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SOFIA
Minha aula de piano já havia chegado ao fim. Eram exatamente 18h, hora da janta
O evento de amanhã- que começaria com um café da manhã em família transmitido ao vivo- seria bem cansativo. Iriamos para um evento, onde Leonor iria revelar os ganhadoras de prêmios.
Falando nela...ela não saiu de meus pensamentos. Eu vi no semblante dela o quanto minha frase havia a machucado- e o quanto ela queria me matar.
Eu estava com raiva, eu estou com raiva. Ela mentiu!
Se ela não havia me perdoado, pra que a encenação?
Ee ela iria deixar passar, por que voltou atrás?
Por que não veio conversar, em vez de me ignorar?
Por que colocar a culpa no nosso pai?
Por que mentir com algo que me machucava?
Essas perguntas gritavam por resposta em minha mente.
No final, quem estava brincando com a relação de alguém era ela
Por esses motivos, uma parte minha- a que agia pela emoção- achou muito bem feito minhas falas, e queria falar mais.
Mas tinha meu outro lado, o que também agia por emoção, mas também era racional. Que pensava a longo prazo. Que sabia que continuar com isso criaria um abismo entre nós.
E, as duas partes minhas sabiam: eu não podia viver sem Leonor, com um abismo entre nós.
Ela é a minha metade, meu suporte, minha irmã mais velha, minha melhor amiga, minha pessoa, meu...tudo.
Não posso suportar muito sem ela.
O que me dá uma obrigação- nem um pouco fácil.: Passar por cima do meu orgulho, e ir eu mesma tirar satisfação.
Sem provocação,apenas sinceridade.
Eu precisava saber o por quê disso tudo.
Precisava também dar um jeito de realmente fazer isso
No pensamento, Já era algo muito complicado...

- ja estou descendo- falo, abrindo a porta do quarto e me encontrando com Dolores, que veio me avisar que o jantar já seria servido.

Jantar. Uma batalha que eu precisava vencer. Lá, estaria Leonor.
Estariam nossos pais,que certamente tirariam satisfação sobre a situação desta tarde.
Precisava tomar coragem, mas não sabia como fazer isso.
Precisávamos nos resolver hoje, e todos nós sabiamos disso, e o motivo era bem claro.

-Faça o que precisa fazer. Isso nem é nenhum mistério.- minha mãe dizia- Não é como se você nunca tivesse passado por cima de suas próprias vontades para fazer o que deveria ser feito

- exatamente, filha. Depois vocês conversam direito, sendo sinceras uma com a outra. Mas, agora...hoje, é necessário que isso seja feito. Sabe como sua irmã é espontânea com o que sente, e que não omite nada. Sabe também como estão apenas esperando 1 erro para nos massacrar....vocês precisam estar bem amanhã. Sua irmã precisa acreditar nisso. - meu pai completou ressaltando que, logo drpois do evento, era para Leonor ser franca comigo, para que resolvessemos isso.

Decidi entrar na sala de jantar- já que, até o momento, estava parada na porta ouvindo a conversa.
Todos os olhos se voltaram para mim. Mantive meu olhar na minha cadeira. Eu era péssima em omitir o que sentia, e também em disfarçar algo, de modo que evitaria contato visual.
Meu pai pigarreou. Não precisei olhar para saber que ele voltou os olhos para Leonor, que logo falou:

- Sofia...- ela pigarreou, mudsndo o tom de voz, suavizando-o - irmã, desculpa. Por ter mentido para você, por não ter sido sincera. - continuei mastigando minha salada, meu olhar voltado ao prato- Sofia...- ela pegou minha mão, que eu imediatamente puxei. Meu plano era ignorar tudo que ela dissessem, mas...decidi entrar no jogo

- como posso saber se não é outra mentira?- disse,olhando- a pela primeira vez desde que entrei no cômodo.

-Eu estou arrependida. Sinto sua falta- ela pegou minhas mãos de novo- eu sei que você tem muito a perguntar, e juro que vou responder, mas...por ora, podr apenas me perdoar? - seus olhos estavam lacrimejando. Não sei se por não querer estar mentindo, ou por ser ótima atriz. - eu prometo que não farei mais isso. Eu prometo que não vou mais quebrar nossas promessas - mas você continuava a quebra-las. Não era só isso que estava sendo quebrando....

Ela levantou e me abraçou, beijando minha bochecha.
Sabia que ela não entraria em detalhea, principalmente por estarmos na frente dos nossos pais. De modo que.exigir explicações não seria algo viável.
Apenas deixei minha cabeça pender sob à sua.

- eu prometo que.essa foi a última vez que eu menti pra você - ela susurrou em meu ouvido. Ela podia estar se referindo ao momento atual...mas eu também podis estar apenas romantisando e suavizando a situação...

Assim que eu disse que perdoava, ela me soltou e se sentou. Não consegui ler seus pensamentos. Suas emoções.
Diferente de mim, cada passo, ação de Leonor em público, era estritamente calculado. De modo que não deve ser nem um pouco difícil me enganar, visto que desde pequena pratica a omição de sentimentos.
No resto do jantar, conversamos sobre coisas cotidianas. Foi um esforço interagir com minha irmã. Tentei ao máximo omitir tudo que sentia- raiva, tristeza, decepção, medo...Mas algo no olhar de Leonor dizia que eu não estava me saindo muito bem.
O jantar chegara ao fim. Já estava indo em direção à porta, quando meu pai põem a mão em meu ombro.

-por que não subimos todos juntos? Nossos quartos são todos no mesmo andar - deu um sorriso que, em outro caso, me traria diversão.

CONTINUA...

o lado obscuro da realeza- Princesa Leonor e Infanta SofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora