o lado obscuro da realeza- Princesa Leonor e Infanta Sofia

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-desculpa- ela disse baixinho, beijando minha bochecha- eu não queria te magoar, eu só...-ela puxou e soltou o ar com força- nosso pai estava dizendo que eu já tenho 17 anos, e sou muito "infantil" quando estou com você. Ele disse que não é a meneira certa de.um Monarca se portar

- que? Infantil? Ele estava se referindo ao fato de irmos correndo ao encontro uma da outra e nos abraçarmos? Por ficarmos abraçadas, andar dr mais dadas, ou quando ficamos rindo por nenhum motivo, ou quando deito minha cabeça no seu colo e a gente pega nosso cachorro e ficamos ali brincando com ele? Por demonstrações de amor e afeto???- me apoiei nos meus cotovelos para encara-la melhor. Eu não podia estar ouvindo isso.

-Eu sei...é ridículo- ela pegou uma.mecha do meu cabelo e ficou entrelaçando com o dela, enquanto prosseguia- eu, óbvio, tentei  protestar, e ele disse que isso iria afetar nossa concentração para com nossos deveres- ela soltou as mechas e revirou os olhos, mas não parou de falar- enfim. Como sempre, nada que eu disse adiantou. Ele disse que era para eu ficar mais afastada de você. Que não era necessário essa "palhaçada toda"

-palhaçada??? Agora o nosso amor de irmãs, cumplicidade, é PALHAÇADA????

- ei, calma- ela pegou minhas mãos- eu sei, eu sei. Ele relembrou quando você chorou no evento do ano passado pois eu não estava presente. Ele disse que se tivessemos profissionalismo, isso não teria ocorrido.

- profissionalismo??? Ele ta falando.da.nossa relação Leonor! Como ele pode dizer isso? Ele queria que as filhas se odiassem??- senti lágrimas escorrerem do meu rosto. Ela apertou minhas mãos.
Ela repirou fundo, e então prosseguiu. Ela também queria chorar.

-ele disse que se arrepende de ter ouvido nossa mãe e ter deixado sermos.criadas tão unidas...disse que se eu agisse com infantilidade com você, iria sepsear nossos quartos, e não poderíamos nos ver no Palácio sempre que quiséssemos... vai ter.um evento importante.que provavelmente não terá minha presença. Ele disse que era para eu agir do jeito que estava agindo, para.que você não "estragasse" o evento com suas emoções- eu não podia acreditar nisso...

- eu estaria com raiva de você, então não sentiria sua falta...ou, evitaria esse sentimento, que estaria reprimido pela raiva. Ele...ele...e...- soltei um soluço, e foi aqui que  vieram choro e soluços descontrolados.
Leonor me abraçou forte, massageando minha cabeça, e eu a abracei de volta.

- eu sei- disse no meu ouvido- ele quer estragar nossa relação...

Eu não podia acreditar. Ele estava colocando as boas impressões, os eventos, o posto de rei, acima das próprias filhas...acima do bem estar físico e mental delas!
Parecendo ler meus pensamentos, Leonor disse

- ele só se importa de passar a boa impressão ao povo. Não liga pro resto...

-Então, ficamos ali por quase 1 hora. Deitadas. Abraçadas bem forte. Bem grudadas. As duas estavam chorando. Uma tentando consolar a outra.
Só me lembrei que nem tinha tomado café, e que tudo isso começou antes das 8h, quando um empregado bateu à porta, dizendo que já eram quase 10h, e que deviamos tomar o pré almoço.
Nem pra.ser nossos pais, preocupados com as filhas...
Sempre como o pré almoço- que são receitas com frutas- por obrigação dos meus pais. Mas hoje estava feliz de te-lo, já que estou com muita fome.
Não levamos muito tempo para descer. Leonor foi lavar o rosto, e.passou uma base, para que não transparecesse que tinha chorado. Mas eu não. Tudo faz parte do meu plano.

-o que você vai inventar agora, Sofia?-.perguntou enquanto desciamos as.escadas.que dava para a sala de visitas. É grande, com muitos quadros de toda linhagem Real. Dava a impressão de ser uma sala dourada,.por conta da iluminação. Todo o castelo era assim,.exceto as suítes.
Tem 2 sofás corais na sala, com um abajur entre eles, e 2.poltronas entre o sofás

- só espero.que não faça besteira- disse Leonor, após eu dizer que ela saberia o plano após eu arquiteta-lo.

Para chegar a sala de jantar, viramos o corredor à direita da grande sala de visitas- onde quase todas as.decorações são de ouro- e entramos na 3° porta.
Quando entramos, nada.tinha sido.servido ainda,porém nossos.pais estavam na mesa.
Eu e.minha.irmã entramos de braços dados, o que pareceu desagradar.nosso pai. E...minha mãe?

-finalmente! Resolveu, filha?- por um breve segundo, fiquei em dúvida se ele estava falando comigo. Mas ai me lembrei que ultimamente eu tinha deixado de existir pra ele.
Não foi sempre assim...

-sim
Sofia, senta aqui- a etiqueta dizia que não podiamos sentar uma do lado da outra. Mas, em casa, sem visitas, não era um problema. Não antes do meu pai problematizar tudo e todos.
O ambiente era bem arejado, com as paredes alaranjadas. Todo o Palácio é assim.um dos motivos de ser o segundo mais bonito, ficando atrás apenas do Palácio Britânico. As paredes alaranjadas são a.sensação de algo dourado-de ouro.
A sala de estar.tinha 2 mesas. Uma.pequena arredondada, porém nem.um pouco simples, onde estávamos sentados no.momento. tinha 4 lugares, e era para quando não tinhamos.visitas.
A outra é enorme, e é usada quando tem convidado.
A pequena fica.no canto, pois a grande é a que tem que chamar atenção.

- por que estão sentadas juntas? Achei que tinha compreendido, Leonor. Por que todo esse treinamento para ser rainha, se não pratica? E como irmã mais velha, tem que dar exemplo à sua irmã- meu pai fala, encarando Leonor

-querido, também não é assim. Leonor é ótima. Seus discursos são incríveis. Ela é excepcional- minha mãe sempre defende Leonor. Já eu...

-Claro, claro. Porem tinha que manter em casa, ao menos um pouco. Enfim...não é ela o problema- e me encarou- Sofia, saia dai. Sabe que não deve sentar ao lado de sua irmã.

-Estamos em casa, qual o problema? E por que nos proibiu de ficarmos juntas?- meu tom estava mais grave.

- olha como fala com seu pai! E...por que essa cara de choro? Qual o motivo? Você não tem motivos para chorar- isso foi engraçado...

- não? Depois do que você fez e me falou, depois de eu descobrir que impediu leonor de falar comigo? Eu não posso chorar por isso?- ele ficou em silêncio por um momento, encarando nossa mãe

CONTINUA...