No mesmo dia que é pego beijando um garoto, Peter e sua família descobrem que seu avô está com Alzheimer, deixando um dia complicado pior.
Tony, o avô de Peter, logo após o diagnóstico, confessa muito angustiado que teve um relacionamento proibido...
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Nos anos 70, vivíamos sobre a sombra da Guerra Fria. Vivemos um dos maiores escândalos políticos da história, o exército tinha sido retirado do Vietnã, Martin Luther King morreu e os movimentos LGBT's tornavam-se mais fortes. Mas essa parte da história começa em 68, com um erro de um garoto mimado e egoísta.
Estava frio, tão frio, até me encontrarem encharcado pela chuva, perdido na fazenda de vovô. Eu tinha 12 na época. Mesmo com o susto pelo meu sumiço, papai estava irritado, me perguntava como eu tinha ido parar tão longe e ainda ter me perdido. Como um adolecente egoísta e mimado, não assumi meus erros, fui babaca o suficiente para culpar outra pessoa.
— Foi o Rogers. — Minha boca tremia e a voz saía falhada.
— O garoto? — meu pai perguntou e minha mãe me olhou, balancei a cabeça em positivo.
Eu não era o tipo de adolescente que media as consequências dos meus atos, a maioria não é. Será que sempre fui uma pessoa egoísta, tão egoísta que fui perdendo as pessoas pelo caminho? Quando tudo estava mais calmo, no final da noite, meu corpo estava melhor, desci em direção a cozinha, mas antes que eu entrasse no cômodo eu ouvi vozes, era a mãe do Steve e ele. Ela era loira, o tom do cabelo era claro, os olhos azuis, tinha sardas pelo braços, tinha sido mãe jovem, mas ainda era muito bela.
— Deus, Steve, ele é o neto do nosso patrão...
— Eu não fiz nada. — Pude ouvir a mãe de Steve bufando.
— Não? Se não tivesse, não existiria essa situação. — A voz era do pai dele.
O patriarca dos Rogers também era loiro, todos da família eram, porém a pele era bem bronzeada, o tom loiro do seu cabelo era mais escuro, os olhos também azuis, eu diria que era charmoso apesar das feições duras, ele sempre estava sério, principalmente no verão de 73, não lembro de tê-lo visto sorrindo naquele ano.
— Eu disse para ele não ir, que ele não sabia montar, que choveria.
Sim, essa era a verdade. Eu tinha insistido em cavalgar, mesmo não sabendo montar direito, Steve me alertou dos riscos da chuva que viria e, obviamente, as ignorei.
