Capítulo 28: Uma madrugada tempestuosa

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Março chegou e com ele mais uma tragédia. Aquele ano não parece que seria fácil.Era madrugada de chuva quando recebi uma ligação de G. O..


- Alô!? - atendi assustada.


- Amber, você tá em casa?


Sua voz estava embargada e o som de chuva era muito alto.

- Meu Deus, o que houve Gian!? Estou em casa sim!


- Você pode me deixar entrar?


- O quê!?


Desliguei o telefone e saí correndo escada a baixo, abri a porta, acendi as luzes e corri para abrir o portão, quando abri o portão lá estava ele, sentado na calçada o rosto encostado nos joelhos, encharcado.


- GIAN! ENTRA AQUI! - eu gritei para que ele me ouvisse.


Puxei Gian pelo portão para dentro, fechei o portão e o puxei pela mão correndo para que entrasse em casa. Tornei ao meu quarto onde ao entrarmos com nossas roupas encharcadas o ar frio do ar condicionado nos fez tremer. Meu roupão grudado em meu corpo de tão encharcado me dava arrepios, mas eu não tinha tempo para pensar naquilo naquele momento, o estado de Gian de que não se importava com aquilo, sua cara de como se estivesse em outro mundo e o estado em que chegou em minha casa naquela madrugada de chuva forte me fez entrar em alerta.


- O que houve, Gian!? O que houve!? - perguntei chacoalhando seus ombros para que ele me olhasse.


Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e eu soube, soube antes mesmo de ele me falar, meus olhos se encheram de lágrimas por ele.


- Ela se foi, Amber. - ele disse caindo de joelhos.


Corri e o abracei, ele abraçou minha cintura, se agarrou a mim como se eu fosse sua salvação e chorou alto como uma criança. Chorei com ele me lembrando de minha Bibe.


- Por que nunca me disse que doía tanto, Lissa? Isso dói! - ele dizia.


Me ajoelhei para ficar da sua altura e segurei em seu rosto fazendo seus lindos olhos azuis me olharem.


- Eu sei o quanto dói, mas eu garanto que você consegue sobreviver.


- Como, Lissa? Como?


Eu não sabia se aquele era um bom momento, mas lembrava de como fiquei frágil nesse sentido também na noite em que Nathaniel havia me levado para sua casa após Bibe ter ido parar no hospital. Então juntei nossos lábios, ele me apertou com força e retribuiu o beijo como se buscasse afeto desesperadamente, aquele era nosso terceiro beijo então eu já estava melhor do que no primeiro e ele já estava habituado a mim, quando nos separamos ele enterrou o rosto em meu ombro e chorou por mais um bom tempo enquanto eu acariciava seu cabelo e passava a outra mão por suas costas para demonstrar que estava ali pra ele.


- Me desculpa... Eu não tinha mais ninguém pra quem ligar... - ele disse em meio aos soluços.

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