𝐌𝐨𝐧 𝐋𝐨𝐮𝐩, 𝗘𝗥𝗘𝗥𝗜

Chapter 025

『Chapter 025 - Fragment』

Eu não diria que o clima entre mim e Levi estava ameno, eu estava claramente aflito, a aparição repentina de Zeke, o aviso do meu pai, e também tinha que lidar com Jean, ele estava impaciente, e, agora, eu sequer o julgava por tal. Eu estava entendendo perfeitamente Jean Kirsten agora, se algo acontecesse com Levi, eu certamente surtaria. E Jean estava prestes a casar com Marco quando Katrina o assassinou, então, eu entendia sua impaciência em vingar o marido.

Eu tinha plena noção que Levi poderia sentir o que eu sentia, não totalmente, mas em fagulhas, mas eu não conseguia conter a aflição e ansiedade que crescia rapidamente em mim; eram muitas preocupações, porque Levi estava lidando com, metaforicamente, um golpe de estado dentro do próprio clã. Ter seus próprios lobos se virando contra si deveria ser agonizante.

Levi podia estar correndo risco de vida. Eu tenho noção que ele é forte, não o subestimo em nada, ele é capaz de se proteger, sem contar que é um Ômega Crescente, mas os perigos ainda estão presentes, e isso me aflinge muito.

Já tinha cerca de sete horas que o meu ômega havia entrado naquele cômodo, onde se trancafiou com Katrina e Annie. E ele estava incomunicável, a única coisa que me fazia sentir um pouco de calma era sua presença através da Marca.

Zeke ainda estava ali, calmo como sempre, o que era, até mesmo, irritante. Seus dedos eram ágeis ao girar cartas entre eles, enquanto seus olhos se focavam nos demais lobos na sala. Aquele idiota estava me ignorando, e isso era irritante. Nós tínhamos o mesmo poder hierárquico, mas em clãs diferentes.

— O que nosso pai realmente viu? – interrompeu o outro sem se importar, deixando um silêncio desconfortável pairar pelo ar, todos na sala estavam num silêncio perpétuo, inclusive os lobos de Levi.

— Além da sua imprudência em Marcar um Ackerman? – outra vez aquele maldito deboche, acompanhado de um sorriso maldoso – ele viu uma morte. Nosso sangue derramado, Eren.

Aquele ponto sua voz se tornou séria, tal como sua feição. Não deixei de notar quando Mikasa prendeu a respiração, o peita levemente estufado e sua expressão de puro pavor. Assim como o de todos os demais presentes.

— E, deixe-me adivinhar, ele não conseguiu ver quem irá morrer – suspirei, cruzando os braços, tentando controlar meus sentimentos.

Levi estava ocupado, e já tinha preocupações demais para lidar, não iria sobrecarregá-lo ainda mais.

— Não. Você sabe, o Fragmento é e sempre foi incerto.

— Eu sei. E o que mais ele viu? – insisti, sabendo que havia mais, Zeke parecia hesitante

— Eren, o Clã Ackerman está nos enfiando no meio de uma guerra civil. E sua imprudência em marcar Levi Ackerman como seu ômega piorou toda a situação! – exasperou, seu sotaque russo prevalecendo conforme ditava tudo no nosso idioma materno – realmente não me importa se você o ama ou se era só uma maldita brincadeira para você, mas você sabe que se enfiou num túnel muito escuro. E você sabe que eu jamais vou te deixar só, e esse é o problema! – ele estava irritado, e eu começava a me irritar também

— Eu sei, desculpe! Mas você não entende o que senti quando vi ele! – tentei explicar, vendo-o apenas negar exasperado, jogando o baralho de cartas sob a mesinha e se levantando

— Nosso pai viu os Noturnos quebrando o pescoço da Yelena! – basicamente gritou.

A frase me fez travar completamente, estupefato com aquilo. Encarei o meu irmão com puro choque, talvez até pavor. Assim como Armin e Mikasa.