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SOFIA
Mal cheguei à porta de minha irmã, e já ouvi seu choro. Isso me fez paralizar por alguns instantes. Eu também estava chorando. Como poderia consola-la nesse momento? Será que eu seria útil? Ou, mais uma vez, eu atrapalharia? Seria o incômodo? Alguém que ela só precisaria cuidar?
Mas então, lembrei do seu discurso. Eu também era o seu suporte.
Éramos o suporte uma da outra e, não importava se as duas estavam instáveis mentalmente. Se ficassemos juntas, uma apoiando a outra, impedindo a queda, ficariamos bem.
Então, bati na porta.
-irmã, sou eu- a porta não foi aberta, e não obtive resposta. Bati outra vez, e outra, e nada. Sério que ela iria me ignorar?- Leonor, eu sei que você ta mal. Eu também tô...mas são nesses momentos que precisamos ficar juntas!!- de nova, sem resposta.

Tudo bem, ela pode não abrir a porta principal, mas tinha a porta de divisa dos nossos quartos, a qual não tinha tranca.
Eu não vou deixar ela se isolar e passar por isso tudo sozinha, não mesmo! Não é justo rirmos juntas e ela chorar sozinha. Não é justo ela sempre ficar comigo quando estou mal, e eu não fazer o mesmo. Prometemos ficar sempre juntas, nos melhores e piores momentos. Prometemos cuidar uma da outra e, se ela acha que essa promessa só vale em relação à mim, ela está muito enganada.
Abri a porta que dividia nossos quartos,, e encontrei minha irmã sentada escorada à porta, com a cabeça baixa. Ela estava chorando baixinho, o som saindo abafado, mas era possível ouvir os soluços.
- irmã...- fui em sua direção. O choro que eu segurara até aquele momento escapou. Eu chorava por tudo que ocorreu hoje, por minha mãe ter me culpado por tudo isso. Chorava por mim. Chorava por Leonor. Chorava por nós.
Tentei abraça-la,, mas s mesma me empurrou,, me fazendo cair sentada no chão. Ela levantou com um pouco de dificuldade, abriu a porta pela qual entrei,, apontando para o meu quarto.

- Eu quero ficar sozinha. Sai!- eu apenad balancei a cabeça negativamente, me levantsndo e indo em sua direção- eu não tô bem pra cuidar nem de mim! Eu só preciso ficar sozinha! Sai...por favor- as duas últimas palavras sairam como um sussurro. Continuei me aproximando, até estarmos três passos de distância

- eu não quero que cuide de mim, eu quero simplesmente ficar com você. Precisamos uma da outra agora, Leonor. - tentei tocar em seu ombro, mas a mesma empurrou minha mão com um "tapa"

- eu quero ficar sozinha! Que parte disso você não entendeu? SAI DAQUI, VAI EMBORA. SAI.- ela disse isso repetidas vezes, chorando descontroladamente, tentando me puxar. O máximo que ela fez foi segurar forte meu braço.
Eu simplesmente a abracei, dizendo

-tudo bem, eu não vou embora.- abracei- a forte,, e nos direcionei à sua cama.

Geralmente, quando as pessoas ordenam, desesperadas, que você saia, elas estão implorando para que você fique. E foi o que eu fiz.
Ficamos ali, abraçadas, deitadas em sua cama. Nada foi dito. O que precisávamos naquele momento era de um suporte enquanro colocávamos tudo para fora através do choro. E foi isso que fizemos.
Quase 30 minutos depois, quando ambas nos acalmamos, Leonor pegou meu rosto, fazendo com que eu olhasse pra ela, e quebrou o silêncio.

- não foi sua culpa o que aconteceu hoje, ouviu? Foi uma idiotice e infantilidade o que você fez? Com certeza. Mas não influenciou nos acontecimentos de hoje- foi inevitável não rir.

- Você também não estragou nada. Você foi perfeita demais hoje- disse, dando-a um rápido abraço.

- eu sei - ela disse rindo - eu só queria que eles reconhecessem isso...- uma sombra de tristeza voltou, fazendo com que o clima voltasse ao peso inicial.

- pois é...tipo, eu sei que a culpa não foi minha. Sei que a responsabilidade por tudo que acontece não é minha, mas...eu ouço tanto que...meio que acredito. - comecei a olhar pras minhas mãos. Eu odiava me sentir culpada sabendo que eu não tinha culpa...

-, por que acreditaria? Euein! Quer levar uns tapas pra deixar de ser idiota? - começamos a rir como não faziamos a um bom tempo. Ouvir sua risada curava onde doia e, julgando pelo brilho repentino em seu olhar, pude suspeitar que eu causara o mesmo efeito - a culpa não é sua, e acho bom você entender isso, pirralha -- disse, me empurrando de leve- como você disse, o importante é estarmos juntas. Eu queria que eles reconhecessem o quão incrível eu fui hoje...nós fomos...mas, você reconhece, e isso muda tudo. Não me importo se o mundo todo acha que eu não sou capaz de ser rainha, eles não me conhecem. Você sim. E é a sua opinião que importa. - mas então, o brilho sumiu de seus olhos. O clima voltou a ficar pesado, e eu só entendi o motivo quando minha irmã olhou pra baixo, brincando com as mãos.

Ela disse que apenas a minha opinião importava. Que ela estaria bem se eu achasse que ela era capaz de ser rainha, e eu havia dito o oposto.
Eu disse que ela não seria capaz. Fui movida pela raiva momentânea. Ela sabia que eu não disse aquilo de verdade, mas isso não significava que não doeu. Só o fato de eu ter tido coragem de dizer algo que, eu sabia, era uma insegurança pra ela...
Não tinha como prolongar mais aquela conversa. Ignorar o que aconteceu e simplesmente seguir em frente causaria o que causou hoje. Um gatilho. Estaamos bem. Bastou uma palavra para relembrar o ocorrido e o clima entre nós mudar. Não podiamos reprimir esses sentimentos. Só faria com que eles viessem com mais força, uma hora ou outra. Nunca realmsnte teriamos nos perdoado, apenas ignorado a situação, que viria a tona sempre que algo nos relembrasse.
Iniciar essa conversa seria difícil, mas prolongar não tornaria mais fácil, pelo contrário.
E prometemos não deixar nada interferir na nossa relação. Prometemos não ignorsr as mágoas, se resolver... precisávamos.
Por todo nosso passado, por nossa relação atual...nossa relação futura...

CONTINUA...
Demorei, mas veio ai.
- os eps prontos acabaram, por isso a demorakskskskssk

o lado obscuro da realeza- Princesa Leonor e Infanta SofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora