Tinham duas semanas desde a morte de Bibe e eu não havia conseguido voltar ao meu ritmo de sempre, e os dias de terça e quinta-feira eram os piores para mim, e conversando com Brisa ela me aconselhou a fazer alguma atividade física que era o que ela fazia para aliviar o estresse, então eu decidi correr todos os dias a tardezinha pela orla da praia da cidade.Aquele seria meu primeiro dia.
G. O. me ligou.
- E aí, senhorita Lissa, está pronta?
- Mais do que pronta. Estou saindo de casa. - disse saindo pelo portão de casa e colocando meu fone de ouvido.
- Tudo bem. Nos vemos na orla.
- O quê!? Você vai!?
- Bem, se é bom pra sua saúde vai me fazer bem também.
Eu ri.
- Tá bom, o último a chegar paga a água do final da corrida.
- Ah, isso não é justo!
- Você tem uns zilhões de dinheiro na conta, seu mão de vaca!
- E você não!?
- Na verdade não! Meu pai tem, mas não uso o dinheiro deles! - eu o respondia já correndo.
- Mentira, por quê não usaria?
- Por que quero sair de casa e depender do dinheiro deles apenas dificultaria!
- Você fica ainda mais interessante a cada dia, Lissa! - eu podia ouvi-lo correr também.
- Então escuta essa: hoje de manhã fui pegar um livro na biblioteca que também é o escritório do meu pai e advinha o que vi em cima da mesa? Ele está cheio de cartas de pretendentes, parece que já tem os preferidos dele!
- O quê? Casamento arranjado!?
- Casamento de interesses melhor dizendo. O casamento dele e de minha mãe foi assim então isso não é nada mais que um contrato pra eles.
- Então estou flertando e gostando de alguém que teoricamente já é noiva?
Eu ri outra vez.
- Sim, se eu fosse ficar e ver a merda ser espalhada pelo ventilador. Porém vi mais casas essa semana e uma em especial me interessou muito, planejo sumir assim que me formar, agora que minha Bibe não está mais aqui eu não tenho nada que me prenda a essa cidade.
- Ah, é? Nem mesmo eu?
Cheguei a orla da praia nesse momento que ficava bem perto de casa e o avistei ao longe.Desliguei a ligação e corri até ele.
- Bem, a gente não namora nem nada, então não, Gian, nem mesmo você. - eu disse e pisquei pra ele.
Ele sorriu e me olhou de cima a baixo de modo que fiquei envergonhada, eu vestia um macacão de ginástica, era justo eu sabia, mas eu havia comprado o primeiro que vi, ainda tinha que separar um tempo para comprar roupas para correr.
- Vamos? - o chamei.
- Claro, vamos. - ele disse voltando a si e começando a correr do meu lado.
- Isso é para me por pra cima então vou ser bem alto astral, ok? Tipo, quem chegar por último naquele poste é a mulher do padre! - eu disse e tomando vantagem passei a correr mais rápido.
- AAAAAMBER! ISSO É PRA RELAXAR! - ele gritou correndo atrás de mim e eu ri.
Em um certo ponto da orla Gian saiu correndo praia a dentro sem me avisar nada e o perdi de vista. Fiquei procurando em meio a multidão e quando vi seus cabelos pretos atrás de uma barraquinha de sorvete saí correndo a seu encontro.
- Giancarlo! Você vai chupar um sorvete enquanto corre!? - perguntei irritada.
- Calma, minha querida Lissa. Pagarei o seu também, é só escolher.
- O quê? - perguntei sorrindo e já indo pegar o meu.
O primeiro dia de caminhada foi um sucesso, eu estava mais bem disposta apesar do cansaço, eu e Gian fomos todos os dias daquela semana e na sexta-feira decidimos tomar o sorvete e nos sentar na beira do mar para observar o sol se por.
- E sua mãe, Gian? - perguntei terminando meu sorvete.
Ele suspirou.
- Ela está sempre dormindo agora que as dores são intensas, os médicos já nos desiludiram, então só esperamos e fingimos que tudo está bem...
Meu estômago embrulhou ao ouvir aquilo eu mal podia imaginar uma situação daquelas.
Suspirei e encostei minha cabeça em seu ombro. Eu queria beijá-lo, mas não sabia como fazer, então fiquei feliz quando ele mesmo levantou meu queixo e juntou nossos lábios, num beijo afetuoso e longo, eu havia começado a gostar dele e era um romance gostosinho.
Fomos embora de mãos dadas naquele dia, ele me deixou em casa e pegou um táxi. Fui dormir me lembrando de nossa tardezinha.
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Nos Enlaces da Vida
RomanceAos doze anos um doce e inocente romance se desenrola entre a pequena Amber e Nathaniel, seu vizinho, e junto com ele uma promessa: seremos os únicos na vida um do outro, até casarmos. Mas ele vai embora deixando apenas um bilhete, um pequeno bilhet...