, mas era eu mesma quem permitia que a insegurança tomasse lugar em mim.


- Am, eu posso bancar tudo, você sabe, eu faço isso, não quero esse dinheiro mais. Nem sei porque aceitei vir para essa escola estúpida onde repeti duas vezes para poder me formar e pra quê!? Não vou nem mesmo fazer uma faculdade. A única coisa de que não me arrependo daqui é de ter te conhecido.


Eu apertei sua mão e olhei em seus olhos sorrindo quando ele disse isso.


- Eu só quero ir embora, fugir antes do meu casamento, não me importa se vou ficar endividada pelo resto da vida e se ficarei sem herança e desamparada por meus pais. Realmente não me importa.


- O quê!? - Gian perguntou se desencostando da parede.


- Droga, eu e minha boca grande! - praguejei me sentando e olhando para ele.


- Por que você vai fazer isso, Amber? - ele disse endireitando a postura para me olhar.


- Não discuta, G. O., são princípios meus. Nem tente me convencer a me casar.


- Mas, você sempre me disse que seus pais não suspeitam nem da sua fuga e nem de nós, então por que eles fariam algo tão baixo então!?


- Não sei, G. O., talvez suspeitem. Não sei.


Eu mentia, eu sabia que era pela noite em que ele havia dormido em casa, mas eu jamais o colocaria numa cilada mental de se por como o culpado e querer retribuir isso de alguma forma.Ele suspirou.


- Você é ainda mais corajosa do que eu achava, minha Lissa. - ele disse e puxou meu queixo com seus dedos para perto de si.


Nossos lábios já se conheciam bem, e nosso beijo era intenso, e naquele dia, por algum motivo, talvez por medo de que se afastasse outra vez eu permiti pela primeira vez que ele me puxasse mais pra perto de seu corpo, sentados ali no chão com os ombros colados, sua mão segurou forte minha cintura, mas percebi que ela começaria a descer, eu podia sentir o calor que nosso corpo exalava e sabia que ele iria além se eu deixasse, mas antes que ele pudesse emendar um beijo no outro e finalmente tocar meu quadril eu me afastei o suficiente para que ele entendesse meu recado.

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