- Amber.
Acordei com a luz do sol em meu rosto, Gian estava sentado na cama completamente vestido, eu me sentei também.
- Oi. - respondi coçando os olhos e passando as mãos no cabelo.
- Você precisa ir embora. - ele disse firme.
- O quê?
- Só vá embora, Amber. Está tudo acabado.
Eu havia acabado de compreender sua primeira frase quando essa pancada me atingiu na cabeça.
- O quê!? - perguntei outra vez espantada.
- Por favor, vamos fazer isso rápido. - ele estava falando sério, nem um pingo de brincadeira. - Pega sua mochila e vá. Eu não guardo nenhuma mágoa ou rancor de você, apenas boas lembranças, espero que guarde o mesmo de mim. Mas nossa história termina aqui.
Me levantei da cama, ainda assustada e sem entender nada.
- Por quê, Gian!? - eu disse sentindo meus olhos marejarem. - Não faça isso...
Vi seus lindos olhos azuis se encherem de lágrimas também.
- Não chore na minha frente, de tudo é a única coisa que te peço.
- Mas e quanto a tudo o que você me disse ontem a noite!? - eu disse quase numa súplica tentando segurar o choro.
Ele se levantou também pegando minha mochila do chão e me entregando.
- Não menti em nenhuma daquelas palavras, Amber. Apenas vá.
- Giancarlo... Por favor... - eu disse olhando em seus olhos que correram a desviarem para o chão.
- Adeus, Amber, foi muito bom ser seu Grande Observador. Mas essa observação termina hoje, aqui.
Eu não podia conter o choro e não queria deixar de cumprir a única coisa que ele tinha me pedido, mesmo sem entender nada eu apenas andei o mais rápido que pude para a rua e atravessando seu portão desandei a chorar enquanto ligava pra única pessoa de quem eu me lembrava para me salvar daquela situação deplorável.
- Nathan?
- Am?
Ao ouvir sua voz chorei mais alto.
- Você... po-pode... m-me...buscar!? - eu tentava falar enquanto tremia e chorava.
Mandei o endereço por mensagem e disse que esperaria na esquina. Não queria que G. O. pudesse ver para quem eu tinha ligado, eu estava tão confusa com tantos sentimentos dentro do peito que a única coisa que pude pensar para responder Gian foi pegar a droga da caixinha dentro da minha bolsa com o PIN e jogá-la em sua porta, mas atingi a janela e o peso do PIN fez ela quebrar enquanto ele caía dentro da casa.
Saí correndo e chorando até a esquina onde poucos minutos depois Nathaniel parou o carro e eu entrei.
- O que aconteceu, Amber!?
Eu ainda chorava enquanto soluçava e tremia.
- Acabou, Nathan. Acabou tudo. Ele terminou comigo.
Os olhos de Nathan pareceram se escurecer e eu nunca o vi com tanta raiva, nem mesmo quando socou o diretor. Ele apertou o volante com tanta força que pensei que o arrancaria.
- Como ele pôde fazer isso com você!? - essa foi a única coisa que ele disse, a pergunta veio carregada com uma raiva tão sincera que tive receio.
Na época eu não havia entendido o porquê Nathaniel havia tomado tanto minhas dores, eu não havia entendido que para alguém de fora, mas que me conhecia, eu ter passado a noite na casa do meu namorado, pela primeira vez, e ter sido dispensada na manhã seguinte poderia soar muito, muito mal.
Naquele momento eu apenas chorei mais enquanto Nathaniel dirigia.
- Por favor, me leva pra casa de Bibe? - pedi. - Não posso aparecer em casa nesse estado...
Ele assentiu. Depois de ter se irado ele se calou o resto do caminho, isso significava que ele estava muito irado, fora do comum. Eu tive medo de que ele voltasse e tentasse tirar satisfação com G.O., o que não era a cara dele, mas no estado de nervos em que ele estava eu achei que ele poderia fazer coisas que não eram a sua cara.
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Nos Enlaces da Vida
Любовные романыAos doze anos um doce e inocente romance se desenrola entre a pequena Amber e Nathaniel, seu vizinho, e junto com ele uma promessa: seremos os únicos na vida um do outro, até casarmos. Mas ele vai embora deixando apenas um bilhete, um pequeno bilhet...