Capítulo 22

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Angus e eu, para além de exaustos, estávamos ironicamente elétricos. Depois daquela promiscuidade toda, esgueiramo-nos para o banheiro para uma ducha rápida. Fui inocente ao pensar que seria simplesmente uma ducha. Meu melhor amigo me colocou sentada na pia, escancarou minhas pernas e me fodeu como uma prostituta de esquina; durante o banho, Angus colou meu rosto na parede molhada e fizemos mais um anal maravilhoso; no quarto, enquanto vestíamos, me jogou na cama e me chupou até eu perder os sentidos. O que mais me impressionou é que ele conseguiu fazer-me gozar todas as vezes.

-Eu preciso de uma pausa.- ri-me, exausta. Esparramada na cama, esfregava devagarinho as minhas coxas para me aliviar, minha buceta ardia muito, uma ardência gostosinha que me causava arrepios. Angus acabara de vestir a calça, amarrava o cordão.- Nunca mais te digo para fazeres o que quiseres comigo, porra.

Ele riu. Caminhou até próximo da cama e apanhou o lençol do chão.

-Se pretendes ter descanso eu não posso ver nenhuma parte do teu corpo, sequer o teu rosto.- cobriu-me por completo com o lençol amarrotado. Ri-me, destapando a cabeça.- Deixo-te respirar, mas não penses que acabou. Disseste que serias minha a noite toda e vais cumprir isso, afinal, a noite é só uma criança.- curvei-me para olhar o relógio despertador na mesa de cabeceira. 00h56. Já deviam ter passado pelo menos quatro horas desde que tudo isso começou.

-Coitado do meu sistema reprodutor.- Choraminguei, me sentando.

-Veste-te. Vou pôr a mesa para jantarmos.- beijou a minha testa e saiu do quarto.

Suspirei e deixei o meu corpo cair de novo na cama. Estou exausta, mas sinto-me estonteante. Acho que nunca tive tantos orgasmos numa só noite, e a ideia de que vem mais deixa-me ansiosa e extremamente excitada. Levantei-me num pulo, vesti a calcinha e uma T-shirt dele que eu trouxe de casa. Desci as escadas prendendo os cabelos num enorme coque alto. Gus acabava de pôr a mesa, pousando os dois pares de talheres.

Eu peguei os pratos da mesa e os pousei no balcão, servi comida para os dois e coloquei para aquecer no microondas. Estava distraída com a contagem decrescente dos três minutos que só percebi que Angus se levantara da mesa quando me abraçou por trás e começou a beijar o meu pescoço.

-Deixa-me em paz, homem.- ri-me das cócegas que sua áspera barba fazia em contacto com a minha pele.

-Mas que puta desobediente... Tu és uma menina má.- suas mãos percorreram desde as minhas coxas até à minha cintura, apertando-a. Mais arrepios.- O que eu disse sobre me desobedecer?- ofeguei quando passou a ponta da língua na minha orelha. Sequer tive tempo de responder.- A punição vem depois de comermos, sei que deves estar esfomeada.

A fluidez entre o meu melhor amigo e o homem que me fodeu há minutos atrás era tão natural que me fez rir. Sua voz saiu de imponente à afável em segundos, e o beijinho que depositou na minha cabeça era paradoxal às marcas que as cordas e açoites deixaram no meu corpo.

Sentamo-nos e comemos assistindo à uma série qualquer na TV. Quando acabámos, ele mandou-me vestir porque íamos sair. Não questionei. Vesti uma saia jeans e um corset top preto, já que estava uma madrugada quente. Penteei o cabelo para trás para o prender em um coque baixo com algumas edges na frente. Rímel e gloss incolor completaram o look.

Angus apareceu na porta do banheiro onde eu conferia o meu visual. Me observava pelo espelho, apreciando o estrago que tinha feito no meu corpo percorrendo-o com o olhar de alto à baixo. Estava coberta de nódoas negras, meus braços e pernas com marcas das cordas, especialmente meus pulsos, que pareciam ter estado amarrados por semanas. Chupões cobriam meu colo e pescoço, que também tinha marcas fortes dos cinco dedos dele. Minhas coxas estavam tão vermelhas e inchadas quanto um tomate, minha cintura doía e minhas pernas estavam bambas, mas eu ignorei toda e qualquer dor. Ele tinha uma caixinha roxa na mão e um sorrisinho pertinente nos lábios.

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⏰ Última atualização: May 16 ⏰

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