Capítulo 35: Meu salvador

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As férias chegavam ao fim naquela sexta-feira. A sexta-feira em que eu finalmente seria apresentada a meu noivo. Noivo de quem eu pretendia me esconder até completar dezoito anos.


- Amber? Está pronta? Vamos descer. - minha mãe disse aparecendo na porta do quarto.


Eu vestia uma peça única que em cima era mula manca e embaixo calça longa branca e no pé um salto fino. Cabelos soltos e um batom vermelho.


Assenti e lá fomos nós em direção à sala de recepção e ao meu convidado especial, meu querido e que deveria ser amado, noivo.


Cheguei na sala, abaixei o tronco dizendo boa noite e vendo os cabelos castanhos escuros sentado na poltrona ao lado do sofá onde eu sentaria com minha mãe. Lentamente aquela cabeça se virou para mim e os olhos castanhos de tom escuro juntamente com aquele sorriso sedutor me disseram:


- Boa noite, senhorita Rosález!


Humberto Fonseca. Meu diretor. Meu noivo. Eu não podia acreditar.


Por isso seu descaramento em dar em cima de mim apesar de ter uma "noiva", é lógico que sua noiva não se importaria se ele desse em cima dela mesma!


Eu estava muito surpresa e não consegui dizer nem mais uma palavra ao nos sentarmos.


- Não há muito o que eu dizer além de que esse homem não é apenas seu diretor, Amber, é seu futuro marido. Soube que ele pegou muito no seu pé nesses últimos meses, mas isso acaba por aqui, era apenas um teste para ver sua dedicação e diligência e você está mais do que aprovada. Então, vamos esperar a janta enquanto nos conhecemos mais. Pode dizer o que quer dizer, Humberto.


- Ah, claro. - ele disse limpando a garganta. - Bem, me desculpe não ter te contado, mas ainda não podíamos, agora que tudo está devidamente formalizado não há problemas.


Eu gaguejei quase vacilando ao me sentar no sofá, totalmente sem voz e surpresa


- Tu-tudo bem... Jussara pode me trazer um pouco de água? - pedi. - E-eu realmente não fazia ideia... O que te levou a querer fechar negócios comigo... com nós?


Ele sorriu.


- Ótima pergunta. Eu gosto muito da astúcia e inteligência dos Rosález e eu te observei por um tempo e apesar de não ter muito envolvimento social eu pude perceber que isso também havia vindo com você.


A conversa se desenrolou com muita formalidade e nenhuma intimidade. Durante o jantar meu pai e Humberto entraram em uma conversa fantástica sobre charutos e carros, parecia que se conheciam há anos, como se fossem irmãos. Eu e minha mãe ficamos de lado ouvindo e comendo.


- Vocês querem dar uma volta? - meu pai perguntou ao final do jantar.


- Eu adoraria, senhor Bartolomeu. Mas acho que está tarde e Amber deve estar cansada... - Humberto disse como um perfeito cavalheiro.


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