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SOFIA
- olha pra mim- disse, abaixada a minha frente, após um longo abraço. Fiz o que ela pediu- eu não quero que você ache que será uma decoração na monarquia, porque você nunca foi, não é e nunca será. Prova disso é o público que grita igualmente os nossos nomes. Nós duas somos amadas, não só no nosso país, mas pelo mundo. Eles amam nos ver juntas, porque sabem que será sempre assim. Nos vêem como a esperança desse país. Nós duas. Juntas! Até eles sabem disso! Somos uma dupla imbatível e inseparável, não importa o que nossos pais digam ou façam, você vai sim estar ao meu lado em tudo!- meu choro prosseguiu, porém agora, por outro motivo. Abracei minha irmã, descansando a cabeça em seu ombro. Nossos pais sempre pediram para que, nos eventos, eu me colocasse atrás de Leonor. Nossos pais e o parlamento esperavam que eu fosse a conselheira pessoal de Leonor. Mas ai vem ela, desde sempre, me colocando ao seu lado, e não me deixando apenas segui-la. Mas ai, vem Leonor, me pedindo opinião e ideias do que colocar no discurso... Pode até parecer simplex, mas não é. Tecnicamente, o meu dever seria apenas sorrir, ascenar e só responder perguntas se eu tivesse permissão para isso. Tecnicamente, deveria literalmente ser uma sombra. A menos importante. Ela quebrar toda essa barreira que querem colocar ao redor de mim...isso não é pouca coisa...

- Le, obrigada...- foi o que consegui dizer, voltando a abraça- la forte. Ela, porém, não retribuiu a ação. Seus olhos estavam voltados para a porta do quarto.
Seguindo seu olhar, vejo nosso pai escorado a porta, com os braços cruzados e sorrindo.

-Sabe, eu e sua mãe erramos em muita coisa como pais, mas...nosso plano era criar vocês juntas, como melhores amigas. Era que uma desse apoio pra outra. Que Leonor fizesse seu papel de irmã mais velha, e cuidasse de você, Sofia-, disse, olhando pra mim, que estava secando as lágrimas. - que vocês lutassem uma pela outra. Que vocês entendessem que vocês precisavam uma da outra, pois uma seria o suporte e escape da outra. E...vendo vocês...cada dia que passa mais unidas, as vezes deixando os próprios sentimentos de lado pra cuidsr da outra, que está mais fragilizada ainda...-, isso foi pra Leonor, já que ele a encarava- nisso, nós acertamos. Tinhamos muito medo quw vocês tivessem rivalidade, ciúmes... mas não...-, ele ficou um tempo calado, talvez esperando que falassemos algo. Mas, como isso não aconteceu, e o máximo de barulho que omitimos foi para sentar na cama, ele prosseguiu- Leonor...desculpa. você foi...você é incrível. Desculpe por as fezes te cobrarmos em excesso....- minha irmã o interrompeu.

- ",nós"? Só vejo você aqui. O problema não é você me cobrar. Você não faz isso, não tanto quanto minha mãe... o que me magoa é você assistir isso calado!

- su não fico calado, Leonor. Pois logo após vocês subirem,, há muita conversa. Não o faço na frente de vocês, porque não acho algo bom. Não quero que assistam uma discussão. Mas agora, se acha que eu concordo, ou fico calado, está enganada! Você é incrível. Sempre. Como irmã mais velha, sempre cuidando de sua irmã e fazendo de tudo por seu bem estar. Como filha, sempre obediente e prestativa. Como Herdeira, sempre esforçada e excepcional em tudo o que faz, cada dia me dando mais orgulho... As duas. Vocês duas são ótimas. São carinhosas educadas, reforçadas, obedientes, preocupadas com o próximo...Não há o que reclamar de vocês. Pensei que soubessem disso.

- como? Se você não diz. - Leonor falou em um tom frio, embora, eu sabia, estava louca por um abraço dele.

- isso foi lindo...seria mais ainda se não tivesse me dito para aceitar que eu não sou nada agora à pouco. -, acho que a parte do "educada" não se encaixava neste momento.... Leonor me encarou, porém logo nosso pai começou a falar, de modo que não tive tempo para ler sua expressão.

-eu não disse que você era um nada, Sofia! Fui bem claro em dizer que as amo igualmente! Fui bem claro nisso desde sempre. Pegando as duas no colo ao mesmo tempo, quando pequenas, para não ficar com ciúmes. Sempre dando atenção as duas igualmente. Ajudando as duas nos deveres....eu sempre dei amor igualmente às duas. Se houve algo diferente, era porque uma precisava se mais cuidados e atenção no momento. Mas fizemos de tudo. Mesma educação,, mesmos ambientes...tudo para que você não se sentisse inferior em casa. E...mais uma vez, falando sobre a criação de vocês...foi primordial explicar para Leonor, desde bem pequena, que ela não deveria permitir que te diminuissem na escola, e que ela deveria cuidar de você. É Leonor que te inclui nas coisas, como ama dizer. Mas diz isso como se fosse só por ela... fomos nós que criamos e ensinamos tudo que vocês são e fazem hoje. Tudo isso, Sofia, pensando no seu bem estar. Queriamos te proteger o máximo possível, e garantir que, ao menos em casa,, você se sentisse tão valorizada e importante quanto sua irmã! Então....

-pera...-, interrompo-o, -, me sentisse valorizada e importante ao menos em casa?? - me levantei. Ele não via? Não entendia onde havia errado? Como ele dizia isso com tanta tranquilidade? Se eu ainda tinha algum controle sobre minhas ações, agora não mais. - como você pode tentar dar uma lição de moral, falando que eu não tenho o direito de dizer que você me diminuiu, se acabou de dizer iaso??? Como assim "ao menos em casa"??? Não é agora que você deveria dizer que eu sou tão importante quanto ela?- eu tentava manter a calma, mas as lagrimas teimavam em sair

- Você entendeu, Sofia. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Está exagerando!

- como não? Você acabou de dizer que fizeram de tudo para que eu me sentisse importante, ao menos em casa!.quer dizer que fora dela eu não tenho nenhuma importância?- minha visão ficou embaçada pelas lágrimas. Limpar os olhos só faziam as lágrimas descerem com mais rapidez, de modo que parei de tentar impedir o inevitável. Leonor segurou forte minha mão, porém não disse nada. Ela sabia, e eu também. Eu precisava dizer tudo que estava sentido. Tudo que estava sufocado. Só assim nos resolveriamos.

- em nenhum momento eu disse que você não tinha importância. Mas...você sabe. Você é a mais nova...Não é a herdeira. De modo que sua irmã vem primeiro, tem mais importância. Não é como se você não soubesse disso, Sofia!

- Saber e ouvir do seu próprio pai são coisas diferentes...- não sei o que foi. Talvez o modo como ele falou, dando a entender que eu estava sendo dramática. Talvez o fato dele ter dito que eu era menos importante e que não tinha o que fazer, basicamente. Ou...as 3 coisas, ou talvez o combo dos últimos acontecimentos... que fizeram minha irmã mudar de idéia sobre ficar calada.


CONTINUA....
Oq w era q vai rolar??
Quem sabe, talvez tenha mais de.um cap hj...

o lado obscuro da realeza- Princesa Leonor e Infanta SofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora