Capítulo 16

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A entrada principal estava apinhada de fotógrafos e repórteres. Revistas e blogues famosos faziam-se presente no improvisado tapete vermelho. Meus pais foram na frente, chamando toda a atenção dos fotógrafos pra si, e antes de realmente terem a oportunidade de entrar, a entrevistadora do site ¡Exclusive! interpelou-os para uma breve conversa.

Quando o filho da anfitriã colocou os pés no tapete de braços dados com Camilla, o pessoal ficou com os cabelos em pé, curiosos pra saber quem seria a acompanhante de Raí Johnston. A mesma entrevistadora pediu à eles que dessem uma pequena entrevista. Pelo sorriso sem graça da minha irmã, soube logo que o que ele falara a tinha deixado constrangida, no bom sentido.

Depois, eu segui o mesmo caminho. Não entendi o porquê de tanto alarido. Fiz poses consoante os gritos que me davam, apesar de ser apenas uma anônima. Segui os pedidos por longos minutos, e quando vi que eles não acabavam, me dirigi às escadas do hall.

-Vamos agora falar com essa mulher linda.- a senhora me chamou. Aceitei a sua ajuda pra subir no pequeno degrau e fingi costume, sorrindo e acenando.- Como se chama?

-Emilly Hobbs.

-Emilly, deixe-me dizer que está ma-ra-vi-lho-sa!- ela disse, exagerando nas expressões. Eu agradeço.- Diz-nos, o que está a usar?

-É um Valdrin Sahiti, os sapatos são Christian Louboutin.

-Valdrin Sahiti não erra, não é mesmo?- eu acompanhei sua pequena gargalhada.- E pelo amor de Deus, me passe o contacto do seu esteticista, porque essa make está deslumbrante e esse cabelo é, de longe, o mais extravagante que passou por aqui hoje! Como conseguiu tingir assim as extensões?

Eu ri da sua pergunta tão convicta. Continuando a fingir estar habituada a essas coisas, eu respondi, sorrindo.

-Não são extensões e nem tingi nada.- Ela me olhou incrédula.- Pode pegar, se quiser.

A mulher enfiou os dedos no meu couro cabeludo e eu me arrependi na hora de ter sugerido. Ela massageia o meu couro cabeludo e, por mais que isso seja prazeroso pra alguns, a mim só causa agonia. Murmurei um "chega", sem tirar o sorriso para não dar nas vistas.

-Como fez para ter o cabelo assim?- ela continua sorrindo. Eu aproveito para colocar o cabelo no lugar.- Seu cabelo parece estar em chamas.

-É uma deficiência genética, tanto a cor como o tamanho.

-Deus tem realmente os seus preferidos.- nós rimos.- E o que espera da festa de hoje?

-Nada em concreto, acredito que será cheia de emoções. Vou simplesmente aproveitar.

-Exatamente. Que tenha uma ótima noite. Você está deslumbrante.

-Você também.- sorrio, descendo o degrau.- Obrigada. Continuação de um bom trabalho.

Vou pra dentro da casa e um homem me encaminha até ao quintal de trás, onde decorria a festa, depois de verificar o meu nome na lista e dizer-me que a minha mesa é a 2. Quando Emma me contou que era filha de uma atriz e de um empresário, deduzi que tivesse dinheiro, mas não pensei que fosse rica nesse nível. A casa é puro luxo, eu aproveitei a caminhada de dois minutos até ao lugar para observá-la toda. Nós também somos o que se diz ricos, minha mãe tem seu próprio escritório de advocacia e meu pai é dono de 90% dos stands de automóveis de Miami e tem stands pelo país e alguns avulsos pelo mundo, mas a nossa casa é o básico, não gostamos de extravagâncias.

Quando o homem me deixou no ambiente, eu varri o olhar e identifiquei de cara o bar, e foi pra lá que eu fui.

-Boa noite.- apoio os antebraços no balcão. O homem vira-se, me analisa, e sorri de lado.

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