Chapter 015

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『Chapter 015 - Welcome to France』

Não havia se passado nem dois dias completos que Kenny chegou em Ellijay, e logo eu, Hange e Erwin saímos do país.

O vôo estava sendo calmo, e bastante rápido, considerando que era um vôo da América do Sul até a Europa.

As turbulências me impediam de cochilar ou dormir, então eu me mantinha ocupado com o notebook a minha frente, e com a tela do meu celular que mostrava a conversa minha e de Eren.

Mesmo sendo quase meia-noite na Ucrania, ele ainda assim estava conversando comigo.

Ele estava explicando sobre Katrina, e em como Jean estava ansioso para matá-la.

Não tinha nem como julgar o cara, Katrina havia matado o noivo dele, se fosse comigo, nem uma semana de vida eu teria dado a àquela mulher.

Chegando na França, diretamente em Clamart, nós pegamos um táxi, e fomos diretamente a Casa Grande.

Eu não pisava naquele lugar a um bom tempo. Deixei de ir para a Casa Grande quando conquistei o território Americano.

Eu podia sentir o quão ameaçados eles estavam com minha presença no país, ter uma ligação direta com os licantropes do Clã davam essas brechas.

Eles estavam apreensivos e com medo, muito medo. Tanto medo quanto os meus licantropes de Ellijay, mas bem, eles estão aos cuidados de Kenny Ackerman, é compreensível o medo deles.

Assim que o carro parou em frente a Casa Grande — que faz jus ao grande do nome — andei até a porta.

Lá vi alguns licantropes conhecidos, cumprimentei ambos com um sinal de cabeça, e logo adentrei a residência.

—Lar doce lar, não é mesmo? – Erwin comentou ao meu lado.

Concordei, subindo as escadas.

“Tome cuidado para a tentação não cair sobre Hange e Erwin”

Essa frase não saia da minha cabeça, nem que eu tentasse, eu realmente não quero que isso aconteça.

Fui até onde era meu antigo quarto, e eu sabia que estaria tudo ali no mesmo lugar onde eu deixei.

Ao abrir a porta confirmei a teoria. O quarto estava limpinho, mas absolutamente tudo estava no mesmo lugar que eu deixei. Como eu sabia? Memória fotográfica.

A única coisa diferente era o jogo de cama, que agora era um preto e branco.

Joguei a mala num canto qualquer, e então sai do quarto, rumando até onde eu queria.

Atravessando o corredor todo até a última porta do mesmo, entrei sem bater, eu teria que tirar Annie Leonhart daquele antro com uma conversa sensata ou na base do tapa mesmo.

Assim que cruzei a porta, chamando o nome da loira, uma dor insuportável se instalou na minha cabeça. Eu sabia o que era aquilo.

—Porra, Annie! – gritei assim que me recuperei da dor que, gradualmente, sumia – é assim que recepciona qualquer um que entre nesse antro? Com a merda de um aneurisma?

A loira revirou os olhos, jogando o livro que lia numa pilha com vários outros.

—Sim. Principalmente quando entram sem bater – se levantou andando até mim e me abraçou – olá, Levi...

—Oi, Annie... Sentiu saudades? – sorri fraco ao me afastar – preciso de você urgentemente.

—Lógico que precisa. O que quer exatamente? E porque caralhos você estava com Eren Yeager? – os olhos azuis da mesma me fitaram com firmeza

—Eu precisar de você envolve Eren Yeager – fui direto ao ponto – uma licantrope minha matou um licantrope do Eren, e precisamos saber quem está por trás dela – falei abrindo alguns livros que tinham na penteadeira da mesma.

O quarto de Annie Leonhart era simplesmente definido como antro, por minha pessoa, porque era uma bagunça total.

Annie era a única que se encontrava no meio da própria bagunça, talvez ela conseguisse achar a própria vergonha na cara entre aquelas pilhas de livros e roupas.

O quarto era gigantesco em si, podia ser facilmente do tamanho da cozinha e sala da minha cabana.

A cama ficava bem no centro, encostada na parede, de frente para a porta, do lado esquerdo ficava a penteadeira, alguns cabideiros, e também um puff cinza claro, já do lado direito tinha a porta para o banheiro e também o closet da bendita.

Nos pés da cama tinha um baú, que devia ter vários trapos da mesma, e por cada canto daquele maldito quarto havia algo no chão.

Desde pilhas de livros velhos e antigos, até roupas limpas e sujas misturadas.

—Você continua desorganizada – chutei uma peça de roupa do meu caminho e encarei a mesma

—Só para vocês. Pode perguntar onde está qualquer coisa nesse quarto que eu encontro – sorriu falsa

—Consegue achar sua vergonha na cara?

—Consigo, tá bem aqui, quer ver? – se aproximou de mim, encarei a mesma confuso e levei um tapa não muito forte – achei, tava na sua cara – debochou

—Louca – revirei os olhos

—Certo. E porque precisa justamente da minha ajuda para isso?

—Você sabe que qualquer teste humano não funciona muito bem num sangue sobrenatural. Katrina assassinou um Yeager, alguém que era muito próximo de Eren, pelo o que notei. E quando fui falar com ela, ela tentou barganhar comigo, dizendo que me contaria quem a ordenou invadir o território ucraniano, se eu a mantivesse viva – expliquei, fechando com calma um dos diários que estavam abertos no chão – uh, é o diário da sua ancestral e você joga ele no chão assim? – encarei ela com sarcasmo – você é uma das únicas que podem descobrir quem foi. Katrina tem o sangue de um Puro-Sangue nela, fora o meu sangue. Preciso de você para descobrir quem é esse outro Puro-Sangue – finalizei batendo minhas mãos umas nas outras, tirando o pó dos meus dedos

—E onde ela está?

—Em Kiev, na Ukrania – sorri maldoso, vendo a mesma rir em escárnio

—Não! Não mesmo. Nem fodendo, Levi – deu as costas para mim, voltando a se sentar na cama – não vou por o pé no território de Eren Yeager. Tenho amor a minha vida, meu caro.

—Eren não vai fazer nada, sua idiota. Ele permitiu nossa entrada lá, e disse que manteria Katrina viva por mais uma semana, então você vai comigo, Annie. Mas você decide se vai andando ou arrastada pelos cabelos!

A loira me encarou com certa raiva e revirou os olhos, bufando alto em descontentamento.

—Está bem. Eu vou, Levi.

—Boa garota. Agora eu vou descansar um pouco, detesto viajar de avião, é cansativo. E esse seu presente de boas-vindas não ajudou muito a minha dor de cabeça – revirei os olhos dando as costas para a mesma e saindo logo em seguida.

Iria descansar um pouco, e muito provavelmente, no dia seguinte iria para a Ukrania.

Só Deus sabe o quão fodido o traidor estará nas minhas mãos. Essa dor de cabeça não vai ser cobrada com uma morte rápida, não mesmo!

𝐌𝐨𝐧 𝐋𝐨𝐮𝐩, 𝗘𝗥𝗘𝗥𝗜Onde histórias criam vida. Descubra agora