Chapter 018

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『Chapter 018 - Full Moon』

Já eram quase cinco da tarde, e até mesmo eu já sentia os efeitos que a lua cheia estava causando nos lobisomens. Sentia minha consciência oscilar entre mim e minha loba, mas também haviam os piores.

Minhas gengivas começavam a doer, assim como meus músculos. Era horrível, durante a lua cheia a transformação parecia ficar mais lenta e dolorosa.

Como sou um puro sangue, posso me transformar até mesmo sem ser lua cheia, mas durante ela, as coisas eram diferentes.

Fechei os livros que estavam abertos na escrivaninha, e então me dirigi até o banheiro. Tirando as roupas me enfiei debaixo do chuveiro, meu corpo começava a doer de forma quase insuportável.

Andei com calma até o casarão. Bem, em resumo, o casarão era uma casa — que por dentro está completamente destruída, mas vida que segue — que fica bem longe da cidade, o que ajuda muito nesses momentos.

Com o afastamento da civilização, fica extremamente difícil ocorrer algum caso de "ataque de lobos" pelas redondezas de Clamart, — e o mesmo valia para Ellijay — logo era um ótimo lugar para se passar a Lua Cheia.

Apesar de basicamente destruída por dentro — por conta das transformações brutas dos licantropes — era bom para nos manter ali. As portas eram reforçadas com prata pura — algo bastante doloroso aliás — e era grande. As redondezas eram desertas, e raramente tinham pessoas por lá, principalmente a noite.

Haviam várias correntes presas nas paredes — para os licantropes recém criados, que tinham menos controle quando transformados —, entrando eu já dei de cara com alguns licantropes do Clã, Hange e Erwin estavam ali e logo os enxerguei.

Teria que manter Erwin longe de mim, ou eu acabaria o matando de tanto ódio que sentia dele no momento. Ódio e mágoa não são bons quanto mesclados.

O loiro ao me ver sorriu pequeno, parecia aliviado, mas o sorriso era cansado e doloroso, bem, ele era um beta, lógico que doeria mais ainda nele do que em mim um dia de Lua Cheia.

Apesar de ser Lua Cheia, eu não perderia o controle, me transformaria como todos, mas meus sentidos estariam normais, porque eu só os perco em Luas Crescentes. Por eu ser um ômega crescente essa era a única lua que tinha algum efeito real sobre mim.

Erwin se levantou levemente, e quando eu estava de frente para ambos, sua mão tocou minha bochecha.

—Graças a Deus você está bem, Levi – sua voz tinha um tom de alívio, a preocupação sumindo rapidamente – o que houve? Fui te encontrar na biblioteca e você estava semi-desmaiado – explicou, eu empurrei sua mão para longe de mim, notando a confusão em ambos os betas

—Colapsei. Nada que interesse a vocês – fui grosso e frio, olhei ao redor, notando todos com semblantes exaustos e doloridos.

Logo tudo ali pioraria, seria bem barulhento. Pessoas gritando, som de ossos se deslocando, rosnados. Seria uma longa noite.

—Somos confiáveis, sabe disso, não é? – Hange falou, e eu só suspirei, ela poderia ser, mas desconfiava de Erwin, aquela conversa ainda estava grudada no meu cérebro

—Já disse que não é nada que interesse a vocês, Annie já cuidou disso. Como estão os sintomas? – perguntei, segurando o queixo de Erwin, para ver com calma e fiz o mesmo com Hange

—Horríveis, se quer saber – o loiro comentou – terminamos de acorrentar os recém criados – apontou para alguns que já resmungavam de dor, era um processo bem doloroso

—Annie não fez nada para amenizar tudo? – perguntou, vendo a morena negar

—Ela só colocou um feitiço ao redor do casarão, recém nascidos são mais fortes na lua cheia – a Zoe comentou.

𝐌𝐨𝐧 𝐋𝐨𝐮𝐩, 𝗘𝗥𝗘𝗥𝗜Onde histórias criam vida. Descubra agora