Capítulo 55: Um homem enfim

644 32 4
                                    

Quinta-feira havia finalmente chegado outra vez e era o aniversário de Nathan, dia 15 de janeiro. Levantei mais cedo, me arrumei preparei o café, comprei o pão e esperei ele acordar.Separei o presente que eu havia comprado pra ele escondida, era um relógio de pulso, por um motivo especial.

Quando ele se levantou e saiu do quarto estava vestido com uma bermuda jeans e uma camisa de manga curta azul, os cabelos molhados e levemente desarrumados e no pé chinelo, seus belos olhos castanhos me deram um olhar demorado.

Eu sorri e me levantei entregando a ele a caixinha onde seu presente estava.

- Um feliz aniversário para o mais novo homem! - eu disse com as mãos para trás do corpo esperando que ele abrisse a caixinha.

Ele sorriu e ao ver o relógio seus olhos rapidamente procuraram os meus como se perguntassem se eu me lembrava.

- "Todo homem usa um relógio de pulso, Am. Um dia eu também usarei um, e então serei um homem, logo que coloca-lo no pulso sei que terei muito trabalho a fazer e estaremos casados quem sabe com uns três de nossos seis filhos." - eu repeti imitando seu dedo para cima quando aos doze anos disse aquilo para mim.

Nós nos olhamos e rimos.

- A primeira parte do relógio com certeza já se concretizou, eu não paro de receber mensagens... - ele disse.

- Uma esposa e filhos podem vir logo, é bom estar atento... - eu disse sorrindo.

Ele sorriu e sem se demorar mais me puxou para um abraço, aquele abraço gostoso que eu queria morar. Aquele abraço gostoso que eu precisava lutar toda noite para não rolar na cama à procura. Então, ao final do abraço ele me deu um beijo na bochecha.

- Obrigado, Am. Obrigado por ser tão atenciosa também.

Eu sabia que minhas bochechas estavam vermelhas então tentei disfarçar chamando a atenção para a mesa que eu tinha montado.

- Bem, vamos... vamos tomar café da manhã? Essa mesa está bonita assim não é à toa!

- Claro! Estou com muita fome!

Após o café eu o chamei para ir na pracinha olharmos as crianças brincando no parquinho enquanto conversávamos.

- Então como devo me referir a você agora que é maior de idade? - eu brincava.

- Me chame de... senhor Alencar.

- Tudo bem, senhor Alencar, o que pretende fazer agora que adquiriu idade o suficiente para sair de casa e tantas outras coisas?

- Apesar de eu ter adiantado um pouco a saída de casa, eu pretendo ir morar na casa que comprei numas terras aqui por perto.

O olhei curiosa.

- Numas terras?

Ele chutou uma pedrinha no caminho antes de responder.

- Sim... Sabe que minha família tem muitas fazendas, eu sempre quis morar em uma, mas nunca podemos por causa dos negócios de meu pai, então decidi que quando eu tivesse minha família iria me ajustar para morar em uma casa assim.

Eu mordi o lábio inferior antes de perguntar.

- Por acaso isso teve alguma influência minha?

Ele riu olhando para a frente e então voltou os olhos para mim.

- Talvez tenha a pontinha de um dedo da Amber nessa minha ideia...

Nos Enlaces da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora